domingo, 31 de agosto de 2014


Declaração de amor ao Ipu

Sempre levei o nome do Ipu pelas minhas andanças pessoais e profissionais pelo mundo: as tradições das famílias Xerez e Azevedo, a bela Bica, os festejos religiosos de São Sebastião, a arte e cultura que me fazem sentir orgulho de um pedaço do Ceará de nome composto por apenas três letras, mas de um grande sentimento que, tantas vezes, parece não caber no peito. Após mencionar a “Terra de Iracema”, quase sempre perguntaram:
-Ah... Você nasceu em Ipu?
Durante muito tempo respondi ao “pé da letra”:
-Amo o município, não nasci, mas meus pais, avós e muitos dos meus familiares são de lá.
As sucessivas perguntas plantaram a semente da reflexão sobre o amor: um sentimento tão Divino que independe das convenções dos homens, de limites territoriais. Pensamentos que se confundiram com todos os aromas, imagens, sabores, sons, sensações físicas que vivenciei no Ipu e ficaram guardados em algum lugar da cabeça e do coração.
Certa vez surgiu a seguinte pergunta:
-Você é filha de Ipu?
E a resposta surgiu automaticamente:
-Não, sou neta.
Dizem que “vó é mãe com açúcar” e “vô é pai duas vezes”. E como é bom correr para o colo de Ipu sempre que consigo escapar das correrias cotidianas.  Como é gratificante aprender com seu exemplo. Como é maravilhoso receber carinho dobrado quando se está perto ou longe.
Nossos laços são fortes. É lindo ouvir o soar que vem da Igreja Matriz, sentir o cheiro da Bica e sentir a presença de tantos parentes e amigos independentemente de onde estou. Mas o amor é assim. Só ele explica o inexplicável.

*Em homenagem aos meus avós Luiz Aragão Xerez (in memoriam), Tereza de Souza Aragão Xerez, Elias Azevedo (in memoriam) e Raimunda Azevedo (in memoriam). Com todo amor que o amor permite.
(Lívia Xerez).

                                                   

Arranjo em estrofes, do capítulo inicial de Iracema, sem acréscimo       ou diminuição de uma vírgula, por Soares Feitosa



Verdes mares bravios de minha terra natal,
onde canta a jandaia
nas frondes da carnaúba;
verdes mares, que brilhais
como líquida esmeralda
aos raios do sol nascente,
perlongando as alvas praias
ensombradas de coqueiros.

Serenai, verdes mares e alisai
docemente a vaga impetuosa,
para que o barco do aventureiro
manso resvale à flor das águas.

Onde vai a afouta jangada,
que deixa rápida
a costa cearense, aberta
ao fresco terral a grande vela?
..................
...........
.....
...

Além,
muito além
daquela serra que ainda azula
no horizonte, nasceu
Iracema.

Iracema,
a virgem
dos lábios de mel, que tinha os cabelos
mais negros
que a asa da graúna
e mais longos
que seu talhe de palmeira.

O favo do jati não era
doce como seu sorriso;
nem a baunilha recendia
no bosque como seu hálito
perfumado.

Mais rápida que a ema
selvagem, a morena virgem
corria o sertão e as matas
do Ipu, onde
campeava sua guerreira tribo,
da grande nação tabajara.
O pé, grácil e nu,
mal roçando,
alisava
apenas a verde pelúcia
que vestia terra com as primeiras águas.

Um dia, ao pino o sol,
ela repousava em um claro
da floresta.
Banhava-lhe
o corpo a sombra da oiticica,
mais fresca do que o orvalho da noite.

Os ramos da acácia silvestre
esparziam flores sobre
os úmidos cabelos.

Escondidos na folhagem
os pássaros
ameigavam o canto.

Iracema saiu do banho; o aljôfar
d'água ainda a rorejava,
como à doce mangaba que corou
em manhã de chuva.

Enquanto repousa, empluma
das penas do gará as flechas
de seu arco e concerta
com o sabiá
da mata
pousado no galho próximo,
o canto agreste.

A graciosa ará, sua companheira
e amiga, brinca
junto dela.

Às vezes sobe aos ramos
da árvore e de lá chama
a virgem
pelo nome;
outras, remexe o uru
de palha matizada,
onde traz a selvagem seus perfumes;
os alvos fios de crautá,
as agulhas de juçara com que tece
a renda,
e as tintas
de que matiza o algodão.

