IMPRENSA DE IPU – IDOS DE 1924
HISTÓRICO.
A cidade de Ipu não
madrugou na publicação de Jornais em relação ao interior do Ceará. Esta honra
coube a cidade de Aracati que fez circular no ano de 1831 o seu jornal pioneiro
– Clarim da Liberdade. Foi, entretanto Ipu a 12ª localidade do interland
cearense a editar um periódico impresso, no caso O IPUENSE, fundado e
dirigido por Julio Cícero Monteiro, em 24 de outubro de 1890. Foram tiradas 20
edições. Este foi o primeiro jornal em letras de forma da terra de Iracema.
Desde 1886, a até 1892, a elite intelectual da
cidade mostrou particular interesse pelo jornalismo sertanejo. E assim que
vemos naquela fase tal empenho expresso no feitio e circulação de jornais
manuscritos, naturalmente de reduzida tiragem. Assim eram enfrentadas as
dificuldades de então para se conseguir um prelo para podermos imprimi-los. Como
ensaios circularam naquela época: A Lira, em 1886, O Porvir, O Sol, A Brisa, O
Espelho, Beija Flor e O Paladino. Tinham orientação literária, social e humorística
dos redatores, José Cândido de Sousa, Thomas de Aquino Corrêa, Francisco
Ximenes Aragão, Julio Cícero Monteiro, Felix Cândido e outros.
Em 1900, Herculano José Rodrigues organizou e
fez imprimir na tradicional Tipografia Minerva o Almanaque Ipuense, anuário que
teve nova e ultima edição em 1901. Era um empreendimento arrojado, dado as
significâncias do meio e da época. Contudo o Almanaque Ipuense saiu com boa
aparência gráfica e bastante apreciável pelo seu conteúdo informativo
literário, charadistíco e etc.
A 18 de fevereiro de 1904, os irmãos Teles e
Jovelino de Sousa, que dirigiram no Ipu o Colégio José de Alencar o mais
importante educandário da região, fizeram circular na Cidade do Ipu, um jornal
bem feito com excelente parte editorial. Além de seus diretores nele
colaboraram Dr. Feliz Cândido de Sousa Carvalho, Juiz de Direito da Comarca, o
poeta Liberato Filho, Manoel Ribeiro de Miranda, Alba Valdez, Julio Cícero
Monteiro, Dr. José Mendes de Vasconcelos, Luis Porfírio, Prof. João da Mata Cavalcante
e outros intelectuais. Nesse jornal, Jovelino de Sousa decantou em magníficos
versos a terra cearense enumerando todas as cidades e vilas, bem como todos os
Rios do Meu Ceará libérrimo e querido,
Enternecido berço de Alencar.
Após duas estrofes de introdução todas com
rimas intercaladas encontramos exatas:
E dou começo – Fortaleza, Ipu.
Acarau, Baturité, Sobral.
Crato, Barbalha, Tamboril, Tauá,
Caracará, Crateús, Tamboril, Chaval...
E assim prosseguiu. Em outra poesia, no mesmo
estilo enumerou rios do Ceará. A cidade do Ipu, como jornal que lhe antecedeu,
o Ipuense teve apenas 20 edições, sendo a ultima em 15 de outubro de 1904.
Este apanhado é de importância para perseguir
ainda em jornais de Ipu.
Quase uma década decorreu para que aparecesse
o terceiro Jornal do Ipu, Gazeta do Sertão, cujo primeiro número
circulou em 06 de janeiro de 1913.
Fundou-o, o Acadêmico de Direito o beletrista
Leonardo Mota, com Teles de Sousa também fundara no Ipu um Educandário com o
nome INSTITUTO JOSÉ DE ALENCAR, Gazeta do Sertão marcou uma brilhante
fase jornalística no interior do Estado pelo prestigio e fascínio de sua
orientação.
