quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

31 de Dezembro - Dia de São Silvestre
Embora seu nome se confunda com a própria história da corrida de rua mais famosa do país, poucas pessoas sabem quem foi o santo, cuja festa acontece no último dia do ano. Natural de Roma, São Silvestre foi papa e governou a Igreja de 314 a 355 d.C, ano em que morreu, exatamente no dia 31 de dezembro. A Igreja Católica escolheu esta data para canonizá-lo.
A Corrida de São Silvestre é a mais antiga, tradicional e prestigiosa corrida de rua no Brasil. Reconhecida como o principal evento internacional do atletismo de rua na América Latina, realiza-se anualmente na cidade de São Paulo no dia 31 de dezembro.
Numa viagem à França, em 1924, Cásper Líbero assistiu a uma corrida noturna em que os corredores carregavam tochas de fogo. Entusiasmado, resolveu promover, naquele mesmo ano, algo semelhante em São Paulo. Assim, à meia-noite de 31 de dezembro, daquele ano foi instituída a Corrida de São Silvestre que reunia os atletas da cidade e ganhou o nome porque esse era o santo do dia.
A prova passou, em mais de 70 anos consecutivos de realização, por inúmeras transformações e cresceu: dos apenas 60 participantes da primeira edição, a corrida passou a registrar mais de 10 mil inscrições nos últimos anos, incluindo a presença das maiores expressões do atletismo mundial.
A São Silvestre tornou-se internacional a partir de 1945, quando abriu espaço aos atletas de todas as partes do mundo. Quando a ONU instituiu o Ano Internacional da Mulher, em 1975, a competição passou a incluir a participação das mulheres.

Atualmente, tanto a largada quanto a chegada da prova de 15 km, acontecem à tarde em frente à sede da Fundação Cásper Líbero, no número 900 da Av. Paulista. Os milhares de atletas dividem-se nas categorias masculina e feminina e por faixas etárias, dentro dos critérios de regulamento estabelecido pelo jornal, patrocinador do evento

Violência virou problema de Estado-Maior - Arnaldo Jabor


Sempre que escrevo sobre a violência me dá uma sensação de inutilidade. Quando vejo os movimentos de solidariedade, bandeiras brancas, pombas da paz, atores nas ruas, burgueses falando em cidadania, me dá uma sensação de perda de tempo.
Nós tratamos os criminosos como se fossem “desviantes” de nossa moral, como gente que se “perdeu” da virtude e caiu no “pecado”, no mundo do crime. Não é nada disso. Eles são os novos empregados de uma multinacional. O único emprego que lhes foi oferecido no último século: a megaempresa da cocaína. Ela trouxe o poder sobre as comunidades que, somado à ignorância e à miséria, criou a crueldade sem limites, à bruta guerra animalesca. Os bandidos violentos são quase uma mutação da “espécie social”, fungos de um grande erro sujo do qual nós somos cúmplices.
Hoje, nós é que ficamos caretas diante deste mundo periférico que não se explica, gerando outra ética, funérea, sangrenta. A miséria armada é uma outra nação, no centro do Insolúvel. Essa gente era anônima; estão ganhando notoriedade na mídia. São vazios objetos de uma corrente de pó; nós, pequenos burgueses, é que víamos neles uma vaga consciência “política” de marginais. Achamos até que eles querem calar a imprensa. Nada. Mataram por matar, chamaram o Tim de X-9 e “já era” – disseram eles.
Nós é que estamos lhes fornecendo uma “ideologia”. Mas, não quero ficar deitando sociologia barata sobre a violência. Quem sou eu? Mas, vejo com um mínimo de bom senso que os vilões também somos nós. Eles são a prova de nosso despreparo. Os incapazes somos nós, ainda crentes de leis inúteis, coerções superadas, de polícias falidas. Nós não fizemos nada quando as favelas eram pequenas. A miséria era dócil – podia ser ignorada. Agora, se não agirmos, isso vai virar uma endemia eterna. A lei não consegue nem instalar anti-celulares nas cadeias e fica encenando comboios para a mídia, com cem policiais para levar o Beira Mar para outra cadeia.
Ninguém consegue resolver nada porque os instrumentos de defesa pública estão engarrafados numa rede de burocracias, fisiologismos, leis antigas, velhos conceitos que são facilmente superados pela eficiência “pós-moderna” dos bandidos, diretamente ligados ao ato, ao fato, à instantaneidade do mal e sem freios éticos. Eles têm a mesma vantagem dos terroristas. Muito lero-lero racionalista ocidental, ciência, democracia e, aí, chega um arabezinho maluco com uma bomba e arrasa o shopping center.
Eles são uma empresa moderna. Nós somos o Estado ineficiente. Eles agilizam métodos de gestão, são rápidos e criativos. Nós somos lentos e burocráticos. Eles lutam em terreno próprio. Nós, em terra estranha. Eles não temem a morte. Nós morremos de medo. Eles são bem armados. Nós, de “trêsoitão”.
Eles ganham muita grana. (Um “aviãozinho” de 15 anos ganha mais por semana que um PM por mês.) Eles estão no ataque. Nós, na defesa... Nós nos horrorizamos com eles. Eles riem de nós. Nós os transformamos em superstars do crime. Eles nos transformam em palhaços. Eles são protegidos pela população dos morros, por medo ou vizinhança. Nossas polícias são humilhadas e ofendidas por nós.
Ninguém suborna bandido. Eles compram policiais mal pagos. Um que ganha 700 paus por mês não tem ânimo para combater ninguém. Eles não esquecem da gente nunca, pois somos seus fregueses. Nós esquecemos deles logo que passa uma crise de violência.
A droga e as armas vêm de fora. Eles são globais. Nós somos regionais. Alguma vitória só poderá vir se desistirmos de defender a “normalidade” de nosso sistema, pois não há mais normalidade nenhuma; precisamos de uma urgente autocrítica de nossa ineficiência. O combate ao crime passa pelo combate ao nosso descaso e incompetência. A luta contra o tráfico, é óbvio, começa lá longe, nas fronteiras. Por lá entram as armas e o pó. Não adianta subir e descer de morros. Temos de fechar as fronteiras.
A luta contra o crime não é mais uma luta policial; não é mais a Lei contra o Pecado. Não. O crime cresceu tanto que se tornou um problema de Estado-Maior. Sim. Trata-se uma luta política e, mais que isso, uma luta policial militar. Acho que tem de haver sim uma séria articulação das Forças Armadas com as polícias. Tem de haver generais estudando estratégias e logísticas de cercos e ataques. Meses de estudo, planos secretos, dinheiro, muito dinheiro e milhares de homens com armas modernas. E tudo isso coordenado com campanhas de esclarecimento e de proteção às comunidades que eles “protegem”.
“Ahh... – alguns vão gritar – o Exército não foi treinado para isso!” Pois, que seja treinado. Trata-se de uma guerra. Ou não? Não combateram a guerrilha urbana, com implacável ferocidade e competência?
Aposto que outros dirão: “O Exército não é para crimes comuns; é para guerras maiores...” Para quê? A invasão da Argentina? A guerra que se anuncia é subversiva no pior sentido. Não aspira a uma ordem nova. Só quer uma vingança obtusa e a manutenção da miséria como refúgio. No fundo, muitos não admitem a ação das Forças Armadas, porque desejam ocultar a derrota de um sistema legal e policial.
Pois que seja. Nosso fracasso tem de ser assumido. Do contrário, continuaremos atrás das grades de nossos condomínios, dizendo: “Que horror!” para sempre.
Crime hediondo é que isto não seja uma prioridade nacional. A tragédia das periferias brasileiras me lembra um terremoto ignorado, para o qual ninguém enviou patrulhas de salvamento. Já houve a catástrofe e todos nós tentamos esquecê-la, trêmulos de medo, blindados, com os “socilites” cheirando o pó molhado de otários, perpetuando esse poder paralelo, que tende a crescer

quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

DESAPEGANDO DE 2015 >> Carla Dias >>

O ano vai acabar. Por mais que eu não dê muita bola para calendário, é ele quem rege a nossa existência. Vivemos à mercê do que ele define, lutando para que ele não nos defina também. Sendo assim, o ano vai acabar, e este quase acabou conosco durante o processo.

Acontece que, por mais complicado que 2015 tenha sido, aconteceram bons momentos. Foram mais raros? Talvez. Mas os dias deste ano que vai acabar daqui a pouco, nem todos foram tiranizados pelas tragédias, pelas ações inconsequentes, pela insanidade de quem empobrece o povo no dinheiro, nos direitos e no respeito.

Para mim, 2015 tem sido uma corda bamba coletiva. Muitos pensaram que fossem se espatifar no chão, sem direito a socorro. E se sentiram tão desolados por conta da sensação de que não havia o que ser feito para iluminar um tantinho que fosse tal íngreme caminho. Muitos se espatifaram mesmo. Alguns abraçaram a ousadia de não permitir que esse tombo os definisse. Outros escolheram aceitar a condição de levado à lona e sobreviveram ao silenciar seus desejos e buscas. De uma forma ou de outra, a maioria de nós experimentou das mancadas de 2015.

Decidi me apegar ao melhor do ano. Não, não me rendi à autoajuda ou ando entoando por aí que é só pensar que dá certo, porque não acho que seja bem assim. Mas analisei a situação, e todas aquelas emoções desandadas, tão poderosas e frutos de consequências indigestas provocadas por ações equivocadas, não podiam se sobrepor aos pequenos — e significativos —acontecimentos que se enredavam entre eles.

Em 2015, eu terminei de escrever um romance, comecei outro e assinei com uma editora para publicar um livro de contos em 2016. Vi ondas quebrando na Praia de Copacabana, conversei com alguns ídolos e com amigos, tão ídolos quanto. Estudei inglês com mais ousadia, assisti a muitas séries e filmes bacanérrimos, comecei a perder peso, estudei bateria, o que não fazia há muito tempo. Tornei-me tia-avó pela segunda vez, tia pela nona. Sobrevivi ao destempero de alguns, e até ao meu. 

Apesar de todas as questões pessoais, profissionais e coletivas, como cidadã desse mundo, houve sonho sendo sonhado até de olhos abertos. Realizações? Algumas, mas nem por isso menos importantes do que as muitas que em outro calendário eu realizei.

