sábado, 30 de abril de 2011

Biografia Padre Nonato



No dia 30 de julho, os paroquianos de Ipu, juntamente com seu pároco, Pe. Nonato Timbó, estarão com todo júbilo, celebrando o 51º aniversário natalício do estimado sacerdote. Partindo do princípio, que se conhece um grande homem pela história e pelos seus feitos, relatemos aqui alguns dados da biografia deste grande sacerdote, que com destreza conduz o destino da paróquia de Ipu. Nascido na Fazenda Boa Vista, Hidrolândia – CE, em 30 de Julho de 1956, Padre RAIMUNDO NONATO TIMBÓ DE PAIVA, é filho de Manoel Alves de Paiva e Balizaria Camelo Timbó. Os pais o batizaram em 09 de setembro de 1956 na Paróquia de Santa Quitéria. Sua formação intelectual teve inicio na Escola Priscila Maciel de França, onde cursou o “antigo primário”. Estudou também no Ginásio Comercial Professor Evaristo Linhares Lima, em Hidrolândia – CE, Ginásio Municipal de Belford Roxo – RJ, encerrando a sua formação no Instituto de Teologia e Pastoral do Ceará – ITEP – em 1989. Pela UECE/UVA, Pe. Nonato validou o curso de Filosofia em Licenciatura Plena na cidade de Sobral em 1995. Ingressou no Seminário Regional Nordeste I no dia 08 de fevereiro 1984. Sendo seminarista da Diocese de Sobral, recebeu o Ministério de Leitor em 1988, o Ministério de Acólito em 1989, o Rito de Admissão ao Diaconato e ao Presbiterado em 1989. Foi ordenado diácono em 1990 e finalmente Presbítero, em 04 de janeiro de 1991, pelo então Bispo de Sobral, D. Walfrido Teixeira Vieira. Sendo Padre, foi diretor do ISTEP de Sobral, Reitor do Seminário Diocesano São José de Sobral, foi Vigário Paroquial de Meruoca, Vigário Paroquial da Paróquia do Patrocínio, Vigário Paroquial de Frecheirinha, Administrador Paroquial das Paróquias de Martinópole e Senador Sá. Foi também Vigário Geral da Diocese de Sobral (1998 – 2000), vigário Episcopal da Região Episcopal do Araras (2000). No período em que o episcopado da Diocese de Sobral ficou vacante (2004 – 2005), Pe. Raimundo Nonato exerceu o cargo de Administrador Diocesano da Diocese de Sobral, função que desempenhou até a nomeação de atual Bispo D. Fernando Saborido. Atualmente Pe. Nonato Timbó é pároco de Ipu, cargo que ocupa desde 09 de dezembro de 1999. Seu paroquiato é marcado pela habilidade que o mesmo possui em conduzir o rebanho de Cristo, destacando-se a construção e reforma de inúmeras capelas, bem como a criação de várias pastorais e grupos na paróquia. Destaca-se também o empenho do infante sacerdote, na preparação e criação da área pastoral de Pires Ferreira. É neste clima de gratidão e admiração pelo zelo apostólico, que Pe.Nonato tem pela paróquia, que as pastorais, os grupos, as capelas e os paroquianos, rogam a Deus pelo dom da vida de seu pastor. Parabéns Pe. Nonato, que o Senhor lhe conceda as Bênçãos Divinas sobre sua existência e sobre o seu sacerdócio!


(Fonte Site da Paroquia de IPU)

Ruas...



As ruas constituem um relicário de nossas alegrias e tristezas. O sacrário de nossas recordações. O ponto de referencia de nossa cidadania. O primeiro beijo, a bodega da esquina, o bêbado, o intelectual, o filosofo de pé de balcão, o catecismo que passam no caleidoscópio da nossa imaginação. A rua é o museu dos nossos sentimentos. Testemunha silenciosa dos nossos sonhos e frustrações. Os seus moradores embalam o saudosismo em tudo que se passou.

Não esquecendo que as ruas inspiram, funcionam como musa junto à árvore plantada e que serviu de abrigo para o primeiro encontro, para o primeiro abraço, para o primeiro afago, para o encontro de seresteiros que varavam as madrugadas em serenatas, tendo somente a lua como companheira.

