segunda-feira, 29 de junho de 2015

Mastro de São João
Pó de café, ovos, grãos, açúcar. No buraco do mastro de São João misturam-se as oferendas que garantem boas colheitas e prosperidade.
Ainda me lembro menina surpresa com a cena. Jogar ovos no buraco. Quanta comida! Ovos se espatifando na madeira. Quero jogar também.
Um dia, consegui jogar a misturança. Cargo de importância, jogar oferendas.
Erguer mastro é sempre um acontecimento. Só depois que o mastro está erguido a festa começa. E depois, durante todo um ano, ele aguenta firme, a desbotar. Às vezes se rasga, vira um trapo, um vestígio.

A tradição de erguer o mastro finca as origens em ritos de solstício de verão europeu. Os portugueses trouxeram essas tradições para o Brasil. A quadrilha vem de uma dança de salão francesa do século 18, “quadrille”. Os padres jesuítas introduziram as festas juninas e por volta de 1600, muitos séculos atrás, já se comemorava o nascimento de São João.
São João é festeiro, gosta de música, de fogos. Tem a companhia de um carneirinho, que carrega no colo. “Acordai, acordai, acordai João.” João dorme e precisa ser acordado para a festa de seu aniversário. É dia 24.
Essa história eu escrevi especialmente para levar na festa da escola do Francisco.São João adora fogueira.
PULA A FOGUEIRA
autor: João B. Filho

Pula a fogueira Iaiá,
pula a fogueira Ioiô.
Cuidado para não se queimar.
Olha que a fogueira já queimou o meu amor.

Nesta noite de festança
todos caem na dança
alegrando o coração.
Foguetes, cantos e troca na cidade e na roça
em louvor a São João.

Nesta noite de folguedo
todos brincam sem medo
a soltar seu pistolão.
Morena flor do sertão, quero saber se tu és
dona do meu coração.




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