"Fides omnium christianorum in Trinitate
consistit” – “A fé de todos os cristãos consiste na Trindade.” (São Cesário
de Arles).
Após a celebração de
Pentecostes entramos na segunda parte do Tempo Comum em nossa liturgia e
neste inicio celebramos a festa da Santíssima Trindade e logo após na Quinta
Feira celebramos a festa da Corpus Christi. Este Tempo Comum é acompanhado de
muitas festas dentro do santoral litúrgico onde celebramos muitos santos de
nossa Igreja acompanhada dos meses dedicados e várias ações pastorais.
Mas, em nossa celebração,
estamos refletindo sobre a Santíssima Trindade. Um dos Dogmas mais
fundamentais de nossa Fé. O Pai em sua “Economia da Salvação” (Processo de
Salvação) foi nos revelando paulatinamente às verdades que Ele queria que
conhecêssemos. Assim escolheu e formou um povo tendo como Patriarca a pessoa
de Abraão e a partir dele foi se revelando, dirigindo e atendendo em suas
necessidades. O povo escolhido recebeu o inicio da revelação que se culminou
em Jesus, Ele é a revelação do Pai e nos trouxe o conhecimento de tudo àquilo
que o Pai nos queria presentear. Este povo que peregrinou pelo deserto, não
só o deserto de areia, mas muito mais pelo deserto do processo da revelação
onde recebia os ensinamentos de Deus de forma mitigada, pois Deus respeitava
o processo de caminhada deste povo e com isso a revelação de um Deus Trino
foi ocultada aos seus olhos. Conheceram o Deus todo Poderoso criador dos Céus
e da Terra e neste conhecimento puderam experimentar o amor misericordioso e
entre tantos intempéries e com muitos fracassos conseguiram caminhar sob a
graça de um Deus que não falha.
Mas, a plenitude da revelação,
se dá com Jesus que se revela como Deus, como o Pai, na mesma substância,
natureza e essência. “Jesus revelou que
Deus é "Pai" num sentido inaudito: não o é somente enquanto
Criador, mas é eternamente Pai em relação a seu Filho único, que só é
eternamente Filho em relação a seu Pai: "Ninguém conhece o Filho senão o
Pai, e ninguém conhece O Pai senão o Filho, e aquele a quem o Filho o quiser
revelar" (Mt 11,27). (CEC 240).“E
também nos dá o conhecimento da Pessoa do Espírito Santo sendo da mesma
Natureza. Antes de sua Páscoa, Jesus anuncia o
envio de ‘outro Paráclito’ (Defensor), o Espírito Santo. Em ação desde a
criação, depois de ter outrora ‘falado pelos profetas ele está agora junto
dos discípulos e neles, a fim de ensiná-los e conduzi-los a verdade inteira’
(Jo 16,13).O Espírito Santo é assim revelado como outra pessoa divina em
relação a Jesus e ao Pai”. (CEC 243). Assim
Jesus nos dá o conhecimento da Família Trinitária.
Deus não está só, por que o
amor se dissipa, expande. O amor quer amar, o amor existe para amar e Deus se
nos apresenta as três pessoas para vermos que quem ama quer amar outro ser de
igual valor. Assim Deus Pai ama infinitamente o Filho, o Filho ama infinitamente
o Pai e o Pai e o Filho ama infinitamente o Espírito Santo que os ama
infinitamente. A Trindade é amor infinito compartilhado. Assim nasce o Dogma
da Santíssima Trindade, não como uma imposição da Igreja ou de forma
arbitrária, mas como fruto da Revelação dada por Jesus.
Assim é formado o dogma: A Trindade é Una. Não professamos três deuses, mas só
Deus em três pessoas: "a Trindade consubstancial". As pessoas
divinas não dividem entre si a única divindade, mas cada uma delas é Deus por
inteiro: "O Pai é aquilo que é o Filho, o Filho é aquilo que é o Pai, O
Espírito Santo é aquilo que são o Pai e o Filho, isto é, um só Deus por
natureza". "Cada uma das três pessoas é esta realidade, isto é, a
substância, a essência ou a natureza divina". As pessoas divinas são
realmente distintas entre si. "Deus é único, mas não solitário".
"Pai", "Filho", "Espírito Santo” não são
simplesmente nomes que designam modalidades do ser divino, pois são realmente
distintos entre si: "Aquele que é o Pai não é o Filho, e aquele que é o
Filho não é o Pai, nem o Espírito Santo é aquele que é o Pai ou o
Filho". São distintos entre si por suas relações de origem: "E o
Pai que gera, o Filho que é gerado, o Espírito Santo que procede". (CEC 253 - 254).
Certamente é um
Mistério, mas mistério revelado como mistério, por que foi Jesus que nos
revelou a Trindade e sabemos que é mistério. Temos que perceber que é algo
ininteligível, mas não é absurdo. Percebemos o Mistério, tocamos no Mistério,
sentimos, nos relacionamos com Eles – Pai, Filho e Espírito Santo – e diante
desta grande muralha intransponível só temos uma coisa a fazer – ADORAR. Sim
temos que Adorar em Espírito e Verdade. Para nós, deve ser um aprendizado,
que a cada dia, em nossa oração pessoal, devemos fazer a experiência com cada
pessoa da Trindade. Devemos orar ao Pai, adorar o Filho, Adorar o Espírito
Santo e buscar uma intimidade com cada um. Não podemos esquecer que são
PESSOAS e que nos chamaram a uma relação pessoal. A iniciativa foi deles e
nós não podemos perder esta oportunidade de sermos amigos de Deus.
Adoremos a Trindade
e seremos atraídos, por seu Amor, a viver em Seu Reino.
Solenidade
da Santíssima Trindade
9ª Semana Tempo Comum
1ª Leitura – Dt 4,32-34.39-40
O Senhor é
o Deus lá em cima no céu e cá embaixo na terra, e não há outro além dele.
Salmo - Sl 32,4-5.6.9.18-19.20.22 (R.12b)
R. Feliz o povo que o Senhor
escolheu por sua herança.
2ª Leitura - Rm 8,14-17
Recebestes
um espírito de filhos, no qual todos nós clamamos: Abá - ó Pai!
Evangelho - Mt 28,16-20
Toda a
autoridade me foi dada no céu e sobre a terra
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sábado, 30 de maio de 2015
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