2015 pode ter sido um ano difícil. Não menos importante ou desprovido de motivos para se celebrar a vida.

quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

Independente dos afazeres da Natureza e das pessoas, os  365 dias do ano não esperam por ninguém.
Mal passamos por janeiro e fevereiro, não demora muito e  lá vêm outra vez   o Natal e  o Ano Novo.
 Soldados, generais, deputados, presidentes, médicos, empresários, padres, pastores, operários, crianças, mendigos, prostitutas, criminosos, todos se submetem à lei e à ação do tempo,  que se “impõem”, paradoxalmente,   democráticos.
 Já imaginou se o dia, para nascer,  tivesse que esperar a maré subir ou descer?
Um pôr de sol “congelar” para que um casal de namorados possa ter mais tempo para juras de amor? A noite se estender por mais tempo para encobrir um roubo ou uma ação de guerra?
Não! O tempo não espera algo ou alguém. Não transige. Ao contrário, é igual, redondo, exato, se  milimetricamente cronometrado.
 Tem a lenda do galo que acreditava  que, para amanhecer, precisaria  cantar. Um dia farreou demais com a galinha, dormiu mais da conta e,  quando acordou,  o sol já estava alto…
 Mamãe me dizia: “O tempo é o melhor remédio para todos os males. Basta esperar. Mas o  tempo,  é bom que se diga,  não espera…”

José Machado, José Machdo Júnior, Mayara, Eduardo Augusto, Bruna Raquel e Igor José, por ordem decreescente de tempo.
 Mesmo assim, com essa onipresença e onipotência, muitos tentam se eximir da mão poderosa do tempo. O melhor seria aceitá-lo, aproveitá-lo, enquanto é tempo.
Do tempo, diz-se que  tem duas caras. Se bem aproveitado, será um grande aliado. Se não, será seu pior inimigo.
Mário Lago dizia que “o tempo não comprou passagem de volta”. Portanto, viva sempre a favor do tempo, sabendo que perder tempo é desperdiçar a vida, e correr contra o tempo é maltratar o coração.
O que é seu chega com o tempo. O que não é,  vai-se com ele.  Lembre-se de Millor Fernandes: “Quem mata o tempo não é assassino. É suicida”.
Para os mais sofisticados, surrealisticamente falando, Platão disse: “O tempo é a imagem móvel  da eternidade imóvel”. Plutarco aliviou: “O tempo é o mais sábio dos conselheiros”.
Cazuza, exaltando Quintana, cancionou que “o tempo não para”… Só a saudade é que faz as coisas pararem no tempo.
Como Mário Lago, fiz um acordo de coexistência pacífica com o tempo. Nem ele me persegue, nem eu fujo dele. Um dia a gente se encontra.
Para os erros, perdão. Para os fracassos, uma nova chance. Para os amores impossíveis, o tempo.
O tempo é algo que temos grande dificuldade em administrar. Estamos sempre a um passo atrás ou à frente.
Para terminar, alerto: ou a gente passa o tempo ou o tempo passa a gente. E não deixe a borracha do tempo me apagar do seu coração.
+++
Homenagem a todos os meus amigos do Facebook  e do blogdomachado.com.br, quando se finda mais um ano, espaço de tempo padrão para a Humanidade.
Espero que tenham tempo de ler toda a crônica. Feliz 2014!
José Machado

O ABECEDÁRIO DE DEUS

 

Quanta saudade nos traz a lembrança da primeira escola, onde fomos alfabetizados! Tempo de descobertas, tempo de surpresas, tempo de desafios! Alguns estudaram na escolinha da roça, onde aprenderam a tabuada e o á-bê-cê. Outros, de origem urbana, recordam-se com doçura do pré-primário. Mas cada um de nós tem uma história para contar sobre aqueles primeiros anos!


O abecedário mais popular em todo o Brasil durante muitos anos foi “Caminho Suave”, ainda publicado e utilizado por alguns professores. Eu, entretanto, aprendi a ler e a escrever com a cartilha “Convite à Leitura”. Mas todas as cartilhas propiciavam ao infante a mesma oportunidade: familiarizá-lo com as letras, as sílabas, os formatos de escrita e de imprensa e, finalmente, com a leitura de todos os textos em português.

Comumente, antes da era da pedagogia construtivista, nossos mestres nos ensinavam a formar sílabas: bê-á-bá; cê-á-cá, de-á-dá, etc. E as primeiras letras que aprendíamos eram A-B-C-D. O nosso alfabeto inicia-se com essas letras. E ABCD é sinônimo de alfabeto.

Hoje, contudo, aprenderemos um outro alfabeto, não mais pelo abecedário dos homens, mas pelo abecedário de Deus. No nosso alfabeto as primeiras letras são ABCD. No divino, as letras principais são OBDC.

Qual o significado de O-BÊ-DÊ-CÊ ? Sem dúvida, trata-se de uma ilustração, que vem em boa hora para ajudar-nos a nos comunicar de forma satisfatória com o nosso Criador.  A linguagem através da qual nos comunicamos com Deus é a linguagem da OBEDIÊNCIA, da submissão, da entrega voluntária da nossa vontade e da aceitação da vontade de Deus para as nossas vidas. Obediência é a linguagem que move o coração de Deus.