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Caso do Frade



Uma história bastante triste e revoltante foi uma que ouvimos do Papai, do Frei Agostinho, Frade Carmelita que após a festa de nossa Senhora dos Prazeres, em Campo-Grande, hoje Guaraciaba do Norte, realizava uma passeata religiosa quando foi fortemente interrompida por algumas pessoas que não concordavam com o ato religioso chegando a levar o Frade à prisão e espancando-o com toda sorte e malvadeza.
Depois de preso pelos homens da lei representados por um Capitão, Inspetor de Quarteirão, 01- Farmacêutico e outros, passaram a espancar e maltratar o Frade miseravelmente.
O Frade recebeu pancadas fortíssimas no seu rosto. Um deles chegou a urinar na tonsura do Sacerdote misturando em seguida a Urina com areia Um outro quando o Frei tomava um caldo remetido a prisão por pessoas caridosas, foi bruscamente arrancando de suas mãos uma tigela do alimento e oferecido ao Frei esterco de cavalo, fazendo-o comer as fezes do animal. Conta à história que todos que maltrataram o Frade Agostinho receberam os castigos divinos.
O Frade depois de libertado dirigiu-se a Ipu e aqui chegando foi recebido pelo Pe. Corrêa que de imediato realizou a excomunhão e conseqüentemente amaldiçoou todos aqueles envolvidos no Caso do Frade.
Alguns deles ainda foram a Recife retirar as penas impostas pela Igreja do Ipu na pessoa do Pe. Corrêa recebeu a penitencia para se desculparem ou pedir perdão durante um cerimonial na Igreja o que não aceitaram. Todos foram castigados, vejam só o que aconteceu: ao que dera um pontapé no Frei atingindo a sua testa, braço e perna, o seu fim foi triste ficando imóvel o braço e a perna que batera no Frade e a testa constantemente batendo contra os objetos; o outro que deu fezes de cavalo ao Frade morreu comendo restos fecais de animais.
Outra história foi de um Padre que não sabemos o seu nome, levou uma surra de alguns populares da cidade de Ipueiras, e ao se despedir da cidade em foco e ao acabar de transpor o Rio Jatobá que corta a cidade pegou os chinelos que havia tirado para passar a água, depois da travessia e de posse das duas alpargatas, batendo contra uma pedra disse: “Ipueiras tu haverás de virar POEIRA”.
Não é uma história, mas um apêndice no que diz respeito ao Vigário Colado de Ipu, Pe. Francisco Correia de Carvalho e Silva.

O Caso Cesário Patricio

O caso do assassinato de Cesário Patrício, que havia tirado a vida de um compadre seu Coronel Antonio Rodrigues Veras, residente em Nova Russas, a pauladas e estava cumprindo sentença na Cadeia Publica de Ipu. Numa noite a viúva do coronel resolveu vingar a sua morte mandando a Ipu cinco cangaceiros de nomes: José Barroso, Plácido Barroso, José Moreira, José Mourão e Afro Leôncio. Vieram de Nova - Russas num trole da Estrada de Ferro de Sobral que obrigaram dois trolista da referida estrada a comandar o veículo até Ipu, onde entraram a noite, procurando a casa do Carcereiro José Macário de Sousa Lima determinando-o a abrir a Cadeia donde retiraram os três presos, Cesário, Chiquinha, amasia do Coronel e seu irmão. Cesário foi amarrado e colocado em cima do trole que rumara para Nova - Russas juntamente com os outros presos, e já nas imediações de Charito o trole por ordem de um dos cangaceiros, José Barroso abraça, afaga e beija Cesário, dizendo-lhe: “sabes que vai morrer meu bichinho” e em seguida sem nenhuma resposta de Cesário coloca o cano do seu Rifle no ouvido de Cesário e atira pelo afeito do disparo o corpo do moribundo rolou do trole e caiu a certa distância, sendo completado em seguida pelo próprio José Barroso que desfecha seu rifle de 12 tiros todo no corpo da vitima. José Mourão por sua vez disparou alguns tiros em Cesário.
O cadáver foi colocado na Estação Ferroviária de Nova-Russas e à tardinha foi sepultado por pessoas do Povo.

Passaram ainda o seguinte Telegrama:
Presidente do Estado vg Chefe de Policia vg Dr. José Aciolly vg Capitão Peregrino – Fortaleza - CE - Para vingar morte nosso prezado amigo Coronel Antonio Rodrigues vg acabamos de matar seu assassino

José Barroso
Plácido Barroso

Os Cangaceiros ainda queriam a Cabeça do Promotor de Justiça Dr. Augusto Passos. Não se consumou o crime porque o velho Vicente Bode, perambulante da noite estava nas imediações da residência do Dr. Augusto e disse que o mesmo havia viajado a Sobral há dois dias.

Ruas



As Ruas constituem um marco extraordinário de nossas cidades, um local onde se instalam os nossos primeiros moradores; um relicário de sentimentos de tudo que se passa e passamos diurnamente em nossas vidas, nós, moradores de nossas ruas, fazemos a história.
Cada um tem uma história para relatar para deleitar os que já viveram em nossas inesquecíveis Ruas.

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Gomes Farias e Netinha.





Gomes Farias entrou no mundo do rádio em 1963. Teve passagens pelas rádios Uirapuru e Assunção antes de voltar para a Dragão do Mar, onde iniciou na profissão. Há muitos anos está na Rádio Verdes Mares, comandando a equipe esportiva da emissora líder de audiência. Ficou conhecido nacionalmente quando o humorista cearense Tom Cavalcante disse em algumas entrevistas que se inspirou em Gomes Farias para criar a narração do personagem João Canabrava. Cantor: Martinho da VilaCantora: Ivete SangaloBanda: Chiclete com BananaPerfume: Jean Paul GaultierComida predileta: PicanhaMulher bonita: Ana Paula ArósioHobby: Transmitir futebolFilme: Se Houver AmanhãMúsica: Songbirg (Kenny G)Lugar bonito: Rio de JaneiroEsporte predileto: Futebol

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Pedreiros Livres

Pedreiros-Livres.

