O Som Flébil.
Não gosto de falar de
coisas tristes, coisas que machucam e às vezes trazem no seu íntimo um sabor
amargamente ferido o que nos distancia dos momentos que chamamos muitas vezes
de afáveis.
Mas, naquela manhã tudo
estava turvo. O céu languidamente encarregou-se de abrir o seu leque de cores
apagadas tingidas de forma indiferente ao substrato da vida.
Já não falamos mais nas
coisas boas do bem viver, o ato depressivo se apodera e quase não podemos
rebater os seus efeitos disfônicos que são por demais pesados.
Alguém exclama, é a Vida.
Os murmúrios de é a vida não passa de um consolo para quem se motivou sempre, e
muito, nas jornadas impetuosas do dia a dia.
O incomum acontece.
Nostalgia, a opaquitude deixa quebrar o sentimento verdadeiro, ofuscando no
“abajur lilás” á sombra mediavalesca que não conseguimos entender. Entender?
Sim! Não entendemos o que está se passando em nós.
As visões caminham e a
ótica visionaria, vislumbra imagens que se perdem folgadamente no espaço, como
se fosse a fumaça, não sei, talvez de um cigarro banalizado pelo seu fumador de
estranho paradeiro.
As cinzas da tarde aparecem
e o langor da Ave Maria é anunciado pelo dobre dos sinos e o toque do
flamejante órgão de tonalidade variável que mais parece à “extrema-unção” dos
enfermos no momento derradeiro
No centro da Igreja as
luzes mortiças dos candelabros dando um ar de lugubridade ardente aos que vivem
tais momentos.
Os sacerdotes celebram os e
cantam o “Canto Chão” e genuflexo rezamos piedosamente o salmo de aclamação ao
soberano Deus criador de todas as coisas.
A claridade emitida dos
castiçais parece até mesmo que estamos em tons de funerais soluçando aos acordes
de músicas enegrecidas do espírito de outras vidas.
Mas afastemos de nós o
terror dos negrumes e procuremos viver a noite que mesmo escura nos traz
mistérios que são agradáveis aos nossos sentimentos.
As constelações
multicoloridas das estrelas nos alegram, e vez por outra a “estrela cadente”
nos oferece o brilho de um renascer majestoso.
A lua sempre bela, baila no
horizonte como se fosse à fada dos nossos sonhos que sempre e continuaram sendo
encantados, até enquanto houver o romantismo talhado pelos enamorados das
noites que não tem horizontes, mas que trazem um bálsamo perfumado pelas
orquídeas que não deixam esmaecer de uma só vez os alcatifados sentimentos de
amor, desfazendo o ódio que haverão de durar poucamente ou quase nada, pois a
persuasão de tudo será indelevelmente a flor do esquecimento porque não temos
aquela majestade de imposição de “Rei na Barriga”, pois a simplicidade durará
por muito tempo, até que o coro dos anjos em total “Deo Gratias” entoar o
louvor perene da felicidade sonhada.
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