Dança do Pau de Fita
A Dança Pau de Fitas é uma tradição
milenar, originária do meio rural que aparece em alguns países
latino-americanos como: a Espanha, Inglaterra e outras regiões da Europa. Este
tipo de dança também já existia na América, muito antes de seu descobrimento e
os maias ainda incluem em seus costumes. Aparece ainda, entre os mineiros de
Nuanda, no Peru, no século XVIII. Em São Benedito de Los Andes, na Venezuela,
foi registrada dança semelhante aos pau-de-fita dançados aqui no Brasil.
Em tribos pagãs essa coreografia tinha o
significado de dança da fertilidade. Era executada em torno de um totem na
forma de membro viril, em que as mulheres estéreis realizavam um culto, fazendo
evoluções e invocando a proteção dos deuses para por fim à esterilidade.
Em muitas partes da Europa, na primavera
ou no princípio do verão, ou mesmo no dia do solstício de verão, era e ainda é
costume ir passear pelos bosques, cortar uma árvore e leva-la para a aldeia,
onde era erguida em meio à alegria geral. A intenção deste costume era levar
para cada uma das casas da aldeia, as bênçãos que o espírito da árvore tem o
poder de conceder. Até hoje, mastros de maio, adornados de flores e fitas, são
levantados são levantados no primeiro dia do mês de maio, tendo como objetivo,
atrair o frutificante espírito da da vegetação, recém-desperto pela primavera.
No Brasil, esta dança, é encontrada em
vários estados, fazendo parte do repertório de grupos folclóricos de várias
etnias. Existe ainda em várias comemorações, como nas Festas do Rosário em
Minas Gerais, onde os caboclinhos desenvolvem a coreografia, no bumba-meu-boi
nordestino, com o nome de folguedo-da-trança, e nas festas do Divino, no Estado
de São Paulo, com o nome de dança das fitas.
Nos países de origem portuguesa, ela
geralmente está associada à Dança dos arcos e flores e à Jardineira. A
apresentação desta dança é uma das mais bonitas do folclore catarinense. Para o
seu desenvolvimento é necessário um mastro com cerca de três metros de
comprimento, encimado por um conjunto de largas fitas milticoloridas. Os
dançadores, sempre em número par, seguram na extremidade de cada fita e, ao som
de músicas características, giram em torno do mastro, revezando os pares de
modo a compor trançados no próprio mastro, com variados e coloridos desenhos.
Em Santa Catarina há o”Tramadinho”,
“Zigue-Zague”, “Zigue-Zague” a dois, “Trenzinho”, “Feiticeira” e “Rede de
Pescador”. Segundo Doralécio Soares, existem traçamentos em que são
homenageadas pessoas ou entidades, cujo nome vai aparecendo no ato do
trancamento.
No Amazonas é conhecida com o nome de
“Tipiti” e apresenta grande variedade de tessituras, com denominações diversas:
“Caracol”, “Tipiti de um”, “Tipiti de dois”, “Tipiti de três, “Tipiti de
quatro”, “Trança”, “Rede”, “Crochê” e “Floreado”.
No Rio Grande do Sul, popularizou-se como
dança de pares ensaiados, elaborada por grupos específicos que desenvolvem
coreografias para apresentá-la em festas especiais. Chefiados por dois
participantes denominados Mestre Leão e Senhora Dona Mestre, o grupo realiza
evoluções em torno de um mastro de mais ou menos 3 metros de altura e 4 cm de
diâmetro, de onde pendem fitas de mais ou menos 4 metros de comprimento, com 1
ou 2 cm de largura. O objetivo da coreografia é realizar, por meio de
movimentação das fitas seguras pelas mãos dos dançarinos, figuras no mastro.
Estes trancamentos ou figuras tomam o nome de: “Trama”, “Trança” ou “Rede de
Pescador”. O número de casais dançantes tem sempre de ser par, para que os
desenhos no mastro possam ser realizados. Os passos utilizados para realizar os
movimentos durante a dança são normalmente os de rancheira, valseados que têm
marcação forte no primeiro compasso.
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