segunda-feira, 15 de abril de 2013

A história da Academia Ipuense de Letras

 IPUENSES GANHAM ACADEMIA DE LETRAS
Sábado (14/01), às 16 horas, a Associação dos Filhos e Amigos do Ipu (AFAI), instalará, no auditório do Patronato Sousa Carvalho, em Ipu (CE), a Academia Ipuense de Letras, Ciências e Artes, e dará possa à sua primeira Diretoria e aos primeiros acadêmicos.
As 19 primeiras cadeiras têm como patronos os ipuenses: Francisco Ediberto Uchoa Lopes, Milton de Vasconcelos Dias, monsenhor Gonçalo de Oliveira Lima, Delmiro Augusto da Cruz Gouveia, Arquimedes Memória, Antônio Carvalho Martins, Thomaz de Aquino Corrêa, Maria da Conceição Assis, Moacir Alves Timbó, Ana Magalhães Martins Melo, Francisco Magalhães Martins, Abílio Martins, Gerardo Aires de Sousa, Maria de Lourdes Magalhães Ximenes, João Anastácio Martins, Ernestina da Natividade Magalhães, Maria Valderez Soares de Paiva, José Itamar Mourão e Gonçalo Pereira de Farias.
Os primeiros 19 acadêmicos, que tomarão posse sábado, em Ipu, são: Manuel Evander Uchoa Lopes, Sebastião Valdemir Mourão, monsenhor Francisco Ferreira de Moraes, Francisco Luciano Paiva, Francisco Luciano Marrocos Aragão, Maria do Carmo Cavalcante Aragão Magalhães, Thomaz de Araújo Corrêa, Olívio Martins de Sousa Torres, Tobias Marques Sampaio, Antônio Carlos de Martins Melo, Cláudio César Magalhães Martins, João Martins de Sousa Torres, Maria das Graças Aires Martins, Natália Maria Viana Soares Lopes, Francisco de Assis Martins, Maria da Conceição Viana, Ana Lucila Aires Martins, João Pereira Mourão e Francisca Ayla Oliveira Costa.
Neste fim-de semana também acontecerá em Ipu o “Reencontro – 2006”, na praça da igrejinha, promovido anualmente pela AFAI. O “ônibus da alegria”, especialmente fretado, sai de Fortaleza lotado de ipuenses que irão participar das solenidades. O retorno está previsto para domingo à tarde.
Fundada a Academia ipuense de Letras, Ciências e Artes
Cadeira nº 1 - Patrono FRANCISCO EDIBERTO UCHÔA LOPES
Titular: MANUEL EVANDER UCHÔA LOPES
Cadeira nº 2 - Patrono: MILTON DE VASCONCELOS DIAS
Titular : SEBASTIÃO VALDEMIR MOURÃO
Cadeira nº 3 - Patrono: MONSENHOR GONÇALO DE OLIVEIRA LIMA
Titular: MONSENHOR FRANCISCO FERREIRA DE MORAES
Cadeira nº 4 - Patrono: DELMIRO AUGUSTO DA CRUZ GOUVEIA
Titular: FRANCISCO LUCIANO PAIVA
Cadeira nº 5 - Patrono: ARQUIMEDES MEMÓRIA
Titular: FRANCISCO LUCIANO MARROCOS ARAGÃO
Cadeira nº 6 - Patrono: ANTÔNIO CARVALHO MARTINS
Titular: MARIA DO CARMO CAVALCANTE ARAGÃO MAGALHÃES
Cadeira nº 7 - Patrono: THOMAZ DE AQUINO CORRÊA
Titular: THOMAZ DE ARAÚJO CORRÊA
Cadeira nº 8 - Patrono: MARIA DA CONCEIÇÃO ASSIS
Titular: OLÍVIO MARTINS DE SOUSA TORRES
Cadeira nº 9 - Patrono: MOACIR ALVES TIMBÓ
Titular: TOBIAS MARQUES SAMPAIO
Cadeira nº 10 - Patrono: ANA MAGALHÃES MARTINS MELO
Titular: ANTÔNIO CARLOS DE MARTINS MELO
Cadeira nº 11 - Patrono: FRANCISCO MAGALHÃES MARTINS
Titular: CLÁUDIO CÉSAR MAGALHÃES MARTINS
Cadeira nº 12 - Patrono: ABÍLIO MARTINS
Titilar: JOÃO MARTINS DE SOUSA TORRES
Cadeira nº 13 - Patrono: GERARDO AIRES DE SOUSA
Titular: MARIA DAS GRAÇAS AIRES MARTINS
Cadeira nº 14 - Patrono: MARIA DE LOURDES MAGALHÃES XIMENES
Titular: NATÁLIA MARIA VIANA SOARES LOPES
Cadeira nº 15 - Patrono: JOÃO ANASTÁCIO MARTINS
Titular: FRANCISCO DE ASSIS MARTINS
Cadeira nº 16 - Patrono: ERNESTINA DA NATIVIDADE MAGALHÃES
Titular: MARIA DA CONCEIÇÃO VIANA
Cadeira nº 17 - Patrono: MARIA VALDEREZ SOARES DE PAIVA
