segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017



Mello-Memorialista.

O memorialista Francisco de Assis Martins, mas conhecido por Professor Melo disponibiliza de um riquíssimo arquivo pessoal situado em sua própria residência no município da cidade Ipu. Professor Melo muito respeitado por todos, pois é quem mais contribui com a História da cidade a qual ele dedica seu precioso tempo escrevendo livros que retrata de maneira clara e objetiva os fatos ocorridos desde a fundação da cidade, conhecedor esplendido de quase todos os acontecimentos que marcaram a nossa História, maior exemplo de Historiador ipuense. 
Com a visita ao seu arquivo percebe que é muito bem organizado tudo catalogado por data e ordem alfabética, vale ressaltar que é o próprio Francisco Melo que faz esse trabalho minucioso sem ajuda de demais pessoas, já possui aproximadamente 95% de seus documentos armazenados em pastas em seu computador facilitando assim o seu acesso. A qual ele divide em pastas documentais e pastas de fotos. E continua trabalhando para tê-lo finalmente todos seus documentos arquivados em seu computador.
Em seu acervo existem documentos desde o ano de 1800, sem dúvidas, valiosos para os historiadores, são mais de 400 itens de documentos que retratam momentos históricos, mas o que é mais impressionante é a quantidade de fotos mais de 7.000 fotos originais registradas em cartório. Mesmo com todos esses cuidados Professor Melo é vitima de pessoas sem educação que postam suas fotos, principalmente em redes sociais como se fosse donos, uma verdadeira falta de respeito com quem se dedica ao um trabalho que beneficia toda uma sociedade, pois como já dizia o historiador Boris Fausto “Quanto mais o passado é trabalhado mais a sociedade se beneficia: Não há cidadania sem o conhecimento da História.”. Enfim o documento mais antigo que ele possui é do ano de 1800 e a foto mais antiga é a da Estação Ferroviária de Ipu no ano de 1901.
Percebe-se que isso vem de geração, pois o Professor possui também o acervo de seu pai João Anastácio Martins e de sua tia Maria Valdemira Coelho Melo essa família contribuiu muito e ainda contribui na pessoa de Francisco Melo para que a História de Ipu não seja apagada pelo tempo. O dono do acervo disponibiliza fotos e documentos para quem vem ao seu auxilio principalmente historiadores ao qual ele fala que tem o maior prazer em ajuda-los recebe todos em sua própria casa com muita simpatia, mais vale lembrar quem for desonesto com o professor tipo como não devolvendo documentos emprestados ele além de ficar muito chateado não ajuda mais esses tipos de pessoas que desconhecem o significado da palavra ética, e fica assim difícil a realização de qualquer trabalho histórico realizado por essas pessoas, pois ninguém no Ipu disponibiliza de tantos documentos.
Enfim além de documentos e fotos o professor possui também diversos CDs que relembram as músicas que marcaram a nossa História muito delas suas letras são uma verdadeira poesia dedicada à cidade e que ele é o autor de muitas dessas músicas, tens também jornais como o Ipu Jornal, Correio do Norte, Jornal dos Tabajaras, O Futrico e o mais recente Jornal Ipu Grande que circula na cidade desde 2005. Composto pelos historiadores locais e também Francisco Melo. Todos os documentos de seu acervo apesar da grande maioria ser bem antigos estão em ótima conservação. Esse trabalho proporcionou um melhor conhecimento dessas ferramentas de trabalho do historiador e a importância que eles têm para a sociedade em geral.(Regiane).

sábado, 25 de fevereiro de 2017


O CARNAVAL DE IPU

Para podermos falar de carnaval será necessário conhecermos a sua origem, a sua história como apareceu e como eram as primeiras manifestações.
“Originário das festas pagãs, romanas ou gaulesas, o carnaval substituiu após o advento do cristianismo, que fez coincidir os seus folguedos com as festas do Natal, do Dia do Ano Novo da Epifania. A influencia da Itália pôs em voga as mascaradas públicas. Na época imediatamente anterior a Quaresma”.
No mundo cristão medieval, período de festas profanas que se iniciava, geralmente, no dia de Reis (epifania) e se estendia até a Quarta-Feira de Cinzas, dia que começavam os jejuns quaresmais. Consistia em festejos populares e em manifestações sincréticas oriundas de ritos e costumes pagãos como as festas dionisíacas ou saturnais, as lupercais e se caracterizava pela alegria desabrida pela eliminação da repressão e da censura pela liberdade de atitudes críticas e eróticas.
Os tríduos mominos eram imediatamente a quarta-feira de cinzas, dedicados a diferentes sortes de diversões, chamadas também de Tríduo de Momo.
Com a propulsão da origem do carnaval no Brasil de hoje é muito propalada se difundindo mais e mais em quase todas as cidades do interior do Brasil.
Criado também no Brasil o carnaval fora de época, sem as características daquelas marchinhas e sambas tão nosso tão brasileiro.
Mas, o ponto alto do nosso carnaval é no Rio de Janeiro através de suas Escolas de Samba que trazem sempre para Avenida Iluminada a nossa Cultura, os nossos Costumes as nossas Raízes.
Falando de Ipu, conto o carnaval a partir dos fins dos anos 50 e começo doas anos 60 até os dias de hoje.
Lembro-me da singeleza daqueles Carnavais, homens vestidos com roupas de Mulheres, Trajados de Satanás, de Urso, de Bebe Chorão e outros.
Existiu também o Bloco dos Sujos era do Clube Artista Ipuense que apresentavam os seus sócios vestidos com um “saco de estopa” daqueles antigos dando a impressão de sujos.
Os Corrupiões sem Maldade outro Bloco também do Clube Artista Ipuense homens daquela sociedade vestidos de Camisa Amarela e Calça Branca com um quepe mesclado com as duas cores foi um sucesso.
Depois apareceram outros Blocos avulsos soltos que pouco se identificaram. Os clubes da cidade também marcaram uma época de festejos momino eram animadíssimos salve o Grêmio Ipuense com os seus Bailes Carnavalescos.
Algum tempo depois vieram as Escolas de Frevo, que marcaram uma época de ouro no carnaval Ipuense, mostravam à riqueza da nossa cultura através de adereços e fantasias, carros alegóricos e tudo mais.
Eram os Blocos Custemu x Xeguemu, Punk, Skpemu, Papalalau, Papareal, Vira Lata 2.000, Réus, Paquitas, Aventureiros do Havaí e outros mais. Era um senhor carnaval. 
 Existiram duas Micaretas, ou seja, carnaval fora de Época uma em Julho de 1999 e a outra em janeiro de 2000.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017



