sábado, 16 de maio de 2015

CREPÚSCULO

A partícula luminosa mergulhava no cálice da Ibiapaba. Era a hora do pôr-do-sol.
Reflexo poético da cor de uma saudade... desde criança gosto de observar a beleza do firmamento, com suas nuvens branquinhas que se tornam douradas no final de cada dia. È um momento de êxtase, porém tudo se dissipa muito rápido dada à cidade ser brotada ao sopé da serrania.
Lembro-me do tempo de criança em que vi o pôr-do-sol, com toda sua extensão, pela primeira vez. Estava na fazenda que pertencia ao meu Pai. A casa grande erguia-se ao lado do açude. O gado já voltava ao curral quando minhas primas, Nair e Neném, levaram-me para um passeio inesquecível... Andamos um pouco até chegar a um terreno mais elevado. Foi nesta ocasião que o Poente se descortinou maravilhosamente belo. O Sol já se despedia lentamente na hora crepuscular. O céu tingia-se de cores fortes esbatidas como se uma enorme fogueira tomasse conta do horizonte. Comecei a gritar de medo pensando que fosse o fim do mundo, assunto tão propalado na época.
As primas me abraçaram e explicaram que era apenas o pôr-do-sol. A bola de fogo crescia a cada instante e o circulo luminoso avançava a cada instante para outras regiões. As águas do açude pareciam chorar a despedida... Jamais esquecerei aquele momento único como são únicos todos os momentos de nossas vidas.





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