Vejamos então: o que nos lembram cada uma das letras que formam esse acróstico?

terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Esperança
Que nesse ano Deus nos ensine a Paz, e que estejamos todos prontos para ouvir,
Que os nossos erros não sejam o nosso fardo,
Mas a experiência para decisões melhores,
Que nesse ano a religião não seja razão para o ódio, e que os inocentes sejam sagrados,
Que as diferenças não justifiquem problemas,
Mas que mostrem soluções diferentes,
Que nesse ano toda criança possa brincar, e que elas tenham brinquedos verdadeiros,
Que seus pais não justifiquem discórdia hoje,
Mas que falem dos sonhos de um futuro feliz,
Que nesse ano a força seja das boas palavras, e que as palavras sejam ouvidas,
Que o poder não derrube paredes sobre as pessoas,
Mas que destrua barreiras entre elas,
Que nesse ano as nações sejam unidas,
E que a união tenha significado e seja respeitada,
Que os governantes não se esqueçam que a história não eterniza a vida, frágil e passageira,
Mas apenas pensamentos e ações,
Que nesse ano a natureza seja mãe,
E que, como filhos, tenhamos por ela o amor e o cuidado devidos,
Que as ações pelo Planeta não sejam assinadas apenas pelas nações que compreendem os problemas,
Mas também por aquelas que os causam…

Sentimentos
Fogos, luzes, abraços, amigos, beijos, família, sorrisos, lágrimas Velhas promessas, novas esperanças,
Lembranças de momentos felizes,
Lembranças daqueles que amamos e que, por alguma razão, não estão conosco,
Silêncio, em honra daqueles que natureza chamou,
Instante de compartilhamento da dor das famílias,
Instante de desejar que as feridas sejam rapidamente cicatrizadas,
Que as lágrimas de cada uma dessas pessoas
Sejam beijadas por anjos no Ano Novo
CRÔNICA DE UM COMPLÔ CONTRA O PRESIDENTE DA AILCA
                                               Fortaleza, 26 de dezembro de 2015.
"Verba volant, scripta manent" ("As palavras voam, os escritos permanecem)
        Prezados confrades- membros da Diretoria da AILCA,
        A menos de um mês para encerrar-se o meu mandato à frente da AILCA, desejo agradecer-lhes a colaboração prestada nesse período, o qual não foi tão tranquilo como era minha expectativa.
        Não sou adepto de teorias conspiratórias. Contudo, sou um atento observador dos fatos, mormente quando seu encadeamento me leva a deduções lógicas e irrefutáveis. Por isso, desejo deixar por escrito o que aconteceu com relação à minha pessoa a partir de janeiro de 2014, quando fui eleito para presidir a Academia Ipuense de Letras, Ciências e Artes.
        Tudo começou com o falecimento da acadêmica Maria da Conceição Viana, irmã da também acadêmica Natália Maria Soares Viana Lopes, ocorrido pouco antes da sessão solene marcada para 16.01.15.
        Três dias antes da referida sessão, recebi um telefonema do acadêmico Sebastião Valdemir Mourão que, em tom impositivo, solicitou o cancelamento do evento, alegando que a Academia deveria unir-se à família da falecida no luto que cumpria, principalmente da parte de sua irmã Natália. Respondi-lhe que isso, àquela altura, não seria recomendável, uma vez que todos os acadêmicos já haviam sido avisados. Além do mais, na reunião em lide, dar-se-ia a posse de dois novos acadêmicos: Emmanuel Teófilo Furtado Filho e José Maria Bonfim de Moraes.
        A partir de então, começaram a intensificarem-se fatos hostis à minha pessoa. A acadêmica Natália, alegando luto, passou a não participar das reuniões da Academia, chegando ao ponto de, na sessão de 08.05.15, adentrar o recinto da sede, retirando-se, em seguida, inopinadamente, sem dar qualquer justificativa a mim, que presidia a mencionada sessão. Considerei tal gesto altamente desrespeitoso e contrário ao mínimo de civilidade que deve caracterizar um membro de nossa Entidade.
        Em 12 de junho do ano em curso, a acadêmica Maria de Lourdes Mozart Martins Moura entregou-me um Ofício renunciando à função de Diretora de Publicações e Marketing, alegando razões de ordem pessoal. Em consequência, tive de assumir suas atribuições, deixando de editar a Folha Acadêmica por absoluta falta de tempo, já que exerço a função de Diretor Administrativo-Financeiro da Fundação de Cultura e Apoio ao Ensino, Pesquisa e Extensão (FUNCEPE), aqui em Fortaleza. Posteriormente, fui informado de que a acadêmica em questão aceitou ocupar a mesma função na chapa da candidata Natália.
        No dia 22.08.15, data marcada com grande antecedência para a sessão solene que, entre outras coisas, iria homenagear o Município de Ipu, convidei a Diretora Sócio-Cultural, Maria das Graças Aires Martins, para comparecer, às 8h: 30, à sede da Academia, na casa Oswaldo Araújo, a fim de, conjuntamente, tratarmos de aspectos relativos à referida sessão. Lá ela não compareceu, fazendo-me esperar, na rua, por mais de uma hora, já que uma das chaves da casa estava em seu poder. Após esse longo tempo, entrei em contato com a Secretária-Geral, Francisca Ferreira do Nascimento, que, prontamente, dirigiu-se ao local onde me encontrava, e abriu a casa.
