MONS. GONÇALO DE OLIVEIRA LIMA
Mons.
Gonçalo nasceu na cidade de Ipu a 09 de janeiro de 1884, filho de Joaquim de
Oliveira Lima e Joana Gonçalves de Lima. Ficou órfão aos 10 anos de idade, já
que seu genitor falecera a 18 de março de 1894. Estudou o curso primário no Ipu
com o professor Antonio Alves Pereira. Foi matriculado no seminário de
Fortaleza em 1898, onde concluiu os estudos preparatórios, filosóficos e
teológicos, sempre com louvor e distinção. Foi ordenado sacerdote
a 30 de
novembro de 1906 em Fortaleza por Dom Joaquim José Vieira e celebrou a primeira
missa na matriz de Ipu, sua terra natal, a 08 de dezembro de 1906. A aquela
época dizia-se que após a ordenação o neo-sacerdote cantava a sua primeira
missa. A 03 de março do ano seguinte, tomou posse da paróquia de Santa Quitéria,
onde permaneceu até 19 de abril de 1916. Durante esse paroquiato fundou o
Apostolado da Oração e a Conferencia Vicentina, deu incremento ao ensino do
catecismo; reformou a matriz e todas as capelas da freguesia; construiu as
capelas de Madalena, Macaraú e Canabrava. Graças aos seus esforços foi
inaugurado o telegrafo de Santa Quitéria. Transferido para paróquia de Ipu, com
posse a 19 de abril de 1916, substituindo o Revdmo Pr. Aureliano Mota, exerceu
um apostolado exemplar durante quarenta anos. Durante o seu paroquiato em Ipu,
realizou grandes reformas na igrejinha que mais tarde se tornara Igrejinha de
Nossa Senhoras do Desterro, contribuiu para a construção da igreja matriz e
construiu a Casa Paroquial de residência do vigário. As festas em louvor a São
Sebastião tinham uma conotação altamente religiosa e espiritual, fazendo com
que todo povo do
município
participasse das homenagens ao santo padroeiro. As novenas recebiam um fluxo de
cristãos de todas as paragens e os filhos da terra que residiam fora
prestigiavam os movimentos relacionados com a festa. Entregou a estola
paroquial em 1948, quando chegava a idade provecta, sendo substituído pelo
padre Francisco Ferreira de Moraes em 09 de janeiro de 1949, que
dissonantemente acabou com os festejos do padroeiro, uma nota triste para os
ipuenses e marcante para todos até os dias atuais, e bastante comentada e
escrita pelo Dr. Augusto Passos em um de seus livros. Mons. Gonçalo celebrava
diariamente na igrejinha após a sua resignação às 06 horas da manhã e aos
domingos mantinha o mesmo horário. Sistematicamente tomava o seu café matinal
num local reservado na sacristia, que servia também para suas orações,
confissões e outros afazeres da igreja. Piedoso e caridoso, costumeiramente
mandava chamar os seus compadres em sua residência e agradava com produtos da
lavra de suas terras. Foi o criador e incentivador da Criação do Patronato. Fez
a benção juntamente com outros sacerdotes da pedra fundamental da nova igreja
matriz e do Patronato Sousa Carvalho como também da capela de Nossa Senhora das
Graças no Patronato Sousa Carvalho. Mons. Gonçalo curou por várias vezes a
paróquia de Campo Grande, hoje Guaraciaba do Norte. Considerado pela sua
diocese como um padre digno e respeitado chegando a ser cognominado de “A Flor
do Clero”. Pelo seu comportamento frente a diocese com suas prestações de
contas escritas caracterizando assim um sacerdote zeloso e exemplar, pastor de
almas que sempre foi. Sacerdote de aprimoradas virtudes e de brilhante
inteligência, faleceu no dia 11 de outubro de 1955, tendo deixado viva
lembrança em todos quantos conheceram. Mons. Gonçalo se encontra sepultado no
consistório da Igrejinha de Nossa Senhora do Desterro, no mesmo lugar onde ele
rezou sua primeira missa.
Existe
hoje na nossa cidade uma grande escola funcionando no Alto da Boa Vista que
leva o seu nome. É ainda hoje lembrado e venerado com profunda saudade pelas
pessoas que conheceram a sua história e sua trajetório de homem singular,
íntegro, reto, devotado às coisas da igreja e ao bem-estar do seu povo.
Permaneceu como líder espiritual durante 40 anos. Foi um exemplo a ser seguido.
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