Titular: ANA LUCILA AIRES MARTINS
Cadeira nº 18 - Patrono: JOSÉ ITAMAR MOURÃO
Titular: JOÃO PEREIRA MOURÃO
Cadeira nº 19 - Patrono: GONÇALO PEREIRA DE FARIAS
Titular: FRANCISCA AYLA OLIVEIRA COSTA
A primeira Diretoria da Academia Ipuense de Letras, Ciências e Artes está assim composta: 
presidente de Honra, Mons. Francisco Ferreira de Moraes;
presidente, Manuel Evander Uchoa Lopes;
primeiro vice-presidente, Sebastião Valdemir Mourão;
segundo vice-presidente, Natália Maria Viana Soares Lopes;
secretário-geral, Cláudio César Magalhães Martins;
primeiro secretário, Francisco de Assis Martins;
segundo secretário, Maria das Graças Aires Martins;
primeiro tesoureiro, Olívio Martins de Sousa Torres;
segundo tesoureiro, Maria do Carmo Cavalcante Aragão Magalhães;
diretor de publicação e marketing, João Pereira Mourão.
Discurso do Presidente da AFAI – Abilio Lourenço Martins
Ilustríssima senhora prefeita municipal – Maria do Socorro Pereira Torres, Ilustríssimo senhor Deputado estadual – Henrique Sávio Pereira Pontes, ilustríssimo senhor presidente da Câmara Municipal deste município, Raimundo Nonato Martins Rodrigues, ilustríssimo senhor Francisco de Lima Freitas, presidente da Academia de Letras Municipais do Estado do Ceará – ALMECE, senhores futuros acadêmicos da Academia Ipuense de Letras, Ciências e Artes, senhoras e senhores convidados.
Resgata-se, nesta data, a tradição cultural do Ipú, tão bem vivida na primeira metade do século passado, quando Eusébio de Sousa, Thomaz Corrêa, Manoel Dias Martins, Chagas Pinto, João Bessa, Abilio Martins, dentre outros, todos amigos das letras e das artes, abrilhantavam a vida literária desta cidade participando de grêmios associativos, destacando-se: A Sociedade Dramática Ipuense, o Recreio Dramático e, principalmente, o Gabinete Ipuense de Leitura.
Imperioso se faz este registro inicial, por tratar-se de uma memória coletiva em que devemos refletir para extrair o exemplo e o alento para melhor nos orientarmos para o futuro. Pois como bem disse o ilustre acadêmico - José Augusto Bezerra, da Associação Brasileira de bibliófilos: (abre aspas) “só a cultura organizada pode gerar o crescimento continuado de uma sociedade e, uma Academia, é passo decisivo nessa caminhada.(fecha aspas)”
A Associação dos Filhos e Amigos do Ipú – AFAI, sente-se extremamente feliz e realizada em proporcionar esse serviço, quiçá relevante, em prol do desenvolvimento intelectual do nosso município. Fizemos isso em razão da plena consciência de que a identidade mais permanente de um povo tem e terá sua raiz mais profunda, sempre, na cultura e na arte.
A concretização da Academia Ipuense de Letras, Ciências e Artes teve suas etapas;
Teve o sonho, veio a idéia, depois o trabalho que é sem dúvida, senhores, o caminho mais lógico e mais célere para se transformar um sonho em realidade, sobretudo, quando esse trabalho está alicerçado em três pilastras sólidas: A ÉTICA, O RESPEITO E A DIGNIDADE. Três palavras fortes, mágicas, mas que infelizmente estão em desuso, principalmente pelas autoridades constituídas deste país, mas que devemos, cada um de nós, ter a obrigação, o comprometimento moral de resgatá-las, deixá-las bem próximas de nós, no nosso dia-a-dia, nas nossas atitudes.
Razão pela qual, foram precisamente essas 3 palavras, as escolhidas para o dístico da ACADEMIA IPUENSE DE LETRAS, CIÊNCIAS E ARTES - “ETHICE, REVERENTIA, DIGNITAS” – Ética, Respeito e Dignidade.