Divulgava amplo noticiário de âmbito nacional
e era primorosamente redigido e tinha atraente feição literária.Nessa folha
colaboraram os finos cronistas Kiamil (Abílio Martins), o Padre Dr. Aureliano
Mota, Dr. Ubaldino Souto Maior, Dr. Eusébio de Sousa e o Prof. Leonardo
Martins, Thomaz Corrêa, José Osvaldo Araújo e outros.Era impresso em Sobral na
Tipografia d’A Pátria, jornal de Carlos Rocha. Encerrou seu iluminado ciclo com
o número 32 de 14 de novembro de 1913.
Em 1914 apareceu um jornalzinho manuscrito A
Sciencia, redigido por Vicente Felício e em 1916 outro datilografado, “Zero 7”,
de Joaquim Dias Martins e outros.
A revista “O Campo” órgão do Sindicato
Agrícola Ipuense, apareceu em setembro de 1917, com o seguinte corpo
redatorial: Dr. Abílio Martins, Eusébio de Sousa, Chagas Pinto, Thomaz Corrêa,
Manoel Dias Martins e José Osvaldo Araújo. Teve quatro edições.
Também em 1917, Abílio Martins fez circular um
jornalzinho datilografado como uma propaganda humorística do Correio do Norte,
projetado jornal que iniciou mais tarde sua publicação que ocorreu em 1° de
janeiro de 1918.
Ipu recebeu sua primeira Tipografia para
imprimir esse jornal, tendo como tipógrafos: F. Pilgomar Campos, Francisco das
Chagas Paz, João Mozart da Silva e José Pombo.
Fundaram e dirigiram o Correio do Norte,
Abílio Martins, Eusébio de Sousa, e Thomas Corrêa.
Este era o seu quadro administrativo, quando
em 30 de março de 1924 com o n° 310 cessou a sua circulação. Foi o periódico de
mais longa duração que teve na terra dos Sousa Carvalho.
A presença de um prelo no Ipu estimulou a
publicação do jornalzinho gaiatos que se apresentavam como critico e defensores
dos bons costumes. Tinham nomes, assim como; O Binóculo – 1919. O Chicote, O
Guarani, A Espora, O Barbicacho, O Besouro todos em 1919. E mais, A Futrica em
1920, O Alfinete e O Abacate em 1922, A Batata, O Buraco em 1923, A Banana, O
Careta e o Automóvel em 1924.
Ainda em 1924, Luis Jácome Filho, coadjuvado
por Antonio Marrocos de Araújo, editou o Externato São Luiz, órgão do
educandário deste mesmo nome do qual eram diretores respectivamente.
Uma tocante homenagem póstuma foi prestada a
Emídio Augusto Barbosa distinta moço que se projetou na vanguarda da vida
social e comercial do Ipu onde faleceu, tragicamente. Foi então impressa a
Poliantéia distribuída em sessão fúnebre promovida a 29 de outubro de 1926,
pelo Grêmio Ipuense saciedade em que era presidente. Na referida folha
colaboraram: Luis Jácome Filho, Dr.Leonardo Martins, Antonio Marrocos Araújo,
Thomaz Corrêa, Osvaldo Araújo, Lisboa Rodrigues, Antonio Bezerra do Vale e
Joaquim de Oliveira Lima.
Em 1930, circulou um jornalzinho manuscrito “A
Razão”.
Em 1932 em duas edições apareceu A Luz, jornal
de pequeno formato, mas bem escrito, focalizando assuntos sociais e literários.
Era dirigido por Francisco Magalhães Martins, que depois se afirmou como
beletrista, e publicou por ultimo o interessante livro Delmiro, Pioneiro e
Nacionalista, considerada a melhor Biografia até então publicada do
conquistador da Cachoeira de Paulo Afonso.
Uma plêiade de jovens inteligentes,
constituída por Gerardo Assis, Augusto Passos R. Bessa Belém, Francisco Vale,
C. Melo, e J. Campos fez circular em 31 de janeiro de 1933 O PROGRESSO jornal
que recebia a colaboração do Dr. Targino Filho. Saíram duas edições.
A Semana foi outro jornal em que Oseas Martins
iniciou suas atividades na imprensa, tendo como companheiros Francisco das
Chagas Paz e Alberto Aragão.
Seu 1° número data de 1° de junho de 1934.