Para a construção das grandes catedrais góticas, como a Notre Dame de Paris, era necessário o conhecimento de princípios esotéricos que deveriam ser aplicados arquitetonicamente. Para tal, na Idade Média, formaram-se na Europa as corporações de ofício, congregando pedreiros, artífices construtores que, como no Templo de Salomão dividiam-se em três graus: aprendiz, companheiro e mestre. Naquela época, a arte de construir era muito valorizada e os trabalhadores se reuniam em corporações com o objetivo de aprender e trabalhar tendo como base a solidariedade.
Foi neste período que o movimento sofreu influência dos Cavaleiros Rosa-cruz, o que determinaria uma série de mudanças em sua estrutura; o termo Maçonaria (do francês maçonnerei para o ofício de pedreiro) passou a ser empregado para denominar a antiga arte da construção, e se até então o movimento só congregava artífices vários, começou a receber nobres, príncipes e intelectuais, passando de Maçonaria operativa para especulativa. Foi exatamente aí que o movimento se tornaria um dos mais poderosos e atuantes da História, com participação nos principais acontecimentos dos últimos três séculos.
Os novos integrantes foram batizados de pedreiros-livres (em francês, francos-maçons), aqueles livres-pensadores que deveriam juntar-se aos pedreiros de ofício para construir as grandes catedrais do interior humano, dando base filosófica e doutrinária à instituição. A Maçonaria ganhara uma função política. Seus membros são de origem, livre-pensadores em relação às crenças religiosas formais, tendo o termo Franco-Maçonaria caído em desuso, com o tempo, em muitos países.
Desde então, na França e na Inglaterra, as cooperações passaram a se organizar em Lojas Maçônicas, com o fazem até hoje. A loja, neste caso, não é um prédio, mas sim o próprio ritual maçônico, onde ele acontecer, seja no templo, na taberna ou no bosque: onde estiverem vários maçons reunidos, ao se abrir o Esquadro e o Compasso sobre o Livro da Lei, está formada a egregora que constitui uma Loja maçônica. O livro da lei deverá ser aquele que representa o credo da maioria dos membros presentes: o Torah, a Bíblia, o Corão ou Alcorão e etc. Fisicamente, a Loja se instala em prédio adequado.

domingo, 24 de abril de 2011

Familia de Janjão Campos



João Evangelista Campos nasceu em São Benedito no Ceará, em 22/06/1893 e faleceu em 04/03/1983 na cidade de Ipu. Filho de Eugênio Henrique de Campos e Herculana Carapeba Campos. Foi casado com Alice Aração Campos, nascida 27/12/1905, filha de Thomaz José Sousa Aragão e Sebastiana Martins Aragão, e faleceu no dia 17/08/1984. Tiveram 15 filhos: Maria Gessy Aragão Campos, Raimunda Juracy Campos Ferro, Lucy Aragão Campos, Eugênia Aragão Campos (Geny), Suzana Aragão Campos, Laura Albertina Aragão Campos, Francisca Walderly Aragão Campos (Dedé), Maria Alice Aragão Campos, Marta Maria Aragão Campos, Tomaz Henrique Aragão Campos, Francisco Herculano Aragão Campos, João Aragão Campos, Francisco Alberto Aragão Campos, Francisco César Aragão Campos (Titer) e José Colombo Aragão Campos. João Evangelista ainda teve um filho do primeiro matrimônio, chamado José Lima Campos.

A Hidroelétrica de Ipu.




A HIDROELÉTRICA DE IPU

Servido-se de recursos da própria natureza, a Ipu está predestinada a um grande surto de progresso, o aproveitamento da queda d’água do Ipuçaba, instalando uma possante Usina que fornecesse a luz e força motriz à encantadora cidade de Ipu.
Nunca se apagara da mente do menino ipuense Delmiro Gouveia, a lembrança da passagem nativa com a Bica do Ipu, correndo perenemente da Serra Grande, desperdiçando-se suas águas.
E o sonho vai se realizar – FORÇA HIDRÁULICA no Ipu. A vida vai mudar e mudou mesmo com o beneficiamento da iluminação Elétrica.
Organizada a Sociedade, constituída por: José Tomé de Sabóia, (Fortaleza), Oscar Coelho (Ipu) e Joaquim Sebastião Ferreira (Fortaleza) este último cognominado de “O Homem da Luz”. Joaquim Sebastião casou-se em Ipu com distinta filha do casal Gonçalo Soares de Oliveira e D.Terezinha Soares de Paiva. D. Francisca Soares de Paiva, carinhosamente conhecida como D. Chiquita Soares.
A sociedade ficou assim intitulada: “COELHO FERREIRA E COMPANHIA” e iniciou os preparativos.
O motor da luz de marca “BATACLAN” foi colocado num prédio previamente construído no pé da serra lado Sul da cidade.
Era Prefeito de Ipu Joaquim de Oliveira a Lima, o grande ipuense que não se cansou e envidou todos os esforços para a concretização do evento.
Enfim, chegou o dia tão esperado e almejado pelos ipuenses, à luz seria inaugurada. E assim aconteceu no 20 de janeiro de 1931, aconteceu a tão sonhada inauguração. A cidade se revestia de júbilo. Muitos visitantes se encontravam na cidade, e precisamente às 18 horas do coreto do Jardim de Iracema, aconteceu o ato inaugural.
Proferiu um discurso chamado de oficial o Sr. Oscar Coelho que no momento em que acionou a chave geral pronunciou “Eis a Luz” e a cidade de repente ficou toda iluminada, todos sorriam, cantavam e aplaudiam. A Banda de Música tocou animadas e festivas peças musicais. O sino da Estação Ferroviária tocou e as máquinas apitaram solenemente.
As vinte e uma horas foi iniciado o grande BAILE, na residência do Sr. Manoel Dias Martins, casarão situado na Rua da Goela. A primeira música entoada pela Banda de Santa Quitéria foi à valsa de Zequinha de Abreu intitulada BRANCA.
As festividades duraram três dias. Foi uma das maiores festas realizadas na cidade naquela época.

sábado, 23 de abril de 2011

Dois Anos sem Boris.





