Crônica,
Quadro e Igrejinha.
Um
retrato, uma fotografia poderia representar o primeiro local onde se instalaram
os primeiros moradores de Ipu; no entanto contar a sua história é bem mais
significativo que uma fotografia feita por algum retratista e que talvez pouco
dissesse de sua razão existencial, enfim uma fotografia “em preto e branco
com diz o cantor”.
Em
1740 já havia o Arraial, com casa de chão de barro batido construído com o
auxilio de alguns portugueses e pernambucanos que aqui se instalaram.
É
o Quadro da Igrejinha, onde foi construído a Capela de São Sebastião, de taipa
em 1765 com a frente para o Poente. Com o passar dos tempos e com a chegada do
Pe. Francisco Corrêa de Carvalho e Silva que veio da Matriz da Serra de São
Gonçalo da Serra dos Cocos como Vigário Colado, a pequena igreja passa por uma
reforma substancial e a sua frente se volta para o lado nascente e que segundo
os mais estudiosos e de acordo com os princípios da liturgia dogmática da
Igreja Católica o certo será a porta principal voltada para lugar onde nasce o
Sol, e assim até hoje a Capela que passou por modificações criminosas e
radicais afetando de um modo aculturado e sem princípios, por pessoas que
reclamam do processo cultural de Ipu, desconhecendo de forma política e
adversária o que fazemos hoje pela nossa cultura, a Igrejinha sofreu
modificações profundas que alteraram de forma facinorosa parte de sua estrutura
principal. (Era vigário da época o Pe. Moraes e o coordenador da Renovação Carismática
o Sr. José Alves Martins, mais conhecido por Didé.) A nossa Igrejinha neste ano
de 2006 está completando 241 anos, portanto uma existência que merece o
respeito e acima de tudo que os seus mandatários procurem não esquecer que a
história se faz com fatos acontecimentos, documentos, costumes e momentos de um
Povo.
Com
tudo isso se encontra interditada pelo Vigário da cidade Pe. Raimundo Nonato de
Timbó de Paiva por se encontrar prestes a ruir. Até o momento nenhuma ação para
restauração da igrejinha secular foi feito. (outubro de 2006)
E
a Praça começou a sua formação, com a Igreja como estandarte de Fé e amor a
Deus. Fincada no solo Ipuense recebeu como Padroeiro São Sebastião venerado até
hoje por todos nós.
Como
parte da Igrejinha erigiu-se o Cruzeiro, símbolo constante da crença religiosa
de todo bom ipuense, a Cruz é o emblema da misticidade de todos nós que
compomos a gleba Tabajara possuímos e reverenciamos diante dos céus e do mundo
a ardorosa fé que o criador impôs para todos nós.
Resalte-se,
o Cruzeiro foi construído depois da Igrejinha pelo Padre João de Castro
primeiro vigário oficializado de Ipu.
Praça
de Retrato triste e alegre. Relembramos aqui uma cena que podemos chamar de
ridícula quando do enforcamento de dois escravos que receberam a aquela época a
pena máxima que seria a sua excursão sumária ou enforcamento. Foram os escravos
João Tavares e Estevão. E assim subiram à forca na praça que ora falamos
mediante um público que assistia absorto a tamanha barbaridade do enforcamento
que depois de encomendado por um sacerdote foram colocados no calabouço para o
cumprimento da cena final, e assim aconteceu, na Praça no ano de 1845 e em
1855, o local foi mais ou menos onde hoje funciona o Fórum Municipal Dr.
Francisco Pereira Pontes e no Edifício que leva o nome do Juiz Federal Antonio
Carlos de Martins Melo.
Como
fotografias sem negativas, onde hoje é a Praça Thomaz de Aquino Corrêa, era um
gramado de “capim de burro” que servia para as “peladas” nos fins
de tarde, que eram muito bucólicas, chamava atenção o atleta Luisinho Dantas.
Os
seus primeiros moradores aqueles que residiram nas casinhas de taipa foram:
Simplício Manoel de Souza, Justino José Uchoa (um vendedor de gado) Francisco
Paulino Galvão, Cel. Porfírio Jose de Souza, os Souza Carvalho, admitimos, no
entanto serem estes os primeiros residentes do Quadro da Igrejinha, seguido
pelo Pe. Francisco Corrêa de Carvalho e Silva vigário colado vindo da Matriz de
São Gonçalo da Serra dos Cocos.
A
Praça que hoje ornamenta o nosso Quadro foi construída na gestão do então
Prefeito Zeferino de Castro com a ajuda substancial do progressista ipuense
Antonio Carvalho Martins que em campanha com o Povo ajudou na construção da
Praça que leva o nome do Alquimista Thomaz de Aquino Corrêa. A sua inauguração
aconteceu no dia 19 de março de 1962
Funcionaram
ainda na Praça várias instituições escolares que muito engrandeceram a Vida
Educacional de nossa cidade, como: A Casa D’aula, Escolas Reunidas hoje Escola
de Ensino Fundamental e Médio Auton Aragão, o Colégio Ipuense quando ainda se
chamava Ginásio Ipuense, a Escola Normal Rural de Ipu. O Instituto São Luiz e
outros.
