Ipu suas Origens!
Era o Ipu com suas casas baixas com calçadas altas, que ao
lusco-fusco as famílias existentes no pequeno núcleo, colocavam cadeiras nas
calçadas para um “bate-papo” amigo com os vizinhos.
Era o Ipu dos coronéis:
·
Cel. José Liberato de Carvalho
·
Cel. Félix José de
Sousa
·
Cel. Pedro Aragão
·
Cel. Liberalino Dias
Martins
À sombra
do velho tamarineiro muitos deles se reuniam para o tradicional jogo de “cartas
de baralho”.
Era o Ipu
que ainda conservava a beleza do luar, refletindo suavemente sua claridade
argêntea na encantadora Bica que se desprende da Ibiapaba.
Era o Ipu
das noites bonitas, das velhas valsas, das serenatas de amor, corações que
cantavam ao dedilhar violões, na quietude das noites.
Era o Ipu do piar saudoso do passaredo, ao pôr do sol.·.
Era o Ipu
do Quadro da Igrejinha, da rua da goela , casas de taipas e casarões dos
coronéis espalhados pelas imediações daquele núcleo.
Era o Ipu
das famílias de destaque:
Família
Coelho, na pessoa de General Coelho, que aqui se localizou vindo de Portugal.
Família
Sousa, na pessoa do Cel. Felix José de Sousa.
Família
Aragão, oriunda da província de Aragon, na Espanha.
Família
Martins, tronco da família – Cel. Manuel Martins Chaves, de Penedo (Alagoas)
colono português de largas posses.
Família Oliveira
Lima - origem Tenente Coronel José
Soares de Sousa Fogo – Tenente Coronel – título adquirido na Guerra do
Paraguai. Veio Evangelina imediações de Ipu.
Famílias
– troncos de uma grande geração.
Era o
Ipu, dos lampiões de gás localizados nas entradas da vila-cidade e quatro
lampiões na Igrejinha.
Quantos
acendedores de lampião tiveste...
Era o Ipu
que começava a ler sua primeira cartilha na escola do Professor Binga, do
Mestre Antônio, do Professor Jorge Pinheiro, da Professora Raimunda Joana, etc.
Era o Ipu
que ao badalar do sino da Igrejinha, despertava na esperança e acordava na fé.
Era o Ipu
do glorioso São Sebastião – a figura imponente a bravura jovem, o grande
soldado de Cristo, que se tornou Padroeiro desta terra.
Era o Ipu
– do Pe. Francisco Corrêa de Carvalho e Silva – primeiro vigário desta gleba,
que deixou o amor de Deus gravado no Tempo e estampado em cada página do
evangelho da vida do povo simples.
Era o Ipu
do Capitão Liberalino Dias Martins, negociante abastado, braço forte do Pe. Corrêa,
que não media sacrifícios, dando tudo de si para dar grande esplendor e realce
às solenidades em louvor a São Sebastião, sobressaindo a “entrega das noites”
durante o novenário, que se vestiam de muita pompa.
Era o Ipu
da primeira banda de música, organizada por R. da Silva Loureiro que animava as
festas daquele pedacinho de chão, circundando de canaviais verde-pálidos.
A
natureza, porem, foi lhe prodiga, emprestando-lhe certa graça, um quê de
encanto, com a fertilidade de seus terrenos.
E o Ipu
foi crescendo e abriu o grande livro de sua história nas páginas do tempo e
escreveu um poema sobre o passado longínquo...
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