Rumor suspeito
quebra
a doce harmonia
da sesta.

Ergue a virgem os olhos,
que o sol não deslumbra;
sua vista perturba-se.

Diante dela
e todo
a contemplá-la,
está
um guerreiro estranho,
se é guerreiro e não
algum mau espírito
da floresta.

Tem nas faces o branco
das areias que bordam o mar,
nos olhos
o azul triste das águas
profundas.
Ignotas armas
e ignotos tecidos cobrem-lhe
o corpo.

Foi rápido, como o olhar,
o gesto
de Iracema.
A flecha
embebida no arco
partiu.
Gostas de sangue borbulham
na face
do desconhecido.

De primeiro ímpeto,
a mão lesta caiu
sobre
a cruz da espada.

O moço guerreiro aprendeu
na religião de sua mãe, onde
a mulher
é símbolo
de ternura e amor.
Sofreu mais
d'alma do que da ferida.

O sentimento que ele pôs
nos olhos e no rosto
não o sei eu.

Porém a virgem lançou
de si o arco e auiruçaba, e correu
para o guerreiro, sentida
da mágoa que causara.

A mão que rápida ferira,
estancou mais rápida
e compassiva
o sangue que gotejava.

Depois Iracema quebrou a flecha homicida;
deu a haste ao desconhecido,
guardando consigo
a ponta farpada.

O guerreiro falou:

— Quebras comigo a flecha da paz

— Quem te ensinou, guerreiro branco,
a linguagem
de meus irmãos?

Donde a estas matas,
que nunca viram
outro guerreiro como tu?

— Venho de bem longe,
filha das florestas.
Venho das terras
que teus irmãos já possuíram,
e hoje têm os meus.

— Bem vindo seja o estrangeiro
aos campos dos tabajaras,
senhores das aldeias, e à cabana
de Araquém,
pai de Iracema.


sábado, 30 de agosto de 2014



Era o Ipu do BANCO DOS VELHOS, o ferro e a madeira mudo e indiferente a tudo, inerte indiscreto a todos ouvia silenciosamente. Era o palco onde era recebida a peça “Vocês Sabiam? e estão dizendo por aí”. O elenco formado por Xavier Timbó, Parnaibano, José Bessa Belém, Vicente Belém Rocha, Antonio Carvalho Martins, 
Antonio José de Vasconcelos, José Dias Martins, Joaquim Dias Martins e outros.
O cenário se apresentava quase sempre colorido pelo mesclado variado da vida e o comportamento da juventude; e esta por sua vez alcunhou o pobre banco que ficava no Jardim de Iracema que somente ouvia de: “O Banco dos Velhos”.
A marcha do progresso acabou destruiu o célebre BANCO tão querido e apreciado. O que não só se viu e muito mais ouviu ficou soterrado no esquecimento. Arrancaram-no e com ele os seus companheiros, o gradil do Jardim foi desfeito e as rosas bonitas e perfumadas nada mais restou.E hoje revivendo o passado, te perguntamos, onde te levou o progresso? E os que te acolheram para os seus encontros? “Banco dos Velhos”, na recordação dos que te queriam bem continuas vivo, intacto e intocável, na saudade que ainda guardam em te os que te apreciavam, na recordação indelével e a tristeza porque já não mais existe.

sexta-feira, 29 de agosto de 2014



A HISTÓRIA DO JARDIM 26 DE AGOSTO.
INAUGURADO EM 26 DE AGOSTO DE 1940
POR OCASIÃO DAS COMEMORAÇÕES DOS 100 ANOS DE EMANCIPAÇÃO POLÍTICA DO MUNICÍPIO DE IPU.

JARDIM 26 DE AGOSTO
1840 - 1940



Aproxima-se o 26 de agosto de 1940. Reuniões, comentários, sugestões e por fim os acertos para comemorar o 1º Centenário de Emancipação Política do Município de Ipu.

Era Prefeito Municipal de Ipu, Dr. Francisco das Chagas Pinto da Silveira.

Teve uma programação muito especial às comemorações que marcaram os 100 Anos de Emancipação Política de Ipu, todas realizadas com muitas pompas e entusiasmo. Consta na programação o seguinte:

Às 6 horas:- Hasteamento da Bandeira Nacional no Paço Municipal:
Presença dos alunos da Escola Pública e do “Educandário Ipuense”.