Adeus a Boris.

Meu amigo Boris.

Você deixa-nos hoje para a vida eterna. A sua efêmera passagem na vida terrena deixou marcas indeléveis entre nós.

Meu amigo a sua partida tão precocemente será sentida por todos seus amigos principalmente aqueles que lhe eram caros.

Ainda na nossa juventude até mesmo quando vivíamos a nossa meninice com as brincadeiras debaixo do nosso secular Tamarindeiro, nos jogos de “bila” “bola de meia” e etc.

Já na idade adulta tomamos rumos diferentes, você foi para um Banco e eu para uma Sala de aulas.

Vieram os casamentos. O meu bem pertinho do seu, os nossos filhos primogênitos nasceram quase no mesmo dia. (Ricardo e Júnior x Ana Francisca).

Mas Boris as nossas vidas continuaram, e eu seu amigo, sempre a admirá-lo como um homem de coração manso e espírito desarmado, uma reserva moral de nosso Município, um homem simples sempre integrado aos grandes eventos da nossa terra e muito especialmente da sua família.

Você Boris, foi o primeiro a tomar conhecimento da proposta ou mesmo de um audacioso projeto de criar a “Noite do Reencontro”, lembra-se, você me apoiou em todos os aspectos, e assim fizemos muito artesanalmente a primeira Noite de Encontro dos nossos amigo e filhos do Ipu, no nosso querido Quadro da Igrejinha.

Em outro momento lhe fiz saber de um novo projeto, era a Academia Ipuense de Letras.
Lembra-se, você até me ajudou a compor ou sugerir o quadro de Patronos e futuros Acadêmicos.

E mais Boris, lembra-se, quando você ainda convalecia de uma cirurgia e lhe fiz uma ligação telefônica para prefaciar o Meu Livro “Meu Pé de Serra o Ipu”; e fui prontamente atendido.

E assim se foram tantos e tantos momentos agradáveis que juntos vivemos.

As nossas noites de violões em serenata. Os momentos que trazem a nossa memória grandes recordações.

E assim Boris, você deve ter sido recebido pelos anjos do Céu ao som das Trombetas que soaram em harmonia perfeita onde as notas do prelúdio eram as estrelas e as partituras eram as nuvens errantes do firmamento, numa musicalidade que será gravada no disco celeste, a Lua.

Parte Boris, certo do seu dever cumprido, a sua missão na terra é um lastros de bondade a todos que lhe cercavam.

Que a sua família receba de todos os meus, filhos, esposa e netos as minhas profundas e sentidas condolências pela sua partida.

As lágrimas que orvalham dos nossos olhos são um lenitivo de nossa eterna e imorredoura Saudade.
Adeus.

Francisco Melo e família.
Ipu23 de abril de 2009

















quinta-feira, 21 de abril de 2011

Dr. Antonio Carlos de Martins e Mello



Antonio Carlos de Martins Mello nasceu em Ipu no dia 15 de novembro às cinco horas da manhã.
Filho de Francisco de Sousa Melo e Ana Magalhães de Martins Melo.
Graduou-se em direito pela Faculdade Nacional do Rio de Janeiro.
Foi funcionário do Banco do Brasil tendo concluído sua carreira como Advogado durante 35 anos.
Poeta dos mais sentimentais, rico em rima. Seus versos dão uma felicidade a alma e ao coração.
Como músico sensibiliza profundamente os nossos sentimentos com a sua maviosa flauta e sua sonora “Gaita e Boca” o realejo.
Jornalista autentico, tendo escrito para os principais Jornais do Brasil e criou e fundou em 1958 um Jornal ipuense chamado “Ipu em Jornal”.
Ufologista nato. Um cientista no assunto.
Antonio Calos é Juiz Federal da 5ª Vara em Fortaleza. Tem curso de Mestrado pela Universidade de Fortaleza – UNIFOR.
Antonio Carlos deverá entrar para o livro dos recordes, pois em 28 dias deu 2.132 sentenças finais.
É casado com Regina Barbosa Martins Mello. Do casal nasceram os filhos: Simone, Mônica e Antonio todos advogados.

Antonio Carlos ou (TATAIS para os mais íntimos), ama a sua terra como todos nós, mas tem uma grande lembrança da casa onde nasceu no tradicional e querido Quadro da Igrejinha.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

bom Jesus



Papai não gostava de conversas que envolvessem pessoas especialmente aquelas do seu relacionamento, e para ser mais claro falar da vida alheia, ele sempre dizia quando queria acabar com as conversas: “Vamos falar da história do Bom Jesus”, é bem melhor, não acham?
A criação do Bom Jesus se deu quando foi instituída a procissão do Bom Jesus dos Passos pelo Vigário da época Padre Aureliano Mota no ano de 1914, quando residia também em Ipu o Escultor Leo Martins, era um Francês que aqui se radicou. Foi solicitado pelo Vigário para esculpir uma imagem que representasse o sofrimento de Jesus nas 14 Estações da Via Sacra, e assim foi feito, e no dia 05 de março de 1914 a imagem foi benta em plena nave da Igrejinha que era a Matriz de Ipu.