Por fim, quero, em nome da Associação dos Filhos e Amigos do Ipú – AFAI, agradecer a todos os senhores aqui presentes, principalmente aos futuros acadêmicos, por terem atendido o nosso convite para participarem como fundadores dessa promissora Academia.
E ao futuro presidente, o senhor Manuel Evander Uchoa Lopes, a primeira diretoria, os nossos sinceros votos de uma gestão motivada, voltada para os interesses coletivos do município, resgatando a sua história e, principalmente, preparando e despertando o interesse de jovens ipuenses para a leitura, para as artes, enfim, para a cultura.
Muito Obrigado.
Discurso do Presidente da Academia Ipuense de Letras, Ciências e Artes
Manuel Evander Uchoa Lopes

Ilma. Sra. MARIA DO SOCORRO PEREIRA TORRES, digna Prefeita Municipal de Ipu,
Ilmo. Sr. RAIMUNDO NONATO MARTINS RODRIGUES, Presidente da Câmara Municipal de Ipu,
Ilmo. Sr. HENRIQUE SÁVIO PEREIRA PONTES, Deputado Estadual,
Ilmo. Sr. FRANCISCO LIMA FREITAS, Presidente da Academia de Letras dos Municípios do Estado do Ceará-ALMECE,
Ilmo. Sr. ABÍLIO LOURENÇO MARTINS, Presidente da AFAI - Associação dos Filhos e amigos de Ipu,
Ilustres acadêmicos que comporão este sodalício, minhas senhoras e meus senhores:
Minhas palavras serão de alegria e agradecimentos, pois não pretendo tornar esta solenidade mais cansativa do que ela naturalmente o será. Hoje, senhoras e senhores, é um dia histórico e de festa para o nosso município, pois estamos realizando um sonho acalentado, há bastante tempo, no coração de muitos ipuenses do presente e do passado.
Fundamos e inauguramos hoje a “ACADEMIA IPUENSE DE LETRAS, CIÊNCIAS E ARTES”, fruto de um trabalho abnegado, constante e desprendido da “AFAI – Associação dos Filhos e Amigos de Ipu”, aqui representada por seu presidente, o Sr. Abílio Lourenço Martins e demais membros da diretoria, entre os quais me incluo, e, a quem devemos os mais sinceros agradecimentos.
A nossa academia nasce com dezenove membros fundadores, que serão responsáveis por sua implementação e crescimento, e aos quais, brevemente, se juntarão outros idealistas amantes da cultura, pois Ipu é uma cidade de vocação e tradição culturais, dotada mentes privilegiadas voltadas tanto para a literatura, quanto para as artes e ciências.
Nós, que compomos sua primeira diretoria, não temos a pretensão de que nossa academia se sobressaia em relação às já existentes, mas pretendemos desenvolver um trabalho constante, com coragem e confiança visando fortalecê-la e consolidá-la para que ela marque sua presença no cenário cultural de nossa região e de nosso estado.
Concluindo, queremos expressar nossos agradecimentos à Prefeitura Municipal de Ipu, que tem nos apoiado e, certamente, continuará nos apoiando neste trabalho em prol da Cultura Ipuense.
Nosso muito obrigado a todos que nos prestigiam hoje com suas valiosas presenças, e parabéns ao nosso Município pela sua Academia de Letras, Ciências e Artes.
Boa Noite a Todos.
Discurso do acadêmico Luciano Paiva
A Associação dos Filhos e Amigos de Ipu (AFAI) brinda nosso município com a criação da Academia Ipuense de Letras, Ciências e Artes.
De fato, a emancipação política em 1840, a inauguração da via férrea, Rede Viação Cearense (RVC) e de nossa bela estação ferroviária em 1891, do Patronato Sousa Carvalho, com seu colégio feminino em 1950, do Ginásio Ipuense (masculino) em 1952, hoje ambos dedicados aos dois sexos, subseqüentemente todos os estabelecimentos de ensino da rede estadual e municipal, a maternidade Dr. Francisco Araújo em 1954, a pavimentação asfáltica da Rodovia da Confiança em 1974 e da CE Ipu-Sobral em 1993 e agora, a fundação desta Academia, se se mantiver nos prumos e se se dedicar a bem moldar a “massa de manobra”, são os marcos preponderantes na história do povo ipuense.
Não vamos compactuar com o erro ou o mal feito.
Por conseguinte, desculpem-nos a cacofonia, mas faz-se mister acabar com a estória do Ipu tinha. Vejamos:
Ipu tinha um belo e amplo teatro — Cine Teatro Moderno. Acabou-se
Ipu tinha a sede regional do IBGE. Foi-se.
Ipu tinha a sede regional da Teleceará, atual Telemar. Evadiu-se.