HISTORIAS DA INFÂNCIA
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Lá em casa papai instituiu o sistema de degrau. Quando a gente fazia algo legal subia um degrau, quando fazia coisa ruim descia.
Alguém que chegasse ao degrau dez receberia um premio. 
Ninguém sabia em que degrau se encontrava e nem tínhamos coragem de perguntar.
Certa vez nosso irmão João fez uma semana perfeita. Na escola, na eletrônica, em casa, em tudo. Meu pai o chamou.
- João, meu filho, parabéns. Você subiu dois degraus. 
-Dois degraus?
-Sim, dois. Nunca ninguém tinha conseguido isso. Parabéns, meu filho.
-Pai, em que degrau eu estou?
-No um.
- No um? Como se eu subi dois?
- È que você tinha descido.
-Quando.?
- Naquele dia em que eu cheguei na eletrônica e você não estava no balcão.
-Mas eu tinha ido lá dentro beber água.
- Cabra bom não pegue água, rapaz.
Autor Pedro Fortuna
CONFLITO ENTRE O CONHECIMENTO X IGNORÂNCIA

À VIDA É PLENA DE SENTIDOS E PRECIOSA POR SI MESMA;
SÓCRATES GRAVOU: O CONHECIMENTO É O BEM; Á IGNORÂNCIA É O MAL
ENTRETANTO, ESTUDOS SUPERIORES,GERALMENTE,DÃO CONHECIMENTOS,PORÉM, NÃO TIRAM À TERRÍVEL IGNORÂNCIA.
MILLÔR FERNANDES DIZ--"quem pensa saber de tudo,anda muito mal informado"
LA-TSE ENSINOU--"quem pensa que não tem ignorância é um pobre coitado."
RUI BARBOSA AFIRMOU--"à ignorância é a chave misteriosa das desgraças que afligem á sociedade".
LUTHER KING-SENTENCIOU"nada no mundo é mais perigoso do que à ignorância"
ASSIM PODEMOS AFIRMAR, QUE À IGNORÂNCIA é própria de nossa verdadeira natureza,bem como, da verdadeira natureza do mundo. Todo ser humano tem sua dose de ignorância.
À criança necessita de educação doméstica, como que, o mestre lapida uma pedra bruta, tirando suas asperezas e a transformando em uma obra de arte.
NÓS SOMOS SERES radicais que brigamos por política, por times de futebol,entre outras questões sem razões de ser.
ATÉ ENTRE OS PROFISSIONAIS,alguns desvalorizam outras profissões, em 
vista das suas. OS PRECONCEITOS sobre raças,crenças, CORES e religiões, TAMBÉM são provocativos,RADICAIS E INFANTIS.
"DE RUBENS ALVES--só veem ás belezas do mundo, aqueles que têm belezas dentro de si".
RESTA--NOS, USAR DA FILOSOFIA(amor à sabedora) e fazermos nossa análise diária de nossos pensamentos e ações.
(Tianguá,23/02/17--alberynunes

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

Crônicas do Ipu – Eusébio de Sousa.
Introdução

         Corria o mês de novembro de 2005 quando recebi do prof. Francisco Melo uma notícia que, para mim, foi uma verdadeira boa-nova: havia o prof. Melo encontrado nos arquivos de seu falecido pai uma antiga Revista Trimestral do Instituto do Ceará, na qual havia interessante artigo de Eusébio de Souza sobre a história do Ipu. Grande foi a minha alegria ao receber esta notícia, ainda mais por já conhecer a grande generosidade com que o prof. Melo tem colocado seu vastíssimo acervo à disposição de nós pesquisadores.
         Costumo dizer que a pesquisa histórica, quando feita em cidades pequenas, acaba forçando o pesquisador a “viver de favores”. Quero dizer com isso que, diante da falta de arquivos públicos, de bibliotecas competentes, não nos resta alternativa que não seja a de pedir humildemente a ajuda de pessoas que, como o prof. Melo, têm o privilégio de manter sob a sua guarda documentos preciosos para a história da cidade. Infelizmente, nem todos se mostram tão solícitos quanto o prof. Melo. Na verdade, costumo dizer que ele é um caso a parte, uma providencial exceção diante da escassez de fontes para as pesquisas sobre a história do Ipu.
         Sua generosidade nunca será reconhecida na justa medida da ajuda que nos tem prestado e nosso reconhecimento, por mais sincero, nunca expressará o real valor das incontáveis contribuições que tem prestado aos pesquisadores da história do Ipu.
         Diante de seu mais recente achado - a revista do Instituto -, o qual me foi cedido, não tive dúvida. Em face do preocupante estado de conservação do volume, com várias páginas ausentes e grandes parte das restantes já rasgadas e em vias de perderem-se, resolvi transcrever o trabalho de Euzébio de Souza, sabendo que isso me custaria muita paciência.
         Não estranhe o leitor a ortografia. Preservei na íntegra a ortografia da época. O que pode parecer erro de digitação é, na realidade, a ortografia original. Os erros de impressão também foram preservados.
         Por último, coloco este trabalho à disposição de todos os colegas historiadores que se debruçam sobre os “vazios” da história do Ipu, aos quais não faço nenhuma restrição. A única condição para o acesso ao arquivo é que o interessado seja reconhecido como pesquisador e demonstre o conhecimento teórico e metodológico inerente a tal título e, acima de tudo, compromisso profissional e ético.
Jorge Luiz Ferreira Lima
Ipu, dezembro de 2005.