A Via Sacra era feita em 14 residências da cidade das seguintes famílias:

Thomaz de Aquino Corrêa *
Odulfo Alves de Carvalho
Cel. Felix Aragão
Joaquim Medeiros
Francisco Romão
Joaquim Rocha
Rodolfo Rodrigues Leite
Antonio Quixadá
Adelaide Martins
José de Holanda Cavalcante
Luis Jácome de Melo
D.Madeirinha
Cel. José Aragão
Gonçalo Soares de Oliveira.

Eram Cruciferários: Francisco Cordeiro Coelho, Raimundo Heitor de Vasconcelos, e João de Andrade Cajão (O Cajão).

* Thomaz de Aquino Corrêa faleceu numa sesta-feira de Passos em 26 de março de 1942 aos 82
anos de idade.

Um Poema Para Ti

UM POEMA PARA TI!
Malu Mourão

Com emoção os teus livros lendo,
Senti em minha alma uma saudade.
Chorei as lembranças revivendo,
As histórias de Ipu, nossa cidade!

E da memória retiro retalhos de vida,
Que fazem lembrar tuas aulas de Ciências.
Do Chico Melo, a imagem querida,
Do Professor audaz em sua sapiência.

E na profissão que um dia abracei,Foi contigo que aprendi o método certo,E com orgulho o sucesso alcancei,Ao ensinar pra meu aluno o correto.

E o destino, a presentear-me com gratidão, Revestindo-me de tamanha alegria,
Vejo o Mestre e a Aluna na mesma direção:
-Ao nobre encontro da arte de fazer poesia.

Dedicado ao meu Ex-Profesor , ao amigo e ao Poeta/Escritor
Francisco Melo.
Ipu,17/07/2008





terça-feira, 19 de abril de 2011

Dr. Aquiles Peres Mota

AQUILES PERES MOTAFilho de Otacílio Mota e de Antônia Peres Mota. Nasceu a 09.08.1924, em Ipueiras-CE.Advogado. (Formado pela Faculdade de Direito da Universidade Federal do Ceará, em 1952). Promotor Público, em Guaraciaba do Norte, São Benedito e Ipueiras (no Ceará); Deputado Estadual (eleito em 1955); Presidente da Comissão de Constituição e Justiça e de Orçamento e Finanças; Vice-líder da U.D.N. (União Democrática Nacional); 1º Secretário; Líder do Governo e da ARENA (Aliança Renovadora Nacional); um dos Fundadores da Mocidade Udenista, em 1950 (permaneceu fiel aos seus ideais partidários até o último dia de sua atuação política); Presidente do Ferroviário Atlético Clube; Jornalista; Diretor do jornal «Diário do Povo»; Membro da Associação Cearense de Imprensa; Orador. Exerceu salutar influência na política cearense durante mais de quatro décadas. Como Deputado, marcou, de forma indelével, sua passagem pelo Legislativo cearense. Durante vários anos foi figura importante e decisiva no dia-a-dia da Casa. Desde jovem, destacou-se como líder, pertencendo a um ciclo político iniciado com a presença de jovens estudantes nas lides partidárias, figuras estas que galgariam posições de destaque nos destinos do Ceará, a saber: Joaquim de Figueiredo Correia (Deputado Estadual/Federal e Vice-governador do Estado do Ceará), Chagas Vasconcelos (Deputado Estadual e Federal), Vasconcelos de Arruda (grande líder estudantil e Deputado Estadual em várias legislaturas), Dorian Sampaio (Deputado Estadual e brilhante Jornalista), Manoel Lima Soares (Advogado e Jornalista), Lúcio Lima (Professor e Jornalista), Stênio Leite Linhares (Desembargador), Luciano Magalhães (Deputado e Jornalista), Ernando Uchôa Lima (Ex-presidente Nacional da Ordem dos Advogados do Brasil) entre tantos outros que viriam a se firmar no cenário sócio-político do Estado do Ceará. Era o grupo oriundo do Centro Estudantil Cearense.Como Líder do Governo, conduzia-se com equilíbrio e respeito no trato com a oposição, encaminhando a defesa das teses do Governo com veemência, adotando sempre uma forma de convivência respeitosa para com a Minoria.Foi o último orador a ocupar a tribuna do Paço Senador Alencar, na antiga sede do Poder Legislativo Estadual. Num gesto de amor e respeito, e de forma simbólica, representando todos quantos tiveram passagem pelo centenário prédio instalado em 1871, comovidamente na despedida beijou a Tribuna, deixando transparecer a emoção em lágrimas.

sábado, 16 de abril de 2011

Povo de Cultura - Poesia


Povo de Cultura Vejam só que ousadia Vou tomar este espaço E tentar falar com franquia Sobre um Povo inteligente, Sábio e de grande simpatia Pense num Povo de Cultura No Ipu é o que ver Tem AFAI, tem a AILCA. Tem até blog pra se ler Ficar por dentro da história Aumentar o saber Desse Povo tão guerreiro Que é bonito de se ver Tem o blog “Ipu em Crônicas” Feito p elo Ricardo Aragão La ele fala sobre tudo, Mas com muita educação Resgatando a essência da cidade. Com uma grande perfeição Tem também o blog do Chico Melo Professor capacitado O homem é tão inteligente Que a gente fica até assustado Conhece o IPU como a palma das mãos Que nos da um gosto danado. Dentre esses tem outro Que não ficam para trás Se eu for falar em todos Vou escrever demais Eu já disse digo de novo O Povo é muito capaz Vou encerrando a minha prosa E convido vocês para conhecer Essa cidade que é tão bela De cultura e de saber Onde o Povo se orgulha De aqu8 poder viver. Jéssica Ximenes Março/11