Às 7 horas:- Missa solene em ação de graças, na Igreja Matriz, celebrada pelo sacerdote virtuoso e ipuense, Pe. Antonino Cordeiro Soares, vigário de Campo Grande hoje Guaraciaba do Norte.

Às 8 horas:- Inauguração do Jardim de 26 de Agosto e do monumento comemorativo do centenário, com a presença do Sr. Prefeito Municipal de Ipu, Dr. Francisco das Chagas Pinto da Silveira, Dr. Edgard Miranda de Paula Pessoa, Juiz de Direito, representante do Instituto Histórico do Ceará, Dr. Eusébio Néri Alves de Sousa, dos Srs. Prefeitos de Campo Grande, São Benedito, Crateús e Massapé, Dr. Valença Junior do Serviço de Peste, Dr. Ubaldino Souto Maior, ex-Juiz de Direito da Comarca de Ipu, Comerciantes e Sociedade em Geral.

Em seguida foi lido o Decreto que criou o Logradouro e Monumento que até hoje chamamos de Estátua da Liberdade.
Fincada no centro da praça para marcar a nossa emancipação, política administrativa, liberdade, portanto sonhada é feita realidade.

Art. 1º Do Decreto:- fica denominado “JARDIM 26 DE AGOSTO” o logradouro público construído pela Prefeitura na Praça Cel. José Liberato.

Art. 2º – Revogam-se as disposições em contrário ao presente decreto, que entrará em vigor na data de sua publicação. Prefeitura Municipal de Ipu, 26 de agosto de 1940. (assinado)
Dr. Francisco das Chagas Pinto da Silveira - Prefeito Municipal.

O Jardim se compõe de uma Estátua (simbólica) da Liberdade erigida no centro do Jardim, apoiada sob um pedestal de granito, no qual figuram duas placas de motivos indígenas e regionais e duas outras com inscrição na integra da lei de nº 200, de 26 de agosto de 1840.

A Avenida se completa além da estátua da Liberdade de Bancos caracteristicamente toscos meio quadrados nunca visto por este escriba em outros logradouros. Rodeado por postes de médio porte trabalhado em concavidades formando na sua parte superior ou no seu capitel um globo leitoso que ofuscava ternamente nas amenas noites do Ipu.

Ainda como parte da programação às 15 horas aconteceu uma sessão lítero musical no Paço Municipal onde estiveram presentes as seguintes autoridades:
Os Srs. Prefeito Municipal, Dr. Chagas Pinto, Dr. Edgard Pessoa, Dr. Eusébio de Sousa, Padre Antonino Cordeiro Soares, Dr. Raimundo Justo Ribeiro, e José Osvaldo Araújo que ocuparam e compuseram a mesa principal.

Estiveram ainda presentes: Elisio Aguiar, Agripio Soares, Francisco Felizola, Abdoral Timbó, Manoel Bessa Guimarães, Temoteo Chaves, Dr.Thomaz Corrêa Aragão e outros tantos. Vários oradores foram ouvidos em seus discursos, o “Canto Orfeônico” apresentou duas canções do nosso cancioneiro popular e com a palavra facultada usou da mesma o Escritor, Historiador e Poeta Osvaldo Araújo que nos finais do seu pronunciamento, pediu um minuto de silencio pelos ipuenses que já haviam partido para eternidade e depois de um Viva vibrante pelo Presidente dos trabalhos foi em seguido cantando por todos os presentes o Hino Nacional Brasileiro, ficando assim encerrada a sessão.