Histórico da Paróquia de São Sebastião do Ipu

A história da Paróquia de São Sebastião remete ao início do século XVIII.
Em 1712 foi criado pela Junta das Missões da Diocese de Pernambuco o Curato do Acaracu (forma antiga de Acaraú), cujo território compreendia toda a porção noroeste da Capitania do Ceará, desde o Rio Parnaíba até o Rio Acaraú; abrangia toda a Serra da Ibiapaba, Meruoca, Sobral e o sertão do vale dos rios Acaraú e Macaco
     Por outro lado, os padres da Companhia de Jesus - jesuítas -, sob a direção da Junta das Missões do Maranhão, já realizavam um trabalho de catequese junto aos índios Tabajaras, na serra da Ibiapaba, havendo fundado a Aldeia da Ibiapaba nas cercanias da atual cidade de Viçosa do Ceará. Faziam-se presentes ainda no vale do Rio Coreaú, catequizando os índios Aconguaçus e construindo uma capela no lugar chamado Ibuaçu, atual distrito de Araquém, na cidade de Coreaú.
     A Ibiapaba foi objeto de um conflito de jurisdição entre a Junta das Missões do Maranhão e a Junta das Missões da Diocese de Pernambuco. Ambas requisitavam o direito de catequizarem os índios da região. O processo ocorreu em Portugal e foi determinado que, os jesuítas não poderiam ultrapassar o rio Inhuçu (próximo a São Benedito). Dessa forma, a Ibiapaba foi dividida em duas partes: ao norte, sob a jurisdição dos jesuítas, tínhamos o que se chamou de Serra da Ibiapaba; ao sul, ficava a imensidão habitada por índios bravios e de uma inóspita chamada de Serra dos Cocos. O conjunto da cordilheira era chamado, a essa época, simplesmente de Serra Grande.
     Em 1722, enquanto a questão com os jesuítas arrastava-se, o Padre João de Matos Serra, do Curato do Acaracu, enviou para a Serra dos Cocos, frei José da Madre de Deus, da ordem dos Carmelitas, com a missão de construir uma capela sobre a serra, com a finalidade de evitar o avanço dos jesuítas em direção ao sul da Ibiapaba.
     Frei José veio conversar com o Capitão José de Araújo Chaves, dono da sesmaria das Ipueiras (hoje cidade de Ipueiras), pedindo-lhe que cedesse um terreno nas partes serranas, de suas terras para a construção da dita capela. O capitão, por sua vez, cedeu não e tão somente um, mas dois terrenos, exigindo que fossem construídas duas capelas, uma na serra e outra no sertão. Ele também escolheu os padroeiros. A capela do sertão seria dedicada a Nossa Senhora da Conceição e a da serra a São Gonçalo do Amarante.
     O padre carmelita deu prioridade à construção da capela serrana, mas acabou tendo que fugir das perseguições movidas pelos jesuítas. Deixou, no entanto, a capelinha inacabada, mas já servindo para as celebrações que eram raras nessa época em virtude da distância imensa que os padres tinham que percorrer. No máximo, os devotos podiam confessar-se e comungar uma vez por ano, quando pela capela passava um padre que ministrava a "desobriga", aproveitando também o ensejo para realizar todos os batismos, crismas e casamentos necessários. Diz-se que era comum as crianças se batizarem com até doze anos de idade em alguns pontos da Serra dos Cocos, dada a distância e o longo tempo que ficavam sem receber a visita de padres. Estes, por sua vez, enfrentavam toda sorte de perigos em cavalgadas intermináveis, subindo e descendo serras, percorrendo sertões, sujeitos a emboscadas de índios e saqueadores.
     A capelinha de São Gonçalo foi escolhida, em 30 de agosto de 1757, para matriz da Freguesia de São Gonçalo da Serra dos Cocos. Desde então, o povoado ao seu redor passou a chamar-se de Matriz de São Gonçalo e hoje se chama simplesmente "Matriz" é um distrito do município de Ipueiras.
     O território da Freguesia de São Gonçalo era imenso. Compreendia as atuais cidades de Ipueiras, Guaraciaba do Norte, Ipu, Poranga, Nova Russas, Ararendá, Tamboril e Hidrolândia totalizando uma extensão de quarenta léguas.
     No final do século XVIII, o povoado do Campo Grande, atual Guaraciaba do Norte, encontrava-se mais desenvolvido do que a Matriz de São Gonçalo, ao mesmo tempo em que ficava mais próximo de outros pontos também em desenvolvimento, como Viçosa e Sobral. Por este motivo, os padres da imensa Freguesia acabaram preferindo residir no Campo Grande, deixando em segundo plano a matriz.
     Por outro lado, bandos violentos agitavam a serra em constantes brigas de família, ensanguentando a Ibiapaba e, principalmente, o povoado da Matriz de São Gonçalo.
     Em 12 de maio de 1791, o território da Freguesia de São Gonçalo emancipou-se politicamente com a criação da Vila Nova d'El Rey. Para sede da vila foi escolhido o povoado do Campo Grande, o que aumentou o isolamento da Matriz de São Gonçalo.