Um Fenomeno no Ipu


UM FENOMENO Desta vez não ficou envolto nos lençóis do esquecimento o dia do “fenomenamento”do fenômeno colosso de Ipu, rival do Pico da Bandeira,o ponto mais alto das cordilheiras do Brasil, o dia natalício do SR. Antônio Carvalho Martins, transcorrido no dia 6 do corrente. E’ o homem mais alto do Ipu, mais alto do que ele só a torre da Igreja Matriz e é porque está sita numa das elevações da cidade. Sua voz de amplificadora humana, seu vasto bigode, horas, amarelado devido á nicotina do cigarrão de fumo picado, horas, preto, tingido a lápis, em cima uma boca de palmo e meio que, como o canguru, na defesa de seus filhotes, podem ele esconder o Ipu em semelhante circustancia devido seu tamanho e aspecto ciclópico, recebeu o nome de “ GOLIAS”. Bole com todos. Inferna um aqui; outro ali; desespera um outro acolá; mais alem intima com os próprios colegas de emprego e assim leva a vida de “DIABO DO IPU”. Mas, apesar de todas demoniações,brincadeiras e piadas, é,uma das pessoas mais bem relacionadas do Ipu.Goza da simpatia de todos, graças ao seu sadio humorismo. Já era noite. A cidade, ainda não dormia. As praças estavam movimentadas. Ás trevas dissipadas pela luz elétrica. Os amigos se entrevistaram. De súbito, pela amplificadora paroquial, ouve-se a divulgação do aniversário do digno conceituado, esforçado e dinâmico Diretor Administrativo desta folha e autor de “BOLA FÔRA” e “FULUTRICA”. Sem delomgas, um seleto grupo de amigos se dirigiu á residência do aniversariante, levando-lhe as sinceras felicitações, dadas e recebidas na maior intimidade, pois o nosso “fenômeno” estava escondido dentro de uma caixa de fósforos, para assim, fugir ao protocolo social e ficar mergulhado na sua simplicidade e absorto em Deus. Debalde, enquanto a amplificadora paroquial, em programa especial, dedica lindas páginas musicais ao homenageado, ex-tentativas também á senhorita Maria Vasconcelos, entram, de chofre, os seus amigos ao ouvirem o eslampido do “Gigante”:“PODE EMBURACAR”. Um pouco surpreendido recebeu os parabéns dos visitantes que já traziam sanfona e bebidas tiradas na conta do aniversariante. Neste clima de confiança, intimidade e simplicidade foi festejado o dia natal do SR. Antônio Carvalho Martins. Nov Ipu em Jornal 1960 (Extraido do Ipu em Jornal Pelo Prof. Francisco Mello).

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Marcha Centenária. Letra: Irmã Anita N. Barros Música: Maria Valderez Soares Centenário, faz a história De hoje em progresso e glória Do ontem que inspira o mito No vigor do índio rito REFRÃO Parabéns, Parabéns, nós cantamos Ipu, abençoada e querida Nesta data feliz ter abraçamos Tu és o sol, o amor, nossa vida. Cem anos um adeus te acenaram Índios Tabajaras ao te deixar Teus filhos de amor e de fé se encheram Deram-se as mãos e começaram a lutar Ipu, teu passo largo e viril Atravessa Campinas enfloradas Cresce altaneiro, orgulhoso e gentil Em sendas de idéias avançadas Muda, Ipu tu és a democracia Através de teus ancestrais famosos Que deixaram o exemplo de alegria Do cumprimento dos deveres honroso