        Depois da supracitada sessão, tomei conhecimento de que a acadêmica Natália Maria Viana Soares Lopes já havia formado uma chapa para concorrer à eleição de janeiro de 2016. Soube, também, que a referida confreira já mantivera contatos com vários membros da atual Diretoria, menos com o presidente. Estranhei tal comportamento, uma vez que, em quase 10 anos de existência da AILCA, as eleições foram realizadas com transparência e, não raro, o presidente em fim de mandato comandava o processo sucessório. Por que fazer as coisas "por debaixo dos panos", alijando o presidente do processo?  Não creio ser esta a receita para a manutenção da paz do Colegiado.
        Outra acadêmica, Maria Eunice Martins Melo Aragão (minha prima), grande amiga de Maria das Graças, somente compareceu, ao longo de meu mandato, a uma única reunião por mim presidida, a do dia 16.10.15. Já nas reuniões presididas pelo Vice-Presidente Manuel Evander Uchôa Lopes, sua assiduidade foi total. Vale assinalar que, nas duas primeiras reuniões do ano de 2014, estive pessoalmente na residência da citada acadêmica, convidando-a a comparecer, o que, não sei por que razão deixou de acontecer. Vão vendo por aí a série de "coincidências" acontecidas entre algumas acadêmicas de Ipu e este que vos escreve.
        Em 15.09.15, recebi do acadêmico Sebastião Valdemir Mourão, o e-mail abaixo:
  "Favor retirar as contribuições da revista de minha autoria e do J.P. Mourão. Não participaremos desse número. Grato e favor registrar recebimento deste e-mail." mourao v
        Posteriormente, vim, a saber, que o confrade em questão faz parte da suposta chapa eleitoral da Natália.
        Por fim, quero relatar um fato bastante desagradável envolvendo esta presidência e as irmãs Aires Martins. Maria das Graças, a diretora Sócio-Cultural, tem por costume fazer despesas sem me consultar. Somente após o fato consumado, sou chamado a pagar a conta. Por ocasião do falecimento do Dequinha, esposo da acadêmica Eunice, ela adquiriu uma coroa de flores ao preço de R$ 90,00, comunicando-me "a posteriori." Não obstante discordar da forma como a coisa foi conduzida, paguei a despesa por considerá-la justa. Posteriormente, Maria das Graças, novamente sem me consultar, adquiriu, pelo mesmo preço, outra coroa de flores para homenagear a ex-sogra da acadêmica Aldânia Maria Lima Soares Matos. Registre-se que Aldânia separou-se, há anos, do filho da citada senhora (esqueci o nome) e hoje tem outro companheiro. Por seu turno, seu ex-companheiro vive atualmente com outra companheira. Achei que, no caso, a AILCA não deveria arcar com a despesa, cabendo à diretora, se assim o desejasse, prestar à falecida a  homenagem que lhe aprouvesse, por conta própria.
        Pois bem. No último dia 6 do corrente, recebi um e-mail da acadêmica Ana Lucila Aires Martins, irmã de Maria das Graças, cobrando-me, em termos bastante incisivos, a despesa em questão. Respondi-lhe que, no caso, não caberia à AILCA arcar com essa despesa pelas razões expostas no item anterior. Em tom bastante impositivo, Ana Lucila respondeu que minha resposta havia sido bastante grosseira, que a AILCA iria honrar esse débito e que sua irmã não iria pagá-lo do bolço (sic) dela. Respondi-lhe, então, que bolso se ercrevia com s e não com ç, estranhando que uma acadêmica incorresse em erro tão crasso. Em resposta, Ana Lucila disse que não me autorizava a corrigi-la, pois ela escrevia do jeito que queria. E disse mais: sua irmã não era funcionária para cumprir horário e que a mesma não tinha obrigação de se comunicar comigo. Pela primeira vez, em minha longa carreira na área administrativa, tomei conhecimento de que alguém de escalão inferior pudesse sobrepor-se ao presidente de uma organização.
        Ante o exposto, prezados confrades, concluo que foi engendrado em Ipu, por parte das supracitadas confreiras e do confrade acima mencionado, um complô visando desestablizar a minha gestão, dificultando, ao máximo, minhas ações de caráter administrativo. Nunca destratei nenhuma delas ou o referido confrade, mas o inverso aconteceu, conforme pode ser deduzido do presente enunciado. Ademais, preocupa-me o fato de que todos os personagens aqui referidos compõem a chapa encabeçada por Natália Maria Viana Soares Lopes. A propósito, soube através de um ipuense que Maria das Graças convocou, numa certa manhã, um radialista para, na casa Oswaldo Araújo, fazer propaganda em favor da candidatura de sua amiga Natália. Que saudades do espírito de transparência e cordialidade que anteriormente prevalecia na Academia!
        Termino citando a genial frase do poeta Fernando Pessoa, o qual, em sua clarividência, afirmou que "tudo vale a pena se a alma não é pequena."
        Desejo a todos vocês que o ano de 2016 seja proveitoso e repleto das bênçãos de Deus.
                                               Cordialmente,
                                               Cláudio César Magalhães Martins
                                                     Presidente da AILCA





segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Bica de Ipu
Na qualidade de filho de Ipu, foi com imensa tristeza que li, no O POVO, a matéria “Barragens e desvios ilegais de água secam a Bica do Ipu” (16/11), que descreve a situação em que está a Bica de Ipu, principal cartão-postal da cidade e um dos mais destacados pontos turísticos do Ceará.
O problema é antigo. Desde minha infância, nos idos da década dos anos 1950, comentava-se, na cidade, que agricultores proprietários de terras na região da Serra da Ibiapaba represavam as águas do riacho Ipuçaba para irrigar suas plantações. Nunca, no entanto, a Bica havia secado. O problema se agravou ultimamente, uma vez que, além desses, donos de carros-pipa se apropriam da água para vender, auferindo lucro. Eis aí uma nova versão da abominável indústria da seca, que prosperou no Nordeste em tempos que já pareciam pertencer ao passado.

É doloroso chegar ao Ipu e visualizar o paredão rochoso de onde corria a Bica sem a belíssima queda d’água que lhe dava vida e encanto. Tal fato se deve não apenas à longa estiagem que afeta o Ceará, mas à ganância dos agricultores e dos donos de carros-pipa, supracitados, que demonstram total desprezo para com o município e, sobretudo, para com as leis ambientais que visam coibir tais abusos. A consequência desses desmandos foi o desaparecimento total da famosa queda d’água onde, segundo a lenda, a índia Iracema costumava banhar-se.

De acordo com a reportagem acima mencionada, a legislação que coíbe tal prática se fundamenta no decreto que criou a APA em que está a Bica de Ipu, abrangendo uma área de 3.484,66 hectares. Entre as ações proibidas pelo referido decreto, está a implantação de ações potencialmente degradadoras e a intervenção em nascentes e encostas.

E aqui vai um apelo às nossas autoridades, principalmente à Secretaria de Recursos Hídricos (SRH) e à Secretaria Estadual do Meio Ambiente: apliquem a lei ambiental! Salvem a Bica de Ipu!

Cláudio César Magalhães Martins
claudiocmartins@msn.com


Presidente da Academia Ipuense de Letras, Ciências e Artes
O amor e a vida.
A vida e o amor.

É comum escutarmos a frase: “O amor supera tudo”, e assim pessoas vão atribuindo ao amor uma força solitária, como se apenas o fato do amor ter aparecido não precisa de mais nada. Veja bem, Deus proporcionou a vida na Terra e para cada vida, fez surgir a oxigenação necessária para manter-se com vida, assim é o amor; o amor e a vida, ambos precisam de cuidados que solitários não conseguirão, basta olharmos para uma planta abandonada sem água, sem sol e logo perceberemos que ela  está prestes a morrer. Se olharmos para um animal abandonado sem carinho, sem alimentação e sem os cuidados que precisa, certamente perceberemos que ele não terá vida longa e assim também se olharmos para natureza sem os cuidados do homem perceberemos que não a teremos exuberante e ela também cessará. Assim é o amor, quem ama cuida esse é o primeiro princípio para que o amor tenha vida.
Muitas vezes buscamos em livros de autoajuda, nas mensagens das redes sociais e nas palavras de conforto dos amigos, amigas e familiares as respostas que buscamos para os conflitos que surgem nas relações de afeto, de amor, seja com irmão, amigo, pai, mãe, namorado, namorada, esposo, esposa, familiares, seja com seu amor de qualquer “natureza” enfim (...). Queremos muitas vezes escutar aquilo que nos convém, ou as palavras e sugestões que estejam ao nosso favor, e que nos coloque numa situação de “vítimas”, de magoados, de fragilizados, no entanto não percebemos que em qualquer relação, a regra mais simples de entendermos o que precisamos para não deixar morrer a vida do amor, vem do manual que Cristo nos deixou que diz : Amarás o teu próximo como a ti mesmo.( Mateus 22:37-40). Ai está um ensinamento de Cristo que poucos conseguem seguir, pois ainda conhecemos muito pouco sobre o amor, somos pobres do AMOR PURO, sem hipocrisias, pois as nossas imperfeições nos dominam e acabam nos tornando competitivos diante do amor e assim vamos tirando a pureza do sentimento mais nobre que existe e dando espaço à mesquinhez que o mundo nos oferece, por meio de sentimentos que não nos enobrecem, como essa coisa de não se perceber matando o AMOR, por simplesmente acreditar que o AMOR NÃO MORRE que é imune ao desprezo, sofrimento, as decepções, aos medos, as discórdias (...).
Gosto de lembrar algumas frases muito sábias que minha amada mãe gostava de dizer: “Quando uma pessoa doa muito em uma relação e recebe pouco em troca, acaba se cansando, a ingratidão perde afeição. "Não faça aos outros o que você não quer que seja feito a você" (também chamada de “regra do ouro”),
Quantos pais e mães se perdem desse amor grandioso, que tão fortemente os unem em laços sagrados, por falta de diálogo, respeito e por iniciarem uma batalha de poder na relação “eu mando você obedece”, “eu sou filho(a) e você tem obrigação”,  e mais ou menos assim vão matando o amor  e mesmo que amor de pai e mãe, reviva no primeiro momento de sufoco do filho ou vice versa, o amor já terá perdido muito tempo de vida porque quando o amor adormece, de certa forma ele morre, pois deixa de viver porque não há tempo que volte.
Quantos amigos deixaram de se falar simplesmente porque o outro (a), em determinado momento, não correspondeu aos anseios do outro e assim mataram uma relação de tantos sorrisos, de momentos maravilhosos, de muitas ajudas mútuas e deixaram de viver tudo que há para viver numa relação de amor de amigo. O AMOR se torna verdadeiro quando aprendemos a enxergar além de suas imperfeições, pois em se tratar de coração todos são frágeis.
Quantos namorados, maridos e esposas, mesmo se amando interromperam uma relação por falta de compreensão, de perdão, e esqueceram que de que noventa por cento de felicidade que viveram juntos, dez por cento de decepção não deveria ser uma arma forte para tirar a vida do amor. Amar é ter disposição para fazer o bem e sobretudo perdoar.
O amor supera tudo quando apenas uma das pessoas que ama tem a capacidade de suportar?
Razão e coração, mentira quem diz que escuta o coração nas decisões que envolvem o AMOR, na maioria das vezes o que se apresenta em suas decisões são verdades que a razão te mostra, produzidas pelo orgulho e se camuflam moldando e induzindo um coração magoado. A voz do coração é difícil de escutar quando se está com raiva, triste, decepcionado, magoado, traído. Enquanto não nos despirmos das querenças em torno das expectativas que criamos do outro, para satisfazer o nosso desejo de ter em nosso convívio as pessoas que amamos da forma que idealizamos. Isso não nos colocará inteiramente no lugar do outro e assim vamos matando o amor.
Amar é uma arte e precisa retratar a beleza de tudo, até mesmo quando tudo for tristeza. Nas alianças entre os casais que se amam, existem promessas de viver um amor  na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, mas não é o que vemos acontecer normalmente. Por que será que tantos casais que se amam vão matando o amor lentamente no dia a dia e se perdem de um sentimento tão nobre e no final se contentam com a explicação de que não era amor verdadeiro. Em algum momento foi verdadeiro sim, o que acontece muitas vezes é que alguém mata o seu amor ou você deixa morrer.
A arte não é ensinada, ela brota, é dom Divino e vai se aperfeiçoando de uma forma cujo nosso entendimento é incapaz de explicar, mas nossos olhos brilham com a beleza da arte e nosso coração pulsa de felicidade. Assim é o amor.
Sou professora de matemática e acredito na importância do meu trabalho, mas antes de ser professora sou gente e gente tem conhecer o amor, pois é essa, a essência da vida e serve para tudo que fazemos. Aprender a amar deveria ser para todos tão importante quanto é para um professor e um aluno, que socializam regras, normas, fórmulas(...). Aprender a amar é uma necessidade básica e urgente de todo ser humano. Sou uma eterna aprendiz da arte de amar, vivo na busca de aprender a amar, pois esse é um exercício diário indispensável, o melhor e principal aprendizado da vida de uma pessoa, pois sem saber amar, de nada adianta a inteligência intelectual, habilidades múltiplas... somos fracassados quando não nos dispomos a aprender a amar. Não me atrevo a ensinar a amar como ensino a matemática, com regras, fórmulas, não me atrevo explicar a arte de amar de outra forma que não seja amando.
Num coração de quem ama o amor tem reflexo de DEUS, no coração de quem é amado também. Salve o amor, o amor precisa de vida e a vida precisa do AMOR.
MARIZETE XIMENES