     Ainda no final do século XVIII, no arraial do Ipu, foi doado por D. Joana de Paula Vieira Mimosa uma légua de terra para constituir o patrimônio de São Sebastião. E foi construída a primeira igreja no centro do quadro formado pelas casas do arraial. Essa primeira igreja tinha a frente voltada para o poente.  Era de taipa servindo apenas para as celebrações do Natal e Ano Novo. 
     A 26 de agosto de 1840, a sede da Vila Nova d'El Rey foi transferida para o Ipu, tomando o nome de Vila Nova do Ipu Grande. Por volta de 1845, chega a Ipu o último curador da Freguesia de São Gonçalo da Serra dos Cocos, o padre Francisco Corrêa de Carvalho e Silva. Ao que sabemos, foi o primeiro padre a fixar residência no Ipu. Sua justificativa para não morar na sede da Freguesia era o fato de haver encontrado a igreja de São Gonçalo em péssimo estado de conservação, com paredes ruindo, o que impossibilitava seu uso para as celebrações. A providência que tomou foi a de mandar demolir a antiga igreja para que fosse construída outra. Enquanto isso conseguiu autorização para transferir as alfaias e ornamentos para a capela de São Sebastião do Ipu.
     A construção da atual igreja da Matriz arrastou-se por muitos anos. Enquanto isso resolveu o Padre Corrêa demolir também aquela primitiva capela que havia no Ipu e mandou construir a atual igrejinha.
     Dessa forma, a capela da igrejinha remonta à segunda metade do século XIX, sendo, portanto a primeira igreja do Ipu.
     O Padre Corrêa faleceu no Ipu a 13 de junho de 1881, sendo nomeado para seu sucessor o Padre João José de Castro. No entanto, em 27 de outubro de 1883, a antiga Freguesia de São Gonçalo da Serra dos Cocos foi extinta, sendo criadas em seu lugar as Freguesias de Nossa Senhora da Conceição de Ipueiras e a de São Sebastião do Ipu. A igreja de São Gonçalo passou a ser capela da Freguesia de Ipueiras.
     O Padre João José de Castro foi, dessa forma, o primeiro pároco do Ipu, visto que o Padre Corrêa era vigário Colado da Matriz de São Gonçalo da Serra dos Cocos e fora transferido para Ipu com a mesma função.
     Em 1886, o Ipu foi elevado à categoria de cidade. A economia e a cultura desenvolviam-se e o padre João de Castro, além de seu trabalho pastoral, atuou em outros âmbitos, tendo sido fundador e primeiro presidente do Gabinete Ipuense de Leitura e organizado a festa de inauguração da Estação da Estrada de Ferro de Sobral, em 1894, ano em que veio a falecer.
     A seguir, veio o Padre Máximo Feitosa de Castro, permanecendo no Ipu de 1894 a 1911. Priorizando o trabalho pastoral, funda o Apostolado da Oração e duas Conferências Vicentinas.
     O Padre Aureliano Mota chegou ao Ipu em 1911 para suceder o padre Máximo Feitosa. Percebendo o crescimento econômico do Ipu e a posição privilegiada da cidade, tratou de chamar para cá seu irmão, o jurista, folclorista e escritor Leonardo Mota. Permaneceu à frente da Freguesia de São Sebastião por apenas cinco anos, o suficiente para idealizar a construção de uma igreja matriz que deveria ser a maior e mais bela de toda a região norte. A planta foi feita pelo ipuense arquiteto Arquimedes Memória e a pedra fundamental lançada em 1914. O jornal O Rebate, de Sobral, noticiou o fato na edição de 24 de outubro de 1914 com as seguintes palavras: "Com desusada solenidade realizou-se domingo ultimo, no Ipu, a benção da primeira pedra fundamental da nova igreja-matriz “daquella cidade, grandioso empreendimento que pretende levar a effeito, ali, o seu actual vigário, padre dr. Aureliano Mota." (ortografia da época)
     Com a transferência do Padre Aureliano para Quixeramobim, foi designado para o Ipu o Padre Gonçalo de Oliveira Lima, assumindo a Paróquia em 09 de abril de 1916. Continuou a construção da matriz a qual, devido às suas grandes dimensões, levou 26 anos para ser concluída. Padre Gonçalo enfrentou dificuldades, como as grandes secas de 1919 e 1932, quando foi criado em Ipu um campo de concentração para os flagelados, aos qual o padre deveria prestar auxílio espiritual.
   Por duas vezes assumiu cumulativamente as paróquias de Ipu e Guaraciaba do Norte, sendo a primeira de 12 de junho de 1920 a 02 de dezembro de 1922 e a segunda de 26 de junho de 1923 a 28 de outubro de 1925.
   Em 1947, o então Monsenhor Gonçalo entregou a paróquia ao Padre Francisco Ferreira de Moraes. Este tomou posse no dia 10 de janeiro daquele ano e permaneceu à frente da Paróquia de São Sebastião do Ipu por mais de cinquenta anos.
  