O
Grêmio Ipuense quando de sua instalação também funcionou no Quadro, e lá foi
instalado o 1º Rádio chegado no Ipu. Foi chamado de “Rabo Quente”, pois
era a válvula e esquentava muito que ficava vermelho a sua parte traseira, (nos
fundos), por isso foi assim chamado.
O Gabinete de Leitura foi
uma expressão fortíssima na nossa vida cultural e literária, uma riquíssima
Biblioteca que por muito tempo serviu a população em Ipu, que teve o seu começo
no Velho Quadro da Igrejinha. Podemos equiparar os Gabinetes naqueles anos como
hoje temos as Academias de Letras. A cidade era reverenciada em toda região
pelo seu valor cultural e social dentro de um contexto muito persuasível que
acontecia naquela época.
Imponentemente
residiu no Quadro o virtuosíssimo e saudoso Mons. Gonçalo de Oliveira Lima
vigário por muitos anos de nossa cidade. Foi durante toda sua existência uma
reserva moral para nossa sociedade e para os seus e ex-paroquianos, coisa
raríssima de acontecer hoje no meio clerical.
Já
depois de alguns tempos ou mais recentemente residiram como até hoje acontece e
fazem história, outros moradores que marcaram e identificaram muito com suas presenças
à tardinha nas calçadas ou em outras rodas e até mesmo em passeios pela Praça
que ora relatamos. Para não cair em total esquecimento, vamos citar apenas
alguns que aqui relembramos como: Cel. José Lourenço, Thomaz de Aquino Corrêa,
Gonçalinho Sobrinho, Jerônimo de Azevedo e Sá, Odulfo Carvalho, José Joca
Martins, Dr. Jonas Taumaturgo, Francisco das Chagas Melo, Munu Carlos Francisco
Sousa Melo (Caninha)D.Maria Ivone, Pedro Mororó, Antonio Carvalho Martins,
Plácido Passos, Luiz Belém e outros muitos.Desculpem-me, mas vou parar com as
citações muita embora saiba que irá causar constrangimento a alguns, contudo
ficam apenas estes no nosso rápido apanágio.
Quadro
do TAMARINEIRO, de uma história das mais pitorescas e românticas, viveu
mais de duzentos (200) anos contam os historiadores. Dizem que a sua morte foi
causada por um fogo ateado no seu tronco por terceiros deixando em cinzas o
velho e secular tamarindeiro de tantas recordações.
Esse
Tamarineiro foi palco de tudo e de muitas decisões, concentrações,
divertimentos e outros muitos acontecimentos que ali se realizaram e
aconteceram. Foi plantado outro em seu lugar. Neste ano de 2005 o novo
Tamarineiro tem apenas quinze (16) anos. Um segundo Tamarineiro (antigo) ainda
hoje existe defronte a residência de D. Terezinha Xerez também secular, mas a
sua história é bem menos significativa que o outro.
As
Mungubeiras ainda hoje existem algumas querendo alcançar os cem anos (100), mas
sempre bonitas e majestosas engalanando a Praça que tanto amamos.
Valdemira
Coelho quando escreveu um de seus livros “O Ipu em Três Épocas”, foi muito
feliz quando fraseou: “Era o Ipu que ao badalar do sino da Igrejinha,
despertava na esperança e acordava na Fé”.
Praça
que presenciou os cem anos (100) de cidade em 1985 foram apoteóticos os seus
festejos e muitos de seus filhos hoje já falecidos participaram de tão
gigantescas festividades.
Lembramos
aqui a singeleza das águas das chuvas que corriam entre a Avenida e onde hoje
continua sendo a residência do Sr. Pedro Mororó e algumas casas comerciais, que
cedeu inspiração à linda Canção “Sonho” com letra e música de Eunice
Martins.
A
Praça da Igrejinha, de São Sebastião, de Thomaz Corrêa, e Praça do Quadro, ela
é assim conhecida, e não faz diferença para nós ipuenses, pois sempre estamos
situados geograficamente, sentimentalmente, romanticamente e ipuensemente com
todos estes nomes que nos faz muito bem pronunciar cada um deles. Oficialmente
o nome da Praça é: SÃO SEBASTIÃO e a avenida: AVENIDA THOMAZ DE
AQUINO CORRÊA.
No
dia 18 de janeiro do de 2002 realizamos no QUADRO a primeira “NOITE DO REENCONTRO”,
com muito sucesso, pois se reuniram mais de 500 filhos e amigos de Ipu numa
noite profundamente saudável e agradável e que se tornou memorável. Uma
iniciativa do Departamento de Cultura do Município de Ipu e que realizou nos
anos de 2003 e 2004 o segundo e o terceiro reencontro, com a participação da Associação
de Filhos e Amigos de Ipu – AFAI em parceria com a Prefeitura Municipal de
Ipu, e que foi bem mais significativa, pois com o sucesso da primeira envolveu
toda sociedade e filhos ausentes e amigos tantos por este Brasil sem fim.
Pois
aí está a tua FOTOGRAFIA Quadro Velho, é mais ou menos assim, acredito
que outros poderão fazer melhor ou de acordo com os seus conhecimentos
históricos e vivencia, mas mesmo assim ti Fotografei no que foi possível.
O retratista é fraco, mas a tua história é forte.
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