26 /12/2015

sábado, 26 de dezembro de 2015

Aninha Martins Tempo que foge!
Ricardo Gondim

Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui para frente do que já vivi até agora. Sinto-me como aquele menino que ganhou uma bacia de jabuticabas. As primeiras, ele chupou displicente, mas percebendo que faltam poucas, rói o caroço.

Já não tenho tempo para lidar com mediocridades. Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflados. Não tolero gabolices. Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram, cobiçando seus lugares, talentos e sorte.

Já não tenho tempo para projetos megalomaníacos. Não participarei de conferências que estabelecem prazos fixos para reverter a miséria do mundo. Não vou mais a workshops onde se ensina como converter milhões usando uma fórmula de poucos pontos. Não quero que me convidem para eventos de um fim-de-semana com a proposta de abalar o milênio.

Já não tenho tempo para reuniões intermináveis para discutir estatutos, normas, procedimentos parlamentares e regimentos internos. Não gosto de assembléias ordinárias em que as organizações procuram se proteger e perpetuar através de infindáveis detalhes organizacionais.

Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas, que apesar da idade cronológica, são imaturos. Não quero ver os ponteiros do relógio avançando em reuniões de “confrontação”, onde “tiramos fatos à limpo”. Detesto fazer acareação de desafetos que brigaram pelo majestoso cargo de secretário do coral.

Já não tenho tempo para debater vírgulas, detalhes gramaticais sutis, ou sobre as diferentes traduções da Bíblia. Não quero ficar explicando porque gosto da Nova Versão Internacional das Escrituras, só porque há um grupo que a considera herética. Minha resposta será curta e delicada: – Gosto, e ponto final! Lembrei-me agora de Mário de Andrade que afirmou: “As pessoas não debatem conteúdos, apenas os rótulos”. Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos.

Já não tenho tempo para ficar dando explicação aos medianos se estou ou não perdendo a fé, porque admiro a poesia do Chico Buarque e do Vinicius de Moraes; a voz da Maria Bethânia; os livros de Machado de Assis, Thomas Mann, Ernest Hemingway e José Lins do Rego.

Sem muitas jabuticabas na bacia, quero viver ao lado de gente humana, muito humana; que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com triunfos, não se considera eleita para a “última hora”; não foge de sua mortalidade, defende a dignidade dos marginalizados, e deseja andar humildemente com Deus. Caminhar perto dessas pessoas nunca será perda de tempo.

Soli Deo Gloria.
01 de Janeiro - Dia Mundial da Paz

No dia 1º de Janeiro celebra-se o Dia Mundial da Paz. Não poderia haver data melhor. A cada ano que começa é como se zerássemos tudo e começássemos de novo. Tudo pode ser esquecido e, sobretudo, perdoado, condição essencial para a paz.

Em uma época de tantos conflitos, de tanta desigualdade e sofrimento, o novo ano surge como uma possibilidade de fazermos tudo diferente e melhor. Além da paz mundial e da paz em nossa sociedade, precisamos também exercê-la em nossas relações, cultivando a paz de espírito.