   Em dezembro de 1999, foi tornado vigário emérito por decisão de então Bispo da Diocese de Sobral, D. Aldo Pagotto. Em seu lugar, assumiu a Paróquia a então vigário diocesano Padre Raimundo Nonato Timbó de Paiva, o qual dirige a Paróquia atualmente.
Nas virtudes podemos verificar a dedicação de cada Sacerdote no mister de suas atividades sacerdotais. Eles não se prendiam tão somente a função de fazer a cúria de suas ovelhas, mas, se integravam substancialmente as atividades sociais da cidade, econômicas e políticas.
Os vigários que por aqui passaram foram de uma dedicação e muito esmero  às causas de todo Município com muita seriedade e respeito a todos.
Distinguimos aqui a passagem luminosa do filho de Ipu o Reverendíssimo Mons. Gonçalo de Oliveira Lima que durante o seu paroquiato foi um exemplo de Fé dignidade e amor à família de sua terra. Considerado pela Diocese da Sobral em que pertencia como a “Flor do Clero”. Porque Flor do Clero representava esta indicação pelos seus méritos de conceito, dignidade, respeito e convivo de extrema honradez com os seus paroquianos.
Durante o seu Paroquiato em Ipu, realizou grandes reformas na Igrejinha que mais tarde se tornara Igrejinha de Nossa Senhora do Desterro. As Festas em louvor a S. Sebastião tinham uma conotação altamente religiosa e espiritual, fazendo com que todo Povo do Município participasse das homenagens ao Santo Padroeiro. As novenas recebiam um fluxo de cristãos de todas as paragens e os filhos da terra que residiam fora prestigiavam aos movimentos relacionados com a Festa.
Resignou-se em 1948, quando chegava à idade provecta sendo substituído pelo no Padre Francisco Ferreira de Moraes em 09 de janeiro de 1949, que dissonantemente acabou com os festejos do Padroeiro, uma nota triste para os ipuenses e marcante para todos até os dias atuais e bastante comentada e escrita pelo Dr. Augusto Passos em um de seus livros.

Mons., Gonçalo celebrava diariamente na Igrejinha após a sua resignação às 06 horas da manhã e aos domingos mantinha o mesmo horário. Muito frequentada as missas do Monsenhor Gonçalo.

Sistematicamente tomava o seu Café Matinal num local reservado na Sacristia, que servia também para suas orações confissões e outros afazeres da Igreja. O café era levado pelo seu auxiliar Joaquim que carinhosamente era chamado por ele mesmo de MANSO.

Costumeiramente mandava tocar a Hora do Ângelus exatamente às seis horas da tarde. O seu Sacristão Francisco Alves d Sousa (Chico do Padre) alias essa alcunha devia-se ao Chico ser um dos ajudantes do Monsenhor Gonçalo que lhe trouxe do Recoló para aqui trabalhar.
Todos que ouviam o sino da Igrejinha tocando naquele momento rezavam as Nove Ave Marias que eram rigorosamente tocadas naquele momento. Alguns até se ajoelhavam. Cena bucólica inserida de uma religiosidade palpitante nos corações dos paroquianos, evidentemente católicos.

Na Poliantéia em homenagem a Emídio Barbosa que havia falecido tragicamente, quando uma parede da sua casa de comercio desabou matando-o imediatamente. fez brilhante discurso enaltecendo o homenageado de forma precípua e verdadeira e condizente com sua indubitável vida de cidadão honrado e digno.

Na política partidária do IPU. Era Udenista de tradição, mas sem esbanjar publicamente a sua preferência partidária. Fazia uma política de pé de ouvido com os seus amigos e compadres como ele gostava de chamar.
Mons. Gonçalo uma vez se portando ao relógio da matriz que comumente batia desorganizadamente assim falou: “este é como do tempo do lero - lero”, O que era o Lero-lero? Uma Música carnavalesca que falava de coisas
Esbodegadas, desalinhadas, etc. e etc.

Um Ipuense fervoroso e bairrista com a sua terra não gostava quando desaprecia do cenário comercial ou qualquer coisa assim dizia logo: “O Ipu é a Terra do bom principio”.

Quando da chegada da Coluna Preste aqui no Ipu, na madrugada do dia 13 de janeiro de 1926, estava o Monsenhor a celebrar a missa costumeira, das seis horas da manha. A população ao tomar conhecimento da chegada dos “Revoltosos”, compareceram a missa pouquíssimas pessoas, ficando a Igreja quase vazia. O seu sacristão era o senhor Manoel do Céu e ao terminar a missa um soldado da Coluna vai até a sacristia e pergunta ao seu Manoel do Céu – me informe onde fica a Delegacia e onde se encontra o Delegado? O velho sacristão responde incontinentemente quem sabe é o compadre vigário, e não deu outro o soldadadão foi de encontro ao Monsenhor e fez a mesma pergunta e calmamente Monsenhor responde: “não sei não, mas o sei sacristão disse Mons.”. Mais calmo ainda “olhe o meu compadre sacristão é um homem muito bom e não gosta de dar repostas negativas”. Enquanto isso seu Manoel do Céu tremia de medo apagando as velas do Altar. (Antônio Marrocos – Coluna Prestes no Ipu).

Ainda no que se refere à coluna Preste Mons. Gonçalo teve uma importantíssima função quando os Revoltosos procuraram saber quem o representante do Banco do Brasil que era o seu irmão Joaquim de Oliveira Lima. Pois bem eles fizeram seu Joaquim abrir o sua comercio de lá tiraram vários produtos inclusive câmara de ar e uma parte em dinheiro mesmo porque o seu Lima não forneceu o saldo verdadeiro.
Já no Gabinete de Leitura Mons. Esteve presente mandando lhe servir Café e uma boa água que deixou o Tem. João Alberto satisfeito, deixando ate o mesmo uma inscrição no livro de visitas do Gabinete. Despediram-se e disseram que iam dormir na Viração um sitio de propriedade do Mons. Não deu outra tiraram o leite das de todas as vacas que eram muitas de propriedade do Monsenhor Gonçalo, quando os Vaqueiros chegaram para fazer a ordenha não existia mais nada.·.