Depois foi lida e aprovada a Ata redigida por Osvaldo Araújo e assinada em seguida pelas seguintes pessoas: Dr. Chagas Pinto, Pe. Antonio Cordeiro Soares, Raimundo Justo Ribeiro, Dr. Eusébio de Sousa, José Osvaldo Araújo, Manoel Bessa Guimarães, Abdoral Timbó, Dr. Thomaz Aragão, Francisco Julio Felizola, Temoteo Ferreira Chaves, Agripio Soares, Elisio Aguiar, José Maria Sabino, Osório Martins, João Bessa Guimarães, Augusto Passos, José Raimundo de Aragão Filho, Tenente José Pio de Sousa, Francisco Carvalho Aragão, Raimundo da Silva Mourão, Valdir Viana Barbosa, Antonio Teodoro Soares Frota, Heleno Gomes de Matos, João Mozart da Silva, João Alves de Miranda, Alfredo Silvano Gomes, Francisco Corrêa de Castro e Sá, Raimundo Castro Brandão, Odulfo Alves de Carvalho, Francisco Elmiro Martins, Antonio Cícero e Silva, Juvêncio César Tavares, Cesário Pereira Martins, Antonio Rodrigues Martins, Antonio Martins Jorge, Maura Sales Aragão, Raimundo Martins Jorge, José Taumaturgo Furtado, Leocadio Ximenes Aragão, Gonçalo Soares de Oliveira, Joaquim Soares de Paiva, Francisco Soares de Paiva, Antonio Pereira Martins, Murilo Mota Dias, Pedro Felix de Oliveira, Francisco Aragão Xerez, Francisco Victor de Mesquita, Gonçalo Soares Sobrinho, Luiz Belém, Manoel Pinto da Silveira, Inácio Martins Memória, Joaquim Porfírio de Farias, José Soares de Oliveira, Lídia de Aragão Pinto Silveira, Aglaê Osório de Sousa, Anisia Aragão e Silva, Maria Cia Aragão, Mariêta Santos Aragão, Francisca Iraci Aragão, Carmosinda Xerez Máximo, Maria Vasconcelos Sabino, Antonio Alves de Oliveira, Albertina Pereira de Sousa e José Bessa.

Antes, porém usaram a palavra o Sr. Prefeito Municipal que ressaltou a importância da efeméride e ao mesmo que relembrou os primórdios do Ipu, sua origem a sua evolução até tornada-se independente de Campo Grande hoje Guaraciaba do Norte.

Manoel Bessa Guimarães foi outro orador que enfatizou de maneira brilhante a grandeza da data ao mesmo tempo em que relatou o processo de ensino-aprendizagem que se encontrava em plena ascensão, sendo um destaque em toda Região as nossas Escolas fazendo desta forma uma erradicação substancial no analfabetismo. Priorizou o comércio, a saúde e a cultura como fatores primordiais e indispensáveis ao progresso de uma cidade.

Osvaldo Araújo, em linhas rápidas e eloquência fluente, traçou o perfil de ilustres filhos da terra efetivando em todos os sentimentos de amor a terra e dedicação especial à causa pública de pura notabilidade estabelecida pelos filhos de tão bendito torrão.

A verve, a fluência e criatividade do ipuense são características sem par. Para o primeiro centenário de Ipu Zezé do Vale compôs a extraordinária Valsa que ainda hoje cantamos até mesmo como hino para homenagear a sua terra quando se fez centenária, Passados do Meu Ipu, cantada solenemente pela voz orgulho de Ipu, Wilson Lopes, que extravasou todo sentimento de amor e carinho a sua amada terra, berço seu e de muitos outros que souberam acaricia-la com a maviosidade das canções melodiosas e harmoniosas que ora enfocamos.
Passados do Meu Ipu é uma louvação das mais abençoadas que encontramos no sentimento de Zezé do Vale com interpretação de Wilson Lopes.
Nos seus versos distinguimos uma Questão do Vestibular da U.F.C. em 1999; é a seguinte: “Tens o Véu de Noiva do Ipuçaba”.

Para documentar toda passagem do aniversário de cem anos do Ipu, foi escrito um documentário que foi chamado de: “ÁLBUM COMEMORATIVO DA PASSAGEM DO 1º CENTENÁRIO DE FUNDAÇÃO DO MUNICÍPIO DE IPU”, contendo além de discursos algumas fotografias de filhos ilustres de Ipu e ressaltando-se com distinção três filhas do Dr. Eusébio de Sousa, ex-Juiz de Direito de Ipu e grande amante da terra que destacou com veemência a história de nossa cidade, um filho adotivo que muito amou a Terra de Iracema e que contribuiu grandemente para divulgação de sua história. Nas suas pesquisas e estudos Ipu realmente é uma palavra Onomatopaica que significa “queda d’água”.
São inúmeras as fotografias contidas no Álbum Centenário de 1940, que aqui ressaltamos algumas: Palacete Iracema, Altar de São Sebastião, Velho Tamarineiro, Praça 26 de Agosto, e muitas outras não faltando à encantadora e distinguida Bica do Ipu.
Na sua capa de autoria do artista Franz Lietz, é uma apoteose a tudo que a Cidade possuiu naquela década. O mapa do município assemelhando-se a uma bota dá uma conotação dos lindes municipais que muito distinguiram Ipu na sua história centenária.
Telegramas dos mais diferentes seguimentos sociais, oriundos do governo do Estado, do Poder Judiciário, da Imprensa de todo Estado do Ceará, Prefeitos da circunvizinhança, o Clero, e Filhos e amigos de Ipu.