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Histórico da Igrejinha


IGREJINHA DE SÃO SEBASTIÃO DO IPU (Hoje Igreja de N. Senhora do Desterro). Por Francisco de Assis Martins. (*Prof. Melo) A Igrejinha de São Sebastião do Ipu teve sua construção iniciada por D. Joana Paula Vieira Mimosa que aqui chegando tratou logo de catequizar os viventes do lugar. Já existia o arraial com casas de chão de barro batido construídas com o auxilio de alguns portugueses e pernambucanos que aqui aportaram. D. Joana de Paula Vieira Mimosa, a nossa desbravadora, a mulher que recebera das Cortes de Lisboa 20 léguas de terra, dentre as quais fez a doação de uma légua para Ipu. D. Joana era uma mulher enérgica a habilidosa, começou a sua catequese com o nosso primitivo - Tabajaras que habitavam ao longo do Ipuçaba até a concavidade do talhado da Serra da Ibiapaba onde se desprende majestosamente a nossa conhecida Bica do Ipu. Chegaram depois de D. Joana uns missionários vindos de Vila de Viçosa que continuaram trabalho catequético iniciado pela a desbravadora do Arraial que mais tarde veio se chamar Ipu. Trataram logo de edificar uma capela para orações. Era de taipa e a sua frente era virada para o Poente. Depois de terminada, estávamos no ano de 1765; e em torno dela a existência do Povoado que foi crescendo a ponto de ser chamado de Papo. Estavam formadas as primeiras edificações da Terra de Iracema. Em 1840 com a criação da Lei Provincial de n° 200 de 26 de agosto do mesmo ano, e de acordo com o Art. 2° da mesma Lei, diz: A Matriz de São Gonçalo da Serra dos Cocos será igualmente transferida para Capela de São Sebastião do Ipu Grande quando esta estiver em estado de nela se celebrarem decentemente os ofícios divinos. Veio para Ipu o Pe. Francisco Corrêa de Carvalho e Silva em 1843. Era vigário colado da Matriz da Serra de São Gonçalo dos Cocos, se transferido igualmente para Ipu onde tratou logo em seguida de uma grande reforma na casa de orações existente. Fez a reforma colocando a sua frente para o nascente. Nessa reforma incluímos o Altar-Mor, quatro altares nas laterais o coro as tribunas e a colocação do sino. A Igrejinha tem na sua estrutura a partir da Porta Principal, uma Pia Batismal, um Coro de Madeira, nas laterais da nave da Igreja as Tribunas que serviram por muito tempo para as famílias “nobres” (assim eram chamadas) de Ipu assistirem os atos litúrgicos ali celebrados. No Altar-Mor como altar principal ficava a imagem de São Sebastião, e mais quatro altares frontais. Na parte detrás da Igreja fica a Sacristia com os moveis e as alfaias litúrgicas dos Sacerdotes. Ainda na Sacristia um local que se destinava à reflexão dos Sacerdotes após as missas. Mons. Gonçalo, ali ficava para as suas meditações, algumas leituras do Breviário, tomar o seu Café Matinal atender os fieis em Confissão, não lhe escapava os constantes chamados aos seus compadres e amigos para uma conversa amigável. Agradava a todos principalmente os mais necessitados com produtos vindos de suas Fazendas e Sítios. Com a chegada do Padre João José de Castro foi fincado e construído fora da Igreja o Cruzeiro em 1888. O Cruzeiro representa muito fortemente a nossa Fé. Salientamos que em 1918 foi adquirido pelo vigário da época Mons. Gonçalo de Oliveira Lima, um Harmônio de fabricação Alemã e que se encontra em perfeito funcionamento na Igreja Matriz da cidade e hoje está totalmente recuperado funcionando na nossa Igreja Matriz de São Sebastião. Com a transferência da Imagem de São Sebastião para a nova Igreja Matriz a Igrejinha recebeu como Padroeira Nossa Senhora do Desterro até hoje. Encontram-se sepultados na Igrejinha quatro sacerdotes: Pe. Francisco Corrêa de Carvalho e Silva, (Pe. Corrêa). Pe. João José de Castro, Frei João José de Maria e Mons. Gonçalo de Oliveira Lima. Hoje Ano de (2006) a Igrejinha se encontra em deplorável estado de conservação. Precisamos salvar o nosso Patrimônio, pois esta Igreja é um marco de nossa história de nossa civilização. Estão iniciando através do Instituto do Patrimônio Artístico Histórico e Nacional – IPAHN, a restauração da secular Igreja.

Antonio Pinto de Oliveira.

Antonio Pinto de Oliveira Filho de Pedro Raimundo de Oliveira e Maria das Virgens de Oliveira. Nasceu no dia 06 de julho de 1934, em Pires Ferreira, que já fora distrito de Ipu-Ceará. Casado com dona Maria Neuza Marques e tiveram os filhos: Pedro Eudes Pinto, Maria do Socorro, Dr. Élder Pinto, Antonio Pinto de Oliveira Júnior. Concluiu o 1º grau na Escola Dona Zuila Mota, em Pires Ferreira. Tinha como profissão o comércio e a agricultura. Foi vereador, presidente da Câmara, vice-prefeito e prefeito de Ipu por seis meses, concluindo assim o mandato de Antonio Ximenes Veras, que fora apenas de dois anos.

Apresentação do Livro "Meu Pé de Serra O IPU"