Piedoso e caridoso, costumeiramente mandava chamar os seus compadres em sua residência e agradava com produtos da lavra de suas terras.

Foi o criador e incentivador da Criação do Patronato. Um Colégio que indubitavelmente vem ao longo dos seus sessenta e um ano mantém um nível de escolaridade invejável não deixando nada desejar com as Escolas da Capital.
Fez a benção juntamente com outros sacerdotes da Pedra Fundamental da Nova Igreja Matriz e do Patronato Sousa Carvalho com também da Capela de Nossa Senhora das Graças no Patronato Sousa Carvalho.

Mons. Gonçalo curou por várias vezes a Paróquia de Campo Grande, hoje Guaraciaba do Norte. Em Santa Quitéria foi vigário e depois fez por varias vezes o curato daquela Paróquia. Um prova incontestável de sua capacidade e zelo expressivo pelo seu Sacerdócio.

Pelo seu comportamento frente à Diocese com suas prestações de contas escritas caracterizando assim um sacerdote de zelo ilimitado e exemplar pastor de almas que sempre foi.

Tenho um orgulho de felicidade muito grande de ter sido o seu Acolito por mais de 04 anos, e mais, ajudei a sua última Missa.

Mons. Gonçalo que já vinha sentindo alguns problemas cardíacos não celebrava no altar - mor e sim no altar do Coração de Jesus que fica quase na nave da igreja.

Sacerdote de aprimoradas virtudes e de brilhante inteligência faleceu no dia 11 de outubro de 1955, tendo deixado viva lembrança em todos quantos conheceram.
Mons. Gonçalo se encontra sepultado na Sacristia de Igrejinha de Nossa Senhora do Desterro.
Existe hoje na nossa cidade uma grande Escola funcionando no Alto da Boa Vista que leva o seu nome.
Foi um exemplo a ser seguido.

O seu sepultamento se deu em meio a uma grande multidão, várias representações cívicas, eclesiásticas e militares conduziram o seu féretro até a igreja Matriz de São Sebastião de Ipu onde se iniciaram os funerais, sendo cantada a antífona pelos Sacerdotes que solenemente conduziam o cerimonial do saudoso Mons. Gonçalo.

Estiveram presentes, Padres José Palhano que oficiou os solenemente os funerais do Monsenhor juntamente com outros padres. Padre Antonino Soares Cordeiro, Pe. Otacílio Carneiro, Pe. Francisco Ferreira de Moraes, Mons. Sabino (de Sobral) e Padre Jose Aristides Cardoso.
Entoaram o canto Miserere na encomendação do corpo do Monsenhor na Igreja Matriz. Em seguida o corpo foi levado em meio a uma multidão incalculável para sua ultima morada. Antes do sepultamento ouviu-se o brilhante discurso do Sr. Miranda, gerente do Banco do Brasil que eloquentemente representava naquele momento toda sociedade ipuense que mergulhada em lágrimas se despediam do seu pastor tão querido e tão amado.
A Banda de Música na parte detrás da Igrejinha onde se encontra sepultado Mons. Gonçalo, na Regência do Mestre João Louro executava solenemente a Marcha Fúnebre de autoria do seu irmão Joaquim de Oliveira Lima SAUDADE ETERNA.

Tudo consumado!
No seu tumulo apenas as flores e as lagrimas dos seus entes queridos e todo o Povo de Deus ali prestavam a sua homenagem póstuma rezando piedosamente em memória daquele que fora o ORIENTADOR, CONFESSOR, CONSOLADOR, afinal um pastor que inegavelmente jamais teremos na nossa IPU>

Foram Padres Coadjutores de Ipu;

Padre José Aristides Cardoso foi o primeiro Coadjutor de Ipu, no vigariato do Mons. Gonçalo de Oliveira Lima.
Atividades pastorais e outras; Vigário Cooperador do Ipu, em 1939, cujo vigário era Monsenhor Gonçalo de Oliveira Lima. Vigário de Reriutaba, do ano seguinte até oito de abril de 1943. Veio para Sobral, exerceu o magistério no Colégio Sobralense por três meses. De julho a dezembro do mesmo ano, esteve em Acaraú, como vigário cooperador do pároco: Padre Sabino de Lima. Depois vai para Massapê-CE, função que exerceu com muito zelo, até 31 de dezembro de 1948. Voltou a residir em Sobral, em 1949 (foi aí que eu o conheci), assumindo a capelinha do Colégio Santana e o magistério no Seminário São José, dedicando-se também à regência do Coral do Seminário. Dos fins de 1948 para início de 1952, foi Ecônomo do Seminário. De 1952 a 1956, Vigário Auxiliar de São Benedito com o Vigário Padre José Bezerra Coutinho. De 1957 a 1968, Vigário de Ibiapina - CE, pela primeira vez; posse no dia 30 de janeiro; tendo renunciado a 24 de março do mesmo ano. Após dois anos em Martinópolis, retornou a Ibiapina, a 13 de janeiro de 1957. De 1969 a 1971, Diretor do Ginásio em Guaraciaba, dando assistência à paróquia de Carnaubal, que estava vaga. De 1971 a 1975, Vigário de Cariré. De 1976 a 1992, Vigário de Carnaubal, CE, na Diocese de Tianguá. De 1992 até hoje, Vigário emérito de Carnaubal, residindo em sua terra natal. Em reconhecimento dos bons serviços prestados à Igreja, a Santa Sé o agraciou com o título de Monsenhor.

Seu pensamento pessoal: "Meu sacerdócio foi baseado na obediência aos meus superiores; no meu itinerário sacerdotal procurei sempre fazer o bem para a glória de Deus e salvação das almas".


