O Retrato da
Praça.
(Praça de Igrejinha)
É nossa intenção deixar estas historietas para
posteridade, não esquecendo que no nosso dia a dia somos bastante solicitados
para trabalhos escolares e que poderão fundamentar-se em nossos escritos.
Deixo, pois este epílogo para quem dele queira usar.
Um retrato, uma
fotografia poderia representar o primeiro local onde se instalaram os primeiros
moradores de Ipu; no entanto contar a sua história é bem mais significativo que
uma fotografia feita por algum retratista e que talvez pouco dissesse de sua
razão existencial, enfim uma fotografia “em
preto e branco com diz o cantor”.
Em 1740 já havia o
Arraial, com casa de chão de barro batido construído com o auxilio de alguns
portugueses e pernambucanos que aqui se instalaram.
É o Quadro da Igrejinha,
onde foi construído a Capela de São Sebastião, de taipa em 1765 com a frente para
o Poente. Com o passar dos tempos e com a chegada do Pe. Francisco Corrêa de
Carvalho e Silva que veio da Matriz da Serra de São Gonçalo da Serra dos Cocos
como Vigário Colado, a pequena igreja passa por uma reforma substancial e a sua
frente se volta para o lado nascente e que segundo os mais estudiosos e de
acordo com os princípios da liturgia dogmática da Igreja Católica o certo será
a porta principal voltada para lugar onde nasce o Sol, e assim até hoje a
Capela que passou por modificações criminosas e radical afetando de um modo
aculturado e sem princípios, por pessoas que reclamam do processo cultural de
Ipu, desconhecendo de forma política e adversária o que fazemos hoje pela nossa
cultura, a Igrejinha sofreu modificações profundas que alteraram de forma
facinorosa parte de sua estrutura principal. (Era vigário da época o Pe. Moraes
e o coordenador da Renovação Carismática o Sr. José Alves Martins, mais
conhecido por Didé.) A nossa Igrejinha neste ano de 2005 está completando 240
anos, portanto uma existência que merece o respeito e acima de tudo que os seus
mandatários procurem não esquecer que a história se faz com fatos
acontecimentos, documentos, costumes e momentos de um Povo.
E a Praça começou a sua
formação, com a Igreja como estandarte de Fé e amor a Deus. Fincada no solo
Ipuense recebeu como Padroeiro São Sebastião venerado até hoje por todos nós.
Como parte da Igrejinha
erigiu-se o Cruzeiro, símbolo constante da crença religiosa de todo bom
ipuense, a Cruz é o emblema da misticidade de todos nós que compomos a gleba
Tabajara possuímos e reverenciamos diante dos céus e do mundo a ardorosa fé que
o criador impôs para todos nós.
Resalte-se, o Cruzeiro
foi construído depois da Igrejinha pelo Padre João de Castro primeiro vigário
oficializado de Ipu.
Praça de Retrato triste e
alegre. Relembramos aqui uma cena que podemos chamar de ridícula quando do
enforcamento de dois escravos que receberam a aquela época a pena máxima que
seria a sua excursão sumária ou enforcamento. Foram os escravos João Tavares e
Estevão.E assim subiram a forca na praça que ora falamos mediante um público
que assistia absorto a tamanha barbaridade do enforcamento que depois de
encomendado por um sacerdote foram colocados no calabouço para o cumprimento da
cena final, e assim aconteceu, na Praça no ano de 1845 e em 1855, o local foi
mais ou menos onde hoje funciona o Fórum Municipal Dr. Francisco Pereira Pontes
e no Edifício que leva o nome do Juiz Federal Antonio Carlos de Martins Melo.
Como fotografias sem
negativas, onde hoje é a Praça Thomaz de Aquino Corrêa, era um gramado de “capim de burro” que servia para as “peladas” nos fins de tarde, que eram
muito bucólicas, chamava atenção o atleta Luizinho Dantas.
Os seus primeiros
moradores aqueles que residiram nas casinhas de taipa foram: Simplício Manoel
de Souza, Justino José Uchôa (um vendedor de gado) Francisco Paulino Galvão,
Cel. Porfírio Jose de Souza, os Souza Carvalho, admitimos, no entanto serem
estes os primeiros residentes do Quadro da Igrejinha, seguido pelo Pe.
Francisco Corrêa de Carvalho e Silva vigário colado vindo da Matriz de São
Gonçalo da Serra dos Cocos.
A Praça que hoje
ornamenta o nosso Quadro foi construída na gestão do então Prefeito Zeferino de
Castro com a ajuda substancial do progressista ipuense Antonio Carvalho Martins
que em campanha com o Povo ajudou na construção da Praça que leva o nome do
Alquimista Thomaz de Aquino Corrêa. A sua inauguração aconteceu no dia 19 de
março de 1962
Funcionaram ainda na
Praça várias instituições escolares que muito engrandeceram a Vida Educacional
de nossa cidade, como: A Casa D’aula, Escolas Reunidas hoje Escola de Ensino
Fundamental e Médio Auton Aragão, o Colégio Ipuense quando ainda se chamava
Ginásio Ipuense, a Escola Normal Rural de Ipu. O Instituto São Luiz e outros.
O Grêmio Ipuense quando
de sua instalação também funcionou no Quadro, e lá foi instalado o 1º Rádio chegado
ao Ipu. Foi chamado de “Rabo Quente”,
pois era a válvula e esquentava muito que ficava vermelho a sua parte traseira,
(nos fundos), por isso foi assim chamado.