A nossa Praça 26 de Agosto difere muito do nosso Jardim de Iracema, mesmo porque passou a ser frequentada por pessoas que naqueles tempos eram chamadas de segunda classe, coisa que nunca deveria ter acontecido, pois somos iguais e não merecemos isso. Hoje vemos como a sociedade convive abolindo todos os preconceitos que acontecia em tempos que consideramos remotos.

Mas mesmo assim não deixa e nem deixou de existir o lirismo e as costumeiras juras de amor que sempre acontecem com os casais que a frequentavam, mesmo assim porque hoje apesar de sua reforma considerando a sua estrutura principal não mais os casais apaixonados, é uma Praça que está servindo mais ao feirante que nas noites que antecedem as grandes Feiras Livres do Ipu, ali frequentam como ponto de apoio ou até de descanso. Está revestida de uma grama que tapetou todo seu quadro onde outras plantinhas também florescem e enverdecem a Praça de uma história das mais significativas para a vida Política e Autônoma do nosso Município.
Os oradores que desfilaram e que eloquentemente se manifestaram a respeito da data que se emancipara o fizeram com muito amor a terra e resgataram em suas palavras as figuras ilustres que contribuíram para formação social, educacional, econômica e cultural da terra de Iracema. Não faltando as referencias a forma de Governo que no momento era vivido por todo brasileiro. A estiagem verbaliza cada orador como testemunhos dos cansaços quase latentes de uma vida de sofrimentos experimentado por todos Nordestinos especialmente o Cearense do Ipu.
Sentimos ao recapitular a história que aqui relatamos o empenho e o compromisso de cada filho da terra que acima de tudo visava o seu progresso e desenvolvimento em todos os setores e que até superavam as suas idéias sociológicas.
Um clima de moral e respeito era peculiar a toda família ipuense. Reservas morais se formavam a toda prova no seio da sociedade familiar ipuense. A Praça que marca a nossa emancipação tem um símbolo que teremos que garantir por muito tempo, a LIBERDADE, representada na sua estátua que de mão erguida ostenta a tocha de nossa autonomia respeitada e acatada pela Lei de nº 200 de 26 de agosto de 1840.
As homenagens ao Padroeiro São Sebastião também foram tonificadas no vernáculo dos oradores da festa da independência, que a aquela época (há um século), lança sobre todos que pairam sob os céus ipuense, os influxos divinos e da sua proteção e do seu amparo, até hoje vividos, mesmo quando completamos neste ano de 2005, 165 anos de liberdade cantada nos hinos de vitórias e conquistas no mundo moderno que ora atravessamos, está aí, na sua Igreja e nos céus de Ipu as suas bênçãos aos filhos de uma terra que tanto lhe ama e lhe Venera – SALVE SÃO SEBASTIÃO – SALVE IPU!

 Um ipuense que aprendeu a contar as estrelas nos céus do Ipu, ao canto pachorrento da cascata que chamamos de Bica.



quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Cortador de Banas. Tadeu Mercê, no Meu Quintal..
MESTRE

Professor ou professora: é um anjo, enviado por Deus, para dar NORTE a nossa vida.
Esse ser sagrado, não apareceu em nosso caminho apenas para nos ensinar a ler e escrever.
O mestre nos passa muito mais que uma lição de português, de geografia, história e etc. Nosso mestre, nos passa: caráter,preceito e dignidade. Isso ele nos passa muito mais com exemplo do que com palavras.
Aliás, para merecer esse nobre título de mestre; precisa antes de tudo ter um exemplo de vida á passar.
Eu fico deveras muito triste, quando vejo dar-se esse honroso título de mestre á um jogador de capoeira. – nada contra os capoeiristas – 
Porém, entendo como uma grande ofensa ao verdadeiro mestre: Jesus Cristo. Esse, ensinou muito mais com seu exemplo de vida e com seus atos que mesmo com suas santas palavras.. 
Quando o fariseu o convidou para jantar em sua casa, Jesus aceitou e foi. 
Ao chegar sentou-se a mesa; nesse momento entra na casa do fariseu uma mulher pecadora e se aproximando de Jesus por trás, ajoelhou-se aos pés do Mestre a chorando muito, banhou os pés de Jesus com suas lágrimas e os enxugou com seus cabelos. 
O fariseu vendo aquela sena,imaginou: se Ele fosse realmente um profeta, saberia quem está beijando seus pés.
Jesus, lendo os pensamentos do fariseu disse: Simão, havia um credor que tinha dois devedores; um lhe devia cinquenta denários, o outro devia quinhentos, como ambos não tinham com que pagar o credor os perdoou. Qual dos dois ficou devendo mais favores? Acredito que o que devia mais; acertou disse Jesus.
Cheguei em sua casa e não recebi o osculo de boas vindas, no entanto ele não para de beijar meus pés; tu não me ungiste; ela me colocou o melhor balsamo que possuía. Mulher, teus pecados estão perdoados; vá e não peques mais.
Esse exemplo de Jesus é um ensinamento até os dias de hoje.
Quantas vezes nessa vida nós somos esse fariseu!!!