O Segundo coadjutor de Monsenhor Gonçalo de Oliveira Lima foi O Padre Cauby Jardim Pontes, que assumiu as suas funções logo depois do Padre Cardoso no inicio do Ano de 1943.
Padre Cauby, foi no Ipu um empreendedor. Construiu o Cine Teatro Moderno, animou grandemente as Associações Pias e a Cruzada Infantil. Criou o Grupo Teatral Ipuense e revolucionou contra os comunistas na pessoa do Madureira, expulsando de uma vez por todas de nossa cidade. Um pool de amplificadoras foi levado o afeito com varias cornetas espalhadas em diversas partes da cidade, onde se escutava de qualquer parte da nossa cidade. Criou programas e mais badalado era o Programa A Hora da Saudade com a participação de Cantores e Músicos da Terra. Era filho de São Benedito. Na sua terra natal fez a melodia do Hino da cidade em 1936.

Padre Eudes Fernandes, passou por aqui nos anos 1953/1954

Padre Francisco de Assis Lopes Ordenou-se em Sobral no dia 23 de outubro de 1955. Celebrou a primeira Missa em Bela Cruz no di 01 de novembro de 1955, em seguido foi nomeado Coadjutor de Ipu.

Padre Antônio da Silveira Bastos, foi Cooperador de Ipu nos anos de 1960/1961, deixou Ipu para assumir a Paróquia da cidade de Frecheirinha.

Padre Francisco Fulton de Paula Bezerril
Nasceu em São Benedito – CE em 23 de outubro de 1929. Ordenou-se em Sobral – CE aos 8 de dezembro de 1956. É filho de: José Fialho Fontenelle Bezerril e de Zélia de Paula Bezerril. Casou-se com Zenaide de Vasconcelos Bezerril. Reside em Fortaleza. Foi coadjutor no Ipu no ano de 1959.

Padre Francisco das Chagas Martins Ordenado Sacerdote no dia 08 de dezembro de 1956 na Catedral de Sobral por D. José Tupinambá da Frota e cantou sua primeira missa na Igreja Matriz de São Sebastião de Ipu, no dia 09 de dezembro de 1956.
Começou sua vida de trabalho, sendo Coadjutor da Paróquia de Ipu até 1959.
Foi nomeado Vigário de Mons. Tabosa em 20 de dezembro de 1959 até 1961.
Em 1961, a 22 de janeiro foi nomeado vigário de Reriutaba, onde permaneceu até 04 de abril de 1965.
Volta a Ipu e permaneceu de 1965 até 1967.
Como professor lecionou no Ginásio Ipuense as disciplinas de Latim e Francês.
Foi orientador da Cruzadinha Eucarística de Ipu por todo tempo que permaneceu em sua cidade natal o Ipu.


Tomou posse na Paróquia de Viçosa do Ceará no dia 22 de janeiro de 1967 até 2002.

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

O Encanto.

Perdeu-se, evadiram-se no espaço (no ar), como uma mágica dos mais dinâmicos mágicos da vida aqueles que conseguem em pouco tempo esquecer as maleficências do cotidiano o travor das mazelas experimentadas por mais longa que sejam as existências de vida vivida e, consegue enterrar no embrulho do tudo passa o que aconteceu e que não foi gostoso nos esmerados do viver.
Foi-se, mas foi mesmo, aquele encanto maravilhoso tombado no íntimo dos que mais pertencem e guarda no escrínio memorial a fortaleza de resistir a tudo bem como a quem pertencer tais males.
O encanto do ar acabou-se, se foi como diz o cantor como “nuvem passageira” como aquilo que vemos e não sentimos o abstrato, o sonho de quem viveu e passou no quadro das imagens de Picasso, nos ensinamentos filosóficos de Sócrates que antes de ingerir a Cicuta falava sabiamente dos conceitos da vida do “imortal” da gratidão, dos sentimentos puros tingidos sempre pela “mequetrefagem” dos insípidos ou até mesmo sórdidos onde abalam o divinal das purezas adiadas de outros princípios nobres e eficazes.
A canção acabou o embalo das noites recobertas pelos bemóis e sustenidos de uma escala musical onde o tom maior ou menor era gravado no disco de prata, não pela vendagem da música, mas, pelo desencanto; o encanto quebrado nos compassos que ritmavam as noites de serenatas, a gravação era na Lua indigente talvez, mas manuscritada em partitura repleta de amor e carinho.
Falam ou choram violões, em cordas trêmulas como numa despedida derradeira como quem parte se despede e não volta tão logo ou até mais cedo de um horizonte quiçá intransponível mistificado pelos sonoros acordes da sonata quem embalou a noite clara ou escura quem sabe.
Será que você sonhou? Ou viveu a realidade do encanto que perdeu encanto, que perdeu brilho, que foi atirado pelos bequadros do andamento maléfico descompassados dos desastrosos ruminantes neste mundo de “infaustilidade” onde o profeta não consegue presumir o cadafalso dos pertinentes coloridos “algoziantes” de mistérios que são e serão sempre inexplicáveis no mundo das fantasias, dos fanáticos atordoadores do mal e da inviolabilidade do momento que não sabemos o futuro, pois não é da terra prever o acontecimento do amanhã.
O canto da voz encanta, mas o desencanto brota das cadavéricas e mesquinhas rupturas da maviosidade embevecida dos menestréis que cantam e empalidece as contas dos rosários entremeado de mistérios que rezamos no ato benfazejo e glorificado Deus criador de todas as coisas.
Cantemos as glórias de Javé, e renunciamos o propulsor dos ódios “malcaratado” dos dias que vivemos.







O Som Flébil.