Traz boa reportagem sobre a primeira linha de Ônibus de Fortaleza a Ipu da
EMPRESA FRANKLIN. Suspendeu a publicação com o n° 1°, em 12 de agosto de 1934.
Após um hiato de 08 anos apareceu o Ruralista,
folha dos estudantes da Escola Normal Rural de Ipu. Circulou em 1° de abril de
1942, dirigido por Ariston F. Vieira, Roseli Soares Assis, Nilce Sousa e
Vitaliano Martins. Nele foi publicado o Hino da Escola de autoria do Professor
João Barreto. Somente em novembro de 1954 surgiu no Ipu um novo Jornal, O
Semeador órgão do Grêmio Literário Padre Moraes, da Escola Normal Rural de Ipu.
O Ipu em Jornal foi um mensário de grande
projeção na terra de Delmiro Gouveia. Iniciou sua circulação a 30 de novembro
de 1957, para encerra-la com no n° 49 em julho de 1962. Após esta parada
circulou de 1989 a 1991, finalizando assim a sua trajetória brilhante no
Jornalismo ipuense. Foi um Jornal bem acolhido em toda região. Fundado por
Antonio Carlos de Martins Mello, tendo como colaboradores Leocádio Aragão
Sabino, Gonçalo Pereira de Farias Pe. Francisco Fulton, Pe. Antonio da Silveira Bastos, Alberto Aragão, José Itamar Mourão,
Prof. Francisco Melo, João Mozart Martins da Silva, João Anastácio Martins, Prof.
Antonio Ramos Pontes, João Lopes de Oliveira e Antonio Carvalho Martins, este
último de maior sustentáculo.
Em Fortaleza foram editadas duas revistas de
assuntos relacionados exclusivamente com o Município de Ipu, sua história, sua
vida, sua gente. Foram: A Revista dos Municípios cujo primeiro e único número
circulou em 1929, seu fundador e dirigente foi o historiador Dr. Eusébio Néri
Alves de Sousa. A dita revista estampava na capa a fotografia do Sr. Manoel
Victor de Mesquita Prefeito Municipal de Ipu a aquela época.
Ipuense em Revista Atlética Ipuense, com sede
em Fortaleza em maio de 1966, órgão trimestral da Associação. Foi Presidente o
jovem Oman Bessa Belém. A revista foi idealizada por João Pereira Mourão que
traz na capa a figura de Antonio Pereira Mourão, fundador da associação.
Osvaldo Araújo escreveu
sobre a imprensa e Antonio Marrocos transcreveu para os anais da história,
desde os idos de 1924.
Em Tempo:
não querendo plagiar o Poeta e Escritor Osvaldo Araújo e nem o intelectual
Antonio Marrocos Araújo, queremos deixar registrado neste pequeno histórico o
mais completo sobre a Imprensa Escrita de Ipu, ressaltar também o Jornal “Cultura
Estudantil”, editado e fundado em 1969 pelo Professor Francisco de Assis
Martins (Prof. Melo) e Pascal Dias Ribeiro, órgão de circulação interna do
Colégio Ipuense antigo Ginásio Ipuense. Circularam apenas 06 números.
O “Jornal
dos Tabajaras”, fundado em 1995 pelo Professor Francisco de Assis Martins
(Prof. Melo) e Paulo Germano Martins Aragão, circulando para toda sociedade
ipuense, inclusive para os filhos ausentes. Circularam 26 números.
O Jornal dos Tabajaras foi
um mensário de real destaque na terra de Iracema, e incansável no combate a
destruição das nossas raízes. Combatendo com muita veemência a construção de um
banheiro na secular Igrejinha de N. Senhora do Desterro e outros processos que
descaracterizaram a nossa tão querida IGREJINHA. O Jornal dos Tabajaras foi
recebido em todas as Academias de Letras do Brasil, inclusive a Academia
Brasileira de Letras através do seu editor, o Acadêmico Francisco de Assis
Martins. Recebeu ainda a nossa Folha Mensal a Biblioteca Nacional.
Hoje em pela Circulação o
Jornal Ipu Grande, com a orientação do Grupo Outra História.
Temos ainda o Jornal
Visionário circulando em nosso Ipu.
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