A Ponte
Seca.
Construída em 1894
quando do prolongamento da estrada de Ferro Ipu-Sobral. No local de onde foi
construída a Ponte, existia uma grande barreira que foi quebrada e aproveitada
até certo nível para adequar-se a linha férrea e para que desse acesso ao outro
lado praça, hoje Rua Major Antônio do Vale. Assim foi construída a famosa e
polemica (pela Igreja Católica) Ponte Seca. Dada a sua distancia dos movimentos
sociais da cidade, serviu por muito tempo para os namoricos.
Era coberta por um
mata-pasto que se formava em toda Praça até as imediações da famosa e
tradicional Ponte Seca.
Existe uma canção do
Zezé do Vale que diz Assim: “se quer falar comigo, procure outro ambiente, mais
aqui no Paredão o Padre briga com a gente”. E ainda a música continua falando e
cantando assim: “è muito feio uma moça enxovalhada, você não casa comigo e fica
moça falada, mas se você quer manter o caráter seu, converso contigo até aonde
a garrota morreu, Converso na Ponte Seca aonde você quiser, porém no fim de
tudo você seja minha mulher”.
Era a expressão
verdadeira da época, pois namorar no Paredão não era recomendado pelos
preconceituosos especialmente a Igreja Católica. Imagine vocês namorarem na
Ponte Seca um local considerado ermo, local que somente alguns casais mais
atrevidos e mais sequiosos por um sexo ali visitavam a Seca Ponte. Passava por
ali apenas as águas das enxurradas das chuvas indo desaguarem no Ipuçaba no
Sítio do Anastácio de Melo.
Ponte Seca dos
passeios à tardinha por muitas jovens e jovens de nossa sociedade, era bucólico
andar na linha do trem nas últimas horas do dia e nas primeiras horas de noite.
Quando chegávamos à Ponte diminuíamos a velocidade do andar considerando um
risco, pois, uma queda ali era bastante danosa.
Os batentes da Ponte
foram por muito um local apreciado para fotografias de namorados e de poses de
sozinhos para mostrar a arquitetura da Ponte.
Ponte Seca que
permanece muda por onde hoje passam os transeuntes e veículos dado o
crescimento da cidade. Muda para tudo e para todos, ignorando os frequentadores
da noite. Muda porque não fala do que ouviu dos enamorados livres como aves que
voam livremente.
Ai está a nossa ponte
seca, imortalizando a cidade desde a sua construção. É um marco que muito
esquecem embora sejamos servidos diariamente por ela.
Certo Bloco
Carnavalesco por volta dos anos 50, comandado pelo Zé Soares, Tomás Soares,
Caçamba e outros. Existia um participante (lembro-me bem), que e trajado de
mulher grávida com uma placa nas costas bem grande que dizia “A culpa foi da Ponte Seca”. Entendam
para que servia a nossa Ponte Seca.
Mas é história, é para
ser contada, pois hoje a nossa Ponte nada disso mais existe o um lugar onde as
pessoas transitam normalmente são as elegantes residências que existem em suas
imediações, ou seja, nos seus dois lados.
Fica para os
porvindouros a história de nossa “Ponte Seca”.
Francisco de Assis
Martins
(Prof. Melo) – 28 de
agosto de 2007.
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