segunda-feira, 25 de agosto de 2014


AMOR É um conceito divino É dimensão sem medida É viagem sem destino É melodia da vida... AMOR É um caminho sem fim É não ter que perdoar É não querer e dizer sim É dar tudo o que há p'ra dar !… AMOR É voz da razão que cala É ter dor e não sentir É o silêncio que fala É ver o mundo sorrir... AMOR É sopro de nostalgia É canção leve e suave É das trevas fazer dia É saber de quem não sabe. AMOR É bem mais que sentimento É sussurro de magia É da alma o alimento... AMOR É hoje aqui... Feito poesia !…
Banho Ipuense


Para banhar minha Terra

Desaba do paredão da Serra

Escorregando faceira
Formando as corredeiras
Do Ipuçaba lavando
Que desce rodopiando Por entre os capinzais
E faz feliz meu coração
Descompassado e magoado
Mas contendo tanta emoção

Tua água é cristalina
E trás também lá de cima
Um pouco de inspiração
Cada gota contém amor
Que até o Guerreiro ficou
Apaixonado pela morena
Esta cascata é um poema
Jorra poesia, é acalanto.
É inspiração deste meu canto
Traz paz, carinho e amor.



Corrinha de Melo Lima

Ipu, 04/09/2001.

O Comercio no alto dos 14.
A agricultura no Ceará nas décadas de 60 e 70 foi marcada pelo cultivo do algodão, oiticica, castanha de caju, e etc.
O comercio desenvolvia-se em função destas culturas, que aqueciam o mercado e programavam a indústria tão importante, aquela época, para a economia do Estado.
O Ipu viveu boa fase comercial de sua história, o movimento, “para aqueles tempos que já vão longe”, era intenso o movimento de caminhões e trens cargueiros que transportavam os referidos produtos para a capital cearense e até para fora do Estado.
Dos bairros mais antigos da cidade, o Alto dos Quatorzes, viveu uma era de glória, destacando-se como referencia no ramo do comercio, graças ao empreendedorismo dos comerciantes, ali residentes, dentre os quais se destacam: Obed Paulino atuava na parte alta do bairro, próximo a cancela onde funcionava o posto fiscal naquela época. Além de exímio negociante, seu Obed gozava do privilegio de ser irmão de Antenor Paulino, intermediários que fazia a ponte entre o comercio local a capital e outros centros comprando no atacado e transportando toda produção subsidiada pelos comerciantes do bairro até a cidade.

Pioneiro, no Alto dos Quatroze, Antonio Soares Lima foi uma personalidade marcante não só pela aptidão para o comercio, tino natural da genética dos Soares, mas também pela politica de subsistência que sempre norteou os rumos a seguir nos comércios a muitos ele ajudou dando emprego, oferecendo opções de Trabalho; ao agricultor financiava o plantio para receber na colheita, o que muito contribuiu para o sustento de muitas famílias.
Dos mais antigos negociantes ali chegaram pelos idos de 1932, instalado pequena mercearia para atender aos residentes e adjacentes, no trecho que corresponde hoje a Praça Doroteu na época chamada “Rodagem”, nome por ele batizado e que perdurou por muitos anos, logo criou uma fabrica de sandálias e cintos de couro, cujos funcionários eram Mestre augusto e Sebastiao Jorge, profissionais experientes na arte de lidar com couro.
Ao Sr. Manuel Pretinho fincavam as compras de melancia, para os mercados de Sobral de Fortaleza.
A família Biluca foi outra beneficiada pela visão otimista de seu Antônio. Joao, Sebastiao e Cuta Biluca, comercializavam produtos feitos de palha da carnaúba, coisas muito usadas e apreciadas naqueles tempos.
Seu vasto casarão de oito portas servia de armazém para os mais variados tipos de gêneros.
Era grande o movimento de clientes nos finais de semana. Dali saia carradas de algodão, mamona, oiticica, castanhas de caju para o mercado de Fortaleza.
Mas, Antonio Soares pode contar com a ajuda valiosa de sua esposa, Sebastiana Pontes, que teve relevante importância na jornada de ascensão comercial.
Outro comerciante de vulto foi o Joaquim Holanda Cavalcante, localizada onde funciona hoje a loja de carros, vizinho ao semáforo, e ainda tinha uma pousada onde hospedava os viajantes.
Escrito por; Irene Soares.
Conceituada Professora do Ipu.