O Gabinete de Leitura foi
uma expressão fortíssima na nossa vida cultural e literária, uma riquíssima
Biblioteca que por muito tempo serviu a população em Ipu, que teve o seu começo
no Velho Quadro da Igrejinha. Podemos comparar os Gabinetes naqueles anos como
hoje temos as Academias de Letras. A cidade era reverenciada em toda região
pelo seu valor cultural e social dentro de um contexto muito persuasível que
acontecia naquela época.
Imponentemente residiu no
Quadro o virtuosismo e saudoso Mons. Gonçalo de Oliveira Lima vigário por
muitos anos de nossa cidade. Foi durante toda sua existência uma reserva moral
para nossa sociedade e para os seus e ex-paroquianos, coisa raríssima de
acontecer hoje no meio clerical.
Já depois de alguns
tempos ou mais recentemente residiram como até hoje acontece e fazem história,
outros moradores que marcaram e identificaram muito com suas presenças à
tardinha nas calçadas ou em outras rodas e até mesmo em passeios pela Praça que
ora relatamos. Para não cair em total esquecimento, vamos citar apenas alguns
que aqui relembramos como: Cel. José Lourenço, Thomaz de Aquino Corrêa,
Gonçalinho Sobrinho, Jerônimo de Azevedo e Sá, Odulfo Carvalho, José Joca
Martins, Dr. Jonas Taumaturgo, Francisco das Chagas Melo, Munu Carlos Francisco
Sousa Melo (Caninha)D.Maria Ivone, Pedro Mororó, Antonio Carvalho Martins,
Plácido Passos, Luiz Belém e outros muitos.Desculpem-me, mas vou parar com as
citações muita embora saiba que irá causar constrangimento a alguns, contudo
ficam apenas estes no nosso rápido apanágio.
Quadro do TAMARINEIRO, de uma história das mais
pitorescas e românticas, viveu mais de duzentos (200) anos contam os
historiadores. Dizem que a sua morte foi causada por um fogo ateado no seu
tronco por terceiros deixando em cinzas o velho e secular tamarindeiro de
tantas recordações.
Esse Tamarineiro foi
palco de tudo e de muitas decisões, concentrações, divertimentos e outros
muitos acontecimentos que ali se realizaram e aconteceram. Foi plantado outro
em seu lugar. Neste ano de 2005 o novo Tamarineiro tem apenas quinze (16) anos.
Um segundo Tamarineiro (antigo) ainda hoje existe defronte a residência de D.
Terezinha Xerez também secular, mas a sua história é bem menos significativa
que o outro.
As Mungubeiras ainda hoje
existem algumas querendo alcançar os cem anos (100), mas sempre bonitas e
majestosas engalanando a Praça que tanto amamos.
Valdemira Coelho quando
escreveu um de seus livros “O Ipu em
Três Épocas”, foi muito feliz quando fraseou: “Era o Ipu que ao badalar do sino
da Igrejinha, despertava na esperança e acordava na Fé”.
Praça que presenciou os
cem anos (100) de cidade em 1985, foram apoteóticos os seus festejos e muitos
de seus filhos hoje já falecidos participaram de tão gigantescas festividades.
Lembramos aqui a
singeleza das águas das chuvas que corriam entre a Avenida e onde hoje continua
sendo a residência do Sr. Pedro Mororó e algumas casas comerciais, que cedeu
inspiração à linda Canção “Sonho”
com letra e música de Eunice Martins.
A Praça da Igrejinha, de
São Sebastião, de Thomaz Corrêa, e Praça do Quadro, ela é assim conhecida, e
não faz diferença para nós ipuenses, pois sempre estamos situados
geograficamente, sentimentalmente, romanticamente e ipuensemente com todos
estes nomes que nos faz muito bem pronunciar cada um deles. Oficialmente o nome
da Praça é: SÃO SEBASTIÃO e a
avenida: AVENIDA THOMAZ DE AQUINO
CORRÊA.
Atualmente a Praça está
embelezada pelos lados da Igreja com uma Plantação de Eucalipto que muito
adornou a nossa querida Praça. Foi uma iniciativa e realização do Prefeito
Marcelo Carlos.
No 18 de janeiro do de
2002 realizamos no QUADRO a primeira “NOITE
DO REENCONTRO”, com muito
sucesso, pois se reuniram mais de 500 filhos e amigos de Ipu numa noite
profundamente saudável e agradável e que se tornou memorável.Uma iniciativa do
Departamento de Cultura do Município de Ipu e que realizou nos anos de 2003 e
2004 o segundo e o terceiro reencontro, com a participação da Associação de Filhos e Amigos de Ipu – AFAI
em parceria com a Prefeitura Municipal de Ipu, e que foi bem mais
significativa, pois com o sucesso da primeira envolveu toda sociedade e filhos
ausentes e amigos tantos por este Brasil sem fim.
Pois aí está a tua FOTOGRAFIA Quadro Velho, é mais ou
menos assim, acredito que outros poderão fazer melhor ou de acordo com os seus
conhecimentos históricos e vivencia, mas mesmo assim ti Fotografei no que foi possível. O retratista é fraco, mas a tua
história é forte.
Nenhum comentário:
Postar um comentário