Como o dia 1º de janeiro foi escolhido pela ONU como o dia da Confraternização Universal, muitos países também comemoram essa data com esse sentido de confraternização.


Simplesmente Crônicas

Senhoras,
Senhores,
Caro Professor Francisco de Assis Martins,
 Boa Noite!

Lugar melhor não havia para o lançamento de Simplesmente Crônicas do que na Casa d’Aula. Foi neste lugar especialmente neste pátio que muitas crianças brincaram nos momentos de recreação quando aqui era a Casa d’Aula. Posso ouvir as gargalhadas, a fala das crianças e a escolha de quem iria participar das brincadeiras. O cheiro do momento também posso sentir. Nossa! quanto tempo! Não fiz parte desta geração mas qual motivo de ser transportada para aquele tempo? Ora é simples, um contador de histórias tem o poder de fazer o ouvinte, o leitor ser transportado sem que ele queira para um determinado momento da História.
Caro Professor Francisco de Assis Martins, Simplesmente Crônicas tem o poder de levar, de transportar o leitor para infinitos momentos da História desta cidade. Foi esta sensação que senti ao ler Simplesmente Crônicas, viajei por vários momentos da História de Ipu, senti cheiros, ouvi vozes, parei, chorei, senti saudades, saudades de um tempo que não era meu, mas que fiz parte daqueles momentos, até sorri, encontrei pessoas, pessoas de várias gerações que também passaram pela História e tiveram as mesmas sensações que eu.
 As crônicas contidas neste livro carregam muitas responsabilidades, pois o passado às vezes transforma a vida de muitas pessoas no presente, eis o motivo das pessoas guardarem um segredo, uma verdade por tanto tempo e quando esta verdade é revelada toda uma vida ou vidas se transformam ou desmoronam para sempre.
Todas as crônicas me chamaram a atenção, porém escolhi apenas duas especialmente porque fizeram parte da minha vida, foram momentos de felicidade, de alegria, momentos saudáveis que pude viver ao lado de pessoas que ainda vivem e outras que já se foram. As crônicas  O Carnaval de Ipu e O Dia 21 de janeiro  trazem um cheiro e uma   cor que todas as gerações passadas e presente podem sentir e enxergar se assim desejar.
O Carnaval de Ipu especialmente na década de 80 e 90 atraia a juventude não somente Ipuense, mas de toda a região e Capital. O domingo de carnaval na Bica do Ipu, era o momento mais esperado pela juventude da minha época, não tinha “bandas grandes” era apenas uma banda pequena tocando as marchinhas de carnaval e as músicas da Banda Chiclete com Banana, mas a felicidade contagiava os jovens. Interessante, o espaço onde se encontrava os foliões era pequeno mas cabia todos e todos brincavam, dançavam, paqueravam e quantos casamentos que ainda hoje resistem ao tempo nasceram nos carnavais da Bica do Ipu. Quantos amores não evoluiram, quantas lembranças, quantos desencontros, quantos mal entendidos, enfim quem ainda volta fica imaginando, sonhando com aqueles momentos, e podem senti  e ouvi o  cheiro, as músicas, a alegria estampada no rosto dos foliões que brincavam felizes o carnaval na Bica do Ipu. A paquera do dia continuava à noite no Grêmio Ipuense   e quando o namoro dava certo, era casamento no ano seguinte. Simplesmente Crônicas faz isso com o leitor, transporta o leitor para um momento, para o lugar de memória que ele passou, para um momento vivido, a sensação é de rejuvenescer, parece que a gente fica na adolescência na proporção que vai lendo. E quando  a crônica  não tem nada a com a gente a gente passa a viver a vida alheia. É um livro mágico, mexe com sentimentos, com o passado, com os lugares de memória desta cidade, faz a gente senti saudade, chorar até.
Quanto a crônica Dia 21 de janeiro não é diferente, a algazarra é a mesma. A juventude alvoroçada esperando a festa dançante. O lugar já não é o mesmo mas o sentimento permanece para alguns jovens. Outro dia fiquei horas conversando com um amigo sobre a população Ipuense dos anos 80 e 90, época da minha adolescência  e do meu amigo falávamos como a nossa geração era maravilhosa, o Grêmio Ipuense cabia todos nós e ainda os jovens que vinham de outras cidades. As festas eram saudáveis, as paqueras, os namoros, os encontros no Pavilhão, não tínhamos celular, mas os encontros aconteciam. No dia 19 de janeiro na época era a Black Banda que fazia o maior sucesso, depois foram outras. Hoje o Grêmio Ipuense é pequeno quando tem uma festa com uma banda de sucesso.  E assim a cidade cresce, a juventude aumenta ninguém conhece mais ninguém. Nos anos 80 e 90 todos se conheciam, sabiam de quem eram filhos, o que faziam, onde estudavam, os desafios eram maiores, mas as amizades eram mais sinceras, os amigos eram para sempre.
Quando breve envelhecer sentirei saudades dos momentos da minha juventude, e sou ciente, o que vai sobrar para as gerações futuras serão os livros, crônicas como estas que foram escritas pelo escritor Ipuense Francisco de Assis Martins – respeitosamente Professor Mello. 
Com este livro é possível que a História de Ipu permaneça viva para sempre.

Obrigada pela oportunidade de poder externar meus sentimentos da juventude através de Simplesmente Crônicas.
Francisca Ferreira

Ipu, 17 de agosto de 2013.