domingo, 24 de agosto de 2014


Entre as grandes festas realizadas em Ipu, destacamos uma realizada em 20 de setembro de 1931, quando da inauguração da Energia Hidráulica vindo do pé da serra, assim como os trabalhos de prolongamento da Estrada de Ferro de Sobral a Ipu, em 10 de outubro de 1894. Outras grandes festas também aconteceram como a inauguração do Jardim de Iracema, em 07 de setembro de 1927, a inauguração do Grêmio Recativo Ipuense, as comemorações da Emancipação Política, acontecida em 1° de julho de 1886. A chegada das primeiras Irmãs de Caridade no Patronato e a sua inauguração se deu em 23 de setembro de 1951.


Açude “Bergdoff” foi construído no ano de 1888 um serviço de emergência na seca que ficou conhecida como “Seca dos Três Oito”. Sua construção foi na época do Império e recebeu o nome de “Bergdoff” por ser seu construtor um Russo com este nome.

O primeiro automóvel que rodou na cidade de Ipu foi em 1920, um carro velho trazido pelo Sr. José de Sá Roriz, quando da construção da Estrada de Rodagem de Ipu a São Benedito. Ainda no ano de 1920. Rodou também em Ipu neste mesmo ano o 1° caminhão de marca Ford, de propriedade do cidadão ipuense, o comerciante Manoel Marinho, da Mina. (Almanaque Ipuense; F.C. Paz – 1961 – pág. 57).

O PRIMEIRO AUTOMÓVEL E O PRIMEIRO CAMINHÃO NO IPU.
O engenheiro João Thomé de Sabóia, após tratar as obras de prolongamento da estrada de ferro de Sobral até Crateús, no ano de 1909, chega à primeira vez na cidade de Ipu, em um trem especial, desembarcando com seleta comitiva. Foi essa comitiva recepcionada na casa do coronel José Liberato de Carvalho. No trajeto da estação até aquela residência, as ruas foram enfeitadas de palhas de coqueiro, em duas alas.

Na parte final do trem

sábado, 23 de agosto de 2014


VIAGEM DE TREM AO IPU
Muitos não entenderam, ou sequer compreenderam as razões rígidas e abstrusas porque foram desativados os trens de passageiros da antiga RVC, atual RFFSA. O povo, massa sensível e indefensável, foi o grande prejudicado. Os tecnocratas de plantão, pouco se lixaram em subtrair das massas mais uma prerrogativa das já tenras e precárias da sua cidadania: o transporte coletivo ferroviário. Esta medida estúpida e impenitente foi uma falha terrível e hedionda da administração pública. Comparar as ferrovias a dinossauros inúteis e deficitárias em relação às rodovias, é realmente uma chalaça de muito mau gosto, só arquitetada por burocratas sevadijas e de má índole. Querem uma prova: no primeiro mundo das ferrovias são prioridade nacional, pois tanto servem para o transporte dos mais humildes, como dos mais abastados. O que falta aos nossos administradores estatais é tão somente esta simples e chã trilogia: ética, técnica e competência gerencial. Estas férulas políticas não nos vão desviar do assunto pautado. De logo, podemos afirmar que somos um aficionado pelas estradas-de-ferro. Essa querência tem muito a ver com a nossa cidade natal, que cresceu e se desenvolveu sob a influência do trem. Uma viagem ferroviária do Ipu a Fortaleza, ou vice-versa, durava 8 horas. Apesar das sacudidelas do comboio, podíamos nos movimentar livremente de um para os outros vagões e encontrarmos tempo para papear, ler e até dormir. Frequentemente incursionávamos até o vagão-restaurante, não apenas para matar a sede e a fome, mas para conversar com amigos. Os tempos passam, mas as lembranças ficam. E não há como esquecermos daquele panorama vivo e exuberante, que desfilava pelas janelas amplas e arejadas dos vagões. Até parecia cena cinematográfica, numa pantomima dos elementos em festa. Afinal, bica à vista e a locomotiva numa rápida e declinante tangente, emitia repetidos apitos, e com a sinfonia metálica dos breques em desaceleração, anunciava a sua próxima parada: a bela e arquitetônica gare Ipuenses.
















