Cenáculo.
Inicio dos anos 60. A associação Santa Luiza
de Marillac, encabeçada pelas distintas jovens da época: Maria Francisca Frota,
Suzana Ximenes, Terezita Felizola e a nobre ipuense Dilma Timbó; resolveram
criar o Cenáculo.
O que era o Cenáculo?
Um
recanto agradabilíssimo que reunia todas as noites a juventude da época para
curtirem ao som de uma Radiola HI feita pelo Reizinho as músicas do Trio
Irakitan, jogos de Gamão, Dama, Firo, Dominó, Ping-pong e outros tantos.
Tornou-se rapidamente o ponto de encontro dos jovens daquele tempo. Ficava onde
é hoje “O Estação Bar” ou a antiga residência de seu Antônio Ramos. Rememoramos
com muita saudade daquele lugarzinho tão bom e suave onde as nossas noites eram
menos compridas, e tardes também, pois aos sábados e domingo era aberto pela
manhã e a tarde, incluindo sem duvidas na noite boemia. Um perfume agridoce
tomava conta do ambiente com a presença indispensável de nossas garotas do Ipu,
sempre com aquele charme de mulher BONITA. Era ali que encontrávamos com as
nossas namoradas. Pegávamos as nossas enamoradas e saiamos a dar voltas na
Avenida Major Quixadá onde o som da amplificadora a Voz Ipuense se confundia
comas melodiosas musicas da Eletrola do Cenáculo.
E
tome romance, juras d amor, beijos abraços e parava por aí a pureza das meninas
daquele tempo era muito grande. Vivi aquela época e sem duvidas era bom ser do
Ipu, de noites nostálgicas e leves inebriadas com as músicas de Adilson Ramos,
Nelson Gonçalves, Cauby Peixoto, e outros, e mais outros.
A lua
como sempre nos acompanhava espalhando a sua a luz argêntea para gravar no
disco de prata as partituras tocadas pelos anjos em magistral orquestração.
“Por isso é que dizemos que a Lua é um disco em que o criador gravou uma
canção”.
E vamos que vamos de noite adentro a voz ao
som do PINHO era carta marcada. E lá íamos de casa em casa cantar e tocar para
as nossas belas adormecidas. No dia seguinte os comentários eram o suficiente
para nos deixar lisonjeados. Diziam: eu ouvi a serenata, que bom cantaram a
minha música, e por ai seguiam-se as conversas das belezas que ouviram na noite
as modinhas de corações apaixonados.
Era o vigor da juventude, sensibilidade a
flor da pele, sangue fervendo evoluindo e o sentimento mais profundo.
Não tenho medo das criticas que fazem dos
românticos, sou e serei até enquanto o divino poder e quiser, serei um ROMÂNTICO INVETERADO, graças a Deus.
Francisco Mello.
Ipu,
07 de setembro de 2011. As 22h14min.
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