segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

                       

                                  VIOLÕES QUE CHORAM                     


Ah! Plangentes violões dormentes, mornos.
Soluços ao luar, choros ao vento.
Tristes perfis, os mais vagos contornos·.
Bocas murmurejante de lamento.

Noites de além, remotas, que eu recordo
Noites de solidão, noites remotas.
Que nos azuis da fantasia bordo
Vou constelando de visões ignotas.

Sutis palpitações à luz da lua
Anseio dos momentos mais saudosos
Quando lá choram na deserta rua
As cordas vivas dos violões chorosos.

Quando os sons  dos  violões vão soluçando
Quando os sons dos violões nas cordas gemem
E vão dilacerando e deliciando
Rasgando as almas que nas sombras tremem

Harmonia que pungem que laceram
Dedos nervos e ágeis que percorrem
Cordas e um mundo de delicias geram
Gemidos prantos que no espaço morrem.

E sons noturnos e suspiradas mágoas,
Mágoas amargas e melancolias,
No sussurro monótono das águas
Noturnamente, entre ramagens frias.

Vozes veladas, veludosas vozes
Volúpias dos violões, vozes veladas
Vagam nos velhos vórtices velozes
Dos ventos, vivas, vãs,vulcanizadas.



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