Ipu tinha a sede regional do INSS. Emigrou.
Ipu tinha a sede regional da Coelce. Abandonou-nos.
Ipu tinha um tradicional “paredão”, uma bela praça com coreto e estátua de Iracema. Disse-nos adeus. 
Ipu tinha várias praças que foram ocupadas por construções, as mais diversas, que bem poderiam ter sido erguidas alhures.
E mais outros “TINHA”.
BASTA!!! BASTA!!! BASTA!!!
E você, caro conterrâneo, se perguntará: Por que tantos “TINHA”?
Porque existe um fenômeno chamado POLÍTICA. Ela joga conosco, às vezes, imperceptivelmente. Faz-nos ricos ou pobres, fortes ou fracos, letrados ou ignorantes, sensíveis ou estúpidos e pode criar o lamentável, macabro e tétrico ciclo vicioso seguinte: muitos dos governantes malbaratam o povo, tratando-o com desdém e desprezo. Agem destarte porque dantes já lhe houveram comprado o voto. Os que o venderam, fizeram-no por uma mixaria. Portanto, continuarão miseráveis, ignorantes, carentes, necessitados, sem se darem conta da importância do voto. E porque assim, continuam à margem do progresso e prontos para na próxima eleição, novamente, receberem dos políticos inescrupulosos a migalha humilhante da transação espúria e corrupta. CICLO FECHADO!
Entretanto, resta ainda outra seqüela: a abominável compra e venda do voto como uma absconsa chaga cancerosa, tem atravancado nosso progresso e subjugado nosso povo, não permitindo que uma ponderável fatia de nossa gente tenha acesso à riqueza da terra, que Deus deixou, indiscriminadamente, para usufruto de todos. 
Contudo, este status não é definitivo e urge de solução. 
Cabe a cada um de nós, agraciados que somos pelo escrúpulo e pela sensibilidade político-social, encetarmos um trabalho tendo por escopo o esclarecimento de nossa gente, até revertermos este caótico quadro, inexoravelmente, pernicioso.
Retornemos a mais este gesto fecundo e profícuo da AFAI.
A arte é um dom, via de rega, inato. Pode ser burilada. A ciência é o resultado da leitura, pesquisa, paciência, dedicação e perseverança. As letras carecem da leitura, seu combustível inexaurível.
Precisamos nos transformar em, pelo menos, bons leitores para sair do marasmo em que estamos mergulhados.
Somos uma população ordeira, trabalhadora, pacífica, de bons costumes, mas na hora precisa, arrojada. Óbvio, há os que tergiversam e prevaricam, a maioria, porém tem arrostado a vida, enfrentando com denodo os mais diversos percalços do cotidiano.
Aos trancos e barrancos temos crescido, mas muito mais poderíamos ter avançado, se houvéssemos nos dedicado à leitura.
Lembro-me da preocupação de meu professor de português no Seminário Diocesano de Sobral, D. Austregésilo de Mesquita, quando dizia: “se eu conseguir despertar em meus alunos o gosto pela leitura, já me dou por satisfeito”.
Um povo que lê é um povo competente e portanto idôneo e cônscio para reivindicar e exigir a satisfação de suas necessidades. Uma população que lê, rápido se transforma em POVO! Ao ser indicado, há poucos dias, pela rede Globo de Televisão para receber o troféu Mário Lago, o ator Toni Ramos comentava: — recebia aquele prêmio graças, em grande parte, a um tio seu que o incentivara a ler.
Há poucos anos, uma propaganda do exército brasileiro na televisão, repetia a frase de Monteiro Lobato: um país se faz com homens e livros.
E de Academia para Academia, nosso poeta Castro Alves, patrono de uma das cadeiras da Academia Brasileira de Letras, com muita propriedade, em 1867, falando de seu poema o Livro e a América, dizia: “o que é necessário é que o povo pense, que descubra através da cultura oriunda da leitura a sua posição de massa explorada, e com fulcro na leitura se liberte da opressão”. 
E num texto do mesmo poema, Castro Alves brada:
Filhos do século das luzes! 
Filhos da Grande nação! 
Quando ante Deus vos mostrardes, 
Tereis um livro na mão: 
O livro – este audaz guerreiro
Que conquista o mundo inteiro
Sem nunca ter Waterloo... 
Éolo de pensamentos, 
Que abrira a gruta dos ventos
Donde a igualdade voou!... 
Por isso na impaciência
Desta sede de saber, 
Como as aves do deserto
As almas buscam beber... 
Oh! Bendito o que semeia
Livros... livros à mão cheia... 
E manda o povo pensar! 
O livro caindo n’alma
É germe – que faz a palma, 

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