Numa manhã de setembro de 1999, eu ainda convalescia de uma delicada cirurgia que, graças a Deus, fez com eu renascesse para uma nova vida. Aquela circunstância me obrigava a permanecer na cama até um pouco além do costumeiro hábito de acordar cedo para trabalhar, embora eu já festejasse vitória com a euforia de um vencedor. Naquela manhã, mais do que nas anteriores, eu havia acordado me sentindo vigoroso como os raios do sol, que pelas frestas da janela, penetravam no meu quarto, anunciando mais um dia, que para mim, tinha o sabor de uma nova infância. Quase nada eu podia fazer. Televisão, revistas, jornais e para variar, olhar de vez em quando da porta da cozinha minhas vaquinhas pastando ao longe e a rotina do meu cotidiano acontecendo lá fora sem a presença física do seu personagem habitual. Nesse dia, eu mal coloquei os pés no chão quando o telefone tocou, não mais do que duas vezes para que eu atendesse. Não sei porque, mas, um ligeiro pressentimento me induziu pensar que se tratava de uma notícia alvissareira. Talvez pelo bom humor de mais um despertar esperançoso de quem via a vida pela segunda vez. A principio, ainda um pouco assonorentado, tive dificuldade para identificar o meu interlocutor. Apenas alguns segundos e eu, já podia saber de quem se tratava. Um amigo, que por sinal, dificilmente me ligava re por esse motivo eu já podia comemorar aquela ligação como uma boa notícia.Era o diretor de uma emissora local, o escritor e poeta, o músico e seresteiro, boêmio do Ipu, Francisco de Assis Martins ou Professor Francisco Melo ou simplesmente Chico Melo como o chamam na intimidade os seus amigos. Chico Melo me telefonara participando da sua decisão de editar mais um livro, desta vez, sobre reminiscências do Ipu antigo, fatos pitorescos e personagens excêntricas da nossa história. O assunto me fascina profundamente quando ressuscita fatos históricos, coisas do passado, principalmente dos tempos de minha infância e por isso eu já tinha finalmente a boa notícia pressentida, mas, o Chico Melo parecia ainda ter alguma coisa para me dizer. Dito e feito havia deixado por último a verdadeira surpresa. Um honroso convite para prefaciar o seu livro. Não foi fácil conter a emoção pelo convite, assim também não foi difícil externar a alegria e o orgulho pela deferência, para mim inédita.Inicialmente confesso que vacilei, talvez pelo peso da responsabilidade ou pela insignificância de minha participação em um trabalho tão expressivo do Chico Melo sobre nosso Ipu. Mas, porque vacilar? Se pudermos superar nossa timidez, sobretudo, quando falamos de coisas das quais o nosso coração está transbordando? Conhecedor dos sentimentos do autor, da sua vasta cultura sobre a história de nossa terra e de nossos conterrâneos, principalmente por eu ser um admirador e amante compulsivo de nossas memórias, não poderia, jamais, prescindir tão rara oportunidade de enaltecer quem se propôs mergulhar nas profundezas do passado para resgatar lembranças, ressuscitar personagens e cenários vivos que fizeram parte do grande elenco de um espetáculo deslumbrante e colossal; mas que, perdurará enquanto sonharmos e se perpetuará através de autores como o Chico Melo, identificados com o passado, até mesmo com as cenas mais simples e corriqueiras desse espetáculo montado naturalmente no dia-a-dia da nossa vida. O importante, como diz o autor, é registra-las com riqueza de detalhes como memórias para o acervo da nossa história. De lá para cá, quase dois anos se passaram sem que o autor retornasse com o livro. A expectativa aumentava a cada dia que se passava, causando uma certa angústia por não ter logo acesso ao livro que eu queria ver o quanto antes, para degustar o sabor das histórias maravilhosas e me reencontrar com gente que ainda vive na minha lembrança. A demora foi perfeitamente compreensível e por demais compensadora, pois o tempo contribuiu para maturação da obra que finalmente se consolidou no Meu Pé de Serra o Ipu. Um livro de poesias, crônicas e história de figuras inesquecíveis de um passado saudoso do nosso Ipu. Uma verdadeira enciclopédia e fonte de pesquisa para as gerações futuras. Escrito com a sensibilidade inigualável de um ipuense que sabe amar o Ipu, conhece a sua verdadeira história, seus personagens, e, com uma propriedade ímpar, transfere os seus sentimentos para os leitores, estimulando o saudosismo, a preservação dos anos 40/50 do velho e imponente coreto, com a estátua de Iracema que sua história, mas, também, já faz parte do passado. Nas paginas iniciais do Livro, a frase de um grande artista ipuense simboliza o sentimento saudosista do autor e a sua fascinação pelo Ipu: “Ipu em tuas ruas há uma saudade”, do boêmio Wilson Lopes. Num plagio eu diria neste livro “em cada pagina uma lembrança”. Lembranças muito vivas dos saudosos Anos Sessenta; da Estação e das chegadas dos trens; das Festas do Mártir Santo e do Parque do Salvino; da Vila Nova com suas figuras tradicionais; do Cine Moderno e o cinema do Alberto; das animadas Amplificadoras; do Inesquecível Paredão; da Avenida de Iracema e daquele cenário que nos faz lembrar até o perfume dos seus jardins floridos, do saudoso Clube dos Artistas e do aristocrático Grêmio Ipuense de baile tradicionais; do Ten. Clovis e do glorioso TG-2008; do meu querido pai Bitião e suas danças maravilhosas, do Sr. Chico Paz, do Luiz Paulino, do Sr. Antonio Carvalho Martins (meu sogro de saudosa memória); do velho mercado, suas bodegas e seus cafés; dos bares: Cruzeiro, Iracyara e Alabama; do Café da Dª Maria Augusta; das ruas com cadeiras nas calçadas; dos Engenhos e das cheirosas moagens. Tudo neste livro é lembrança do que passou, é saudade com poesia, são versos com melodia, que me transporta de onde estou. A diversificação dos temas é um ingrediente que dá um sabor todo especial ao livro, tornando-o atrativo para consumo imediato. Não dá para ter sono de jeito nenhum. É um misto gostoso de saudade e romantismo, de fatos tristes e histórias jocosas, de vultos hilariantes e curiosidades interessantes, enfim uma obra rara no seu gênero, um livro de um ipuense para todos ipuenses; até mesmo aqueles que não devotam grande amizade a terra, com certeza passarão a admira-la e cultivar as suas gloriosas tradições. Para nós, ficarão sempre as lembranças alimentando os nossos corações saudosistas e para os jovens ficará um bom exemplo de amor ás coisas que fazem história, a história de nossa própria existência. Antonio Tarcísio Aragão (Boris) Ipu (CE) agosto de 2001