quarta-feira, 20 de maio de 2015

A Ponte Seca.

Construída em 1894 quando do prolongamento da estrada de Ferro Ipu-Sobral. No local de onde foi construída a Ponte, existia uma grande barreira que foi quebrada e aproveitada até certo nível para adequar-se a linha férrea e para que desse acesso ao outro lado praça, hoje Rua Major Antônio do Vale. Assim foi construída a famosa e polemica (pela Igreja Católica) Ponte Seca. Dada a sua distancia dos movimentos sociais da cidade, serviu por muito tempo para os namoricos.
Era coberta por um mata-pasto que se formava em toda Praça até as imediações da famosa e tradicional Ponte Seca.
Existe uma canção do Zezé do Vale que diz Assim: “se quer falar comigo, procure outro ambiente, mais aqui no Paredão o Padre briga com a gente”. E ainda a música continua falando e cantando assim: “è muito feio uma moça enxovalhada, você não casa comigo e fica moça falada, mas se você quer manter o caráter seu, converso contigo até aonde a garrota morreu, Converso na Ponte Seca aonde você quiser, porém no fim de tudo você seja minha mulher”.
Era a expressão verdadeira da época, pois namorar no Paredão não era recomendado pelos preconceituosos especialmente a Igreja Católica. Imagine vocês namorarem na Ponte Seca um local considerado ermo, local que somente alguns casais mais atrevidos e mais sequiosos por um sexo ali visitavam a Seca Ponte. Passava por ali apenas as águas das enxurradas das chuvas indo desaguarem no Ipuçaba no Sítio do Anastácio de Melo.
Ponte Seca dos passeios à tardinha por muitas jovens e jovens de nossa sociedade, era bucólico andar na linha do trem nas últimas horas do dia e nas primeiras horas de noite. Quando chegávamos à Ponte diminuíamos a velocidade do andar considerando um risco, pois, uma queda ali era bastante danosa.
Os batentes da Ponte foram por muito um local apreciado para fotografias de namorados e de poses de sozinhos para mostrar a arquitetura da Ponte. 
Ponte Seca que permanece muda por onde hoje passam os transeuntes e veículos dado o crescimento da cidade. Muda para tudo e para todos, ignorando os frequentadores da noite. Muda porque não fala do que ouviu dos enamorados livres como aves que voam livremente.
Ai está a nossa ponte seca, imortalizando a cidade desde a sua construção. É um marco que muito esquecem embora sejamos servidos diariamente por ela.
Certo Bloco Carnavalesco por volta dos anos 50, comandado pelo Zé Soares, Tomás Soares, Caçamba e outros. Existia um participante (lembro-me bem), que e trajado de mulher grávida com uma placa nas costas bem grande que dizia “A culpa foi da Ponte Seca”. Entendam para que servia a nossa Ponte Seca.
Mas é história, é para ser contada, pois hoje a nossa Ponte nada disso mais existe o um lugar onde as pessoas transitam normalmente são as elegantes residências que existem em suas imediações, ou seja, nos seus dois lados.
Fica para os porvindouros a história de nossa “Ponte Seca”.
Francisco de Assis Martins

(Prof. Melo) – 28 de agosto de 2007.

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