O
Paredão.
A construção do paredão foi uma iniciativa do Dr.
Humberto Aragão no ano de 1943, quando Prefeito Municipal de Ipu.
O Paredão, como o próprio nome diz, separava a
Praça Abílio Martins da Rua Cel. José Liberalino, intercalado por subidas em
degraus, como um elo de união das vias públicas ali separadas.
Na extensão do Paredão existiam além, das
escadarias, uns caramanchões de Risos do Prado, dando um colorido dos mais
singelos e perfeitos ao ambiente.
A
iluminação era feita com postes em estilo Colonial, e no seu capitel um globo
leitoso deixando um ambiente lusco - fusco de modo, que se tornava convidativo
aos namorados.
Ainda
entre uma iluminação e outra um jarro com belas flores decorando o ambiente,
dando cada vez mais aquele ar de beleza e romantismo tão característico da
época.
O Paredão era romântico, levando-se em conta a
forma como foi arquitetado e como era freqüentado, pois a sua disposição
propiciava bons momentos para encontros agradáveis e furtivos.
Era
bem interessante. A sociedade chamada de Elite, (que nunca existiu), namorava e
passeava no Jardim de Iracema.
Já
os menos favorecidos, no Paredão. Que discriminação!...Mas o que somos? Filhos
de uma miscigenação sem precedentes.
Mistura
de tudo. Seria ainda o Paredão um marco que jamais deveria ter desaparecido.
Ele
é história, ele fez história, quantos amores, quantas juras de amor ficaram ali
sepultadas, quantos desenganos, quantas paixões desfeitas, testemunho mudo de
tudo que ouviu e calou.
Paredão
das refregas políticas, local dos improvisados palanques para discursos
políticos, ouvinte permanente dos protestos contra a iluminação hidráulica que
não mais atendia a demanda da cidade.
Nós
sentimos saudades de ti, Paredão! De tudo que ouviste e não falou, emudeceu
para sempre as incontidas confissões de amor.
Eu
falo de ti, Paredão, porque eu sinto saudade, eu sinto que o progresso não ti
destruiu, tu foste destruído pelas mãos de quem não ti conheceu e nem te deu
valor.
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