Não gosto de falar de coisas tristes, coisas que machucam e às vezes trazem no seu íntimo um sabor amargamente ferido o que nos distancia dos momentos que chamamos muitas vezes de afáveis.
Mas, naquela manhã tudo estava turvo. O céu languidamente encarregou-se de abrir o seu leque de cores apagadas tingidas de forma indiferente ao substrato da vida.
Já não falamos mais nas coisas boas do bem viver, o ato depressivo se apodera e quase não podemos rebater os seus efeitos disfônicos que são por demais pesados.
Alguém exclama, é a Vida. Os murmúrios de é a vida não passa de um consolo para quem se motivou sempre, e muito, nas jornadas impetuosas do dia a dia.
O incomum acontece. Nostalgia, a opaquitude deixa quebrar o sentimento verdadeiro, ofuscando no “abajur lilás” á sombra mediavalesca que não conseguimos entender. Entender? Sim! Não entendemos o que está se passando em nós.
As visões caminham e a ótica visionaria, vislumbra imagens que se perdem folgadamente no espaço, como se fosse a fumaça, não sei, talvez de um cigarro banalizado pelo seu fumador de estranho paradeiro.
As cinzas da tarde aparecem e o langor da Ave Maria é anunciado pelo dobre dos sinos e o toque do flamejante órgão de tonalidade variável que mais parece à “extrema-unção” dos enfermos no momento derradeiro
No centro da Igreja as luzes mortiças dos candelabros dando um ar de lugubridade ardente aos que vivem tais momentos.
Os sacerdotes celebram os e cantam o “Canto Chão” e genuflexo rezamos piedosamente o salmo de aclamação ao soberano Deus criador de todas as coisas.
A claridade emitida dos castiçais parece até mesmo que estamos em tons de funerais soluçando aos acordes de músicas enegrecidas do espírito de outras vidas.
Mas afastemos de nós o terror dos negrumes e procuremos viver a noite que mesmo escura nos traz mistérios que são agradáveis aos nossos sentimentos.
As constelações multicoloridas das estrelas nos alegram, e vez por outra a “estrela cadente” nos oferece o brilho de um renascer majestoso.
A lua sempre bela, baila no horizonte como se fosse à fada dos nossos sonhos que sempre e continuaram sendo encantados, até enquanto houver o romantismo talhado pelos enamorados das noites que não tem horizontes, mas que trazem um bálsamo perfumado pelas orquídeas que não deixam esmaecer de uma só vez os alcatifados sentimentos de amor, desfazendo o ódio que haverão de durar poucamente ou quase nada, pois a persuasão de tudo será indelevelmente a flor do esquecimento porque não temos aquela majestade de imposição de “Rei na Barriga”, pois a simplicidade durará por muito tempo, até que o coro dos anjos em total “Deo Gratias” entoar o louvor perene da felicidade sonhada.









                       

                                  VIOLÕES QUE CHORAM                     


Ah! Plangentes violões dormentes, mornos.
Soluços ao luar, choros ao vento.
Tristes perfis, os mais vagos contornos·.
Bocas murmurejante de lamento.

Noites de além, remotas, que eu recordo
Noites de solidão, noites remotas.
Que nos azuis da fantasia bordo
Vou constelando de visões ignotas.

Sutis palpitações à luz da lua
Anseio dos momentos mais saudosos
Quando lá choram na deserta rua
As cordas vivas dos violões chorosos.

Quando os sons  dos  violões vão soluçando
Quando os sons dos violões nas cordas gemem
E vão dilacerando e deliciando
Rasgando as almas que nas sombras tremem

Harmonia que pungem que laceram
Dedos nervos e ágeis que percorrem
Cordas e um mundo de delicias geram
Gemidos prantos que no espaço morrem.

E sons noturnos e suspiradas mágoas,
Mágoas amargas e melancolias,
No sussurro monótono das águas
Noturnamente, entre ramagens frias.

Vozes veladas, veludosas vozes
Volúpias dos violões, vozes veladas
Vagam nos velhos vórtices velozes
Dos ventos, vivas, vãs,vulcanizadas.




QUERO-TE CADA VEZ MAIS, OH! MEU AMOR!
Os acordes de um violão enchiam de harmonia o nosso querido quadro da Igrejinha. Sobre o tapete e matizado do gramado, sentávamos em círculo para o deleite daqueles momentos de poesia. A Igrejinha, fazendo parte do cenário, tudo ouvia e tudo abençoava. O velho tamarindeiro esvoaçava sua folhagem como se aplaudisse aqueles furtivos encontros de adolescentes apaixonados. Quero-te cada vez mais oh, meu amor!
A lua, como sempre, banhava de luar prateado toda a amplidão. Da majestosa Serra da Ibiapaba, vinha o bafejo serrano para acariciar o nosso rosto.
A cascata feiticeira se balançava de um lado ao outro do talhado exibindo o seu véu de noiva, de leve tecido pelas ninfas da noite.
Com cheiro de juventude, com alma de boêmia, com coração de estudante apaixonado, todo o nosso Quadro da Igrejinha parecia um ambiente de contos de fada.
Por entre as folhagens das árvores, o luar era coado e as réstias dançavam conforme o impulso do vento nos galhos viçosos e verdejantes.
E o violão enchia os ares das noites de notas românticas parecendo um lamento de paixão, um apelo para o amor.
Quero-te cada vez mais, Quadro dos meus amores, palcos das minhas quimeras, dos meus sonhos e de minhas primeiras ilusões. Contigo eu idealizei e realizei. E é por isso que te digo mil vezes: quero-te cada vez mais, oh! Meu amor.
Maria do Socorro Melo Lima.