                                                                                                                                                             

Despenha-se da altiva Ibiapaba,Vomitando enxurrada pela boca
Revolta, em convulsão, a água desaba.
De noite a dentro, ela estrondeia e espouca,
Ruidosa, para o Ipu leva o ipuçaba…
- Amanhece. Seu noivo - o sol-lhe touca
Com diadema de luz que a fúria acaba.
Desperta em lânguido espreguiçamento
Noiva faceira - sensual se amanha,
De cristais rebrilhando em fragmento,
Beijando-a o sol em vibração tamanha!
E o branco véu se esvoaça solto ao vento
"Como um trapo de gaze da Bretanha".
      
HOMENAGEM A IPU 
Letra:- Maria Valdemira Coelho Melo
Música:- Maria Valderez Soares de Paiva

Aos clarões da Ciência nasceu
No mais belo pedestal de glória
Ao sopé da montanha se ergueu
Cantando os loiros da vitória.

Terra berço de imensa beleza
Da selvagem brejeira e linda!
Porte esbelto e suave lhaneza
Muito amor e graça infinda

Levemente ao sol matinal
A Cascata de luz se esvoaça.
É canção, melodia, é festival!
Dom de Deus és Divina Graça.

Salve Ipu! Geração forte e viril
Esplendor de uma aurora de luz!
Pedacinho de nosso Brasil
Em ti, tudo nos seduz!

Estribilho

Ipuense, avante! Exulta!
E a tua gleba engrandece
Trabalha, vence e luta.

Ela é Brasil, que cresce.

MUNGUBEIRA.

Á memória do Prof. Moacir Timbó.

Francisco das Chagas Soares.

Erguia-se a Mungubeira sonolenta
Frente ao Colégio e junto à velha Igreja
Abrigando na sombra benfazeja
A estudantada alegre e rumorenta

Aos golpes do machado, na tormenta,
O caule em dor se estorce, geme e arqueja.
Afinal, indo ao chão, range e estrondeja.
Toda a vasta ramagem opulenta.·.

Exposta ao Sol e ao fogo, ressequida,
A Mungubeira adusta é destruída
Na ardência da implacável combustão.

Predestinada ao bem deu sempre amor,
A Mungubeira difundiu calma e frescor.
E teve, em recompensa, a ingratidão!


Fortaleza, junho de 1994.

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Leis que Criaram a Cidade de IPU"





PASSADOS DO MEU IPU

Letra e música de: Zezé do Vale


Terra cheia de encantamento
E de eterna bondade,
Sempre no meu pensamento
No meu sonho de ansiedade
Quero cantar tua beleza
E o teu o doce passado
Terra do meu coração
E do meu amor
És toda minha adoração.

Terra do meu berço, ó meu poema.

Foste à preferida de Iracema

Que percorreu teus prados
                                       De esmeralda em flor                                            
Num lindo sonho de amor.

Tens o véu de noiva do Ipuçaba,
Num murmurejar, que não se acaba.
Terra querida, Ipu minha eterna saudade,
Quisera adormecer sorrindo
À luz do teu olhar
De prata e de amizade.

SAUDADES DO IPU


Desce triste para o chão
A cascata cor de prata
E véu de luz do luar
Sobre a serra, em luzes se desata.

No silencio do luar
Sob a paz das noites frias,
Soluça triste minh’alma
Nas asas de dor, da agonia.

Ó que santa poesia
Sobre as orquestrações das águas
Vou cantando triste
A minha dor suprema.
Na tortura do meu peito,
No cantar das minhas magoas.

Tudo anda a cantar
No azul da serra
Minh’alma erra
Seja bendita esta terra
De minh’alma
Cantando muito tristonho
Em noites calmas,
Que noites de amores
Suspiram flores,
Ao luar...
Amo a minha terra
Adormecida na serra