sexta-feira, 12 de abril de 2013


LIRISMO DE VOCÊ.

Debulhar teu nome

Dentro da noite vegetal
E, no silencio,
Apalpar, os filamentos,
De tua sombra.
O teu corpo é um ventre,
Que se alteia,

Como se abre uma orquídea

Como uma ostra se fecha.
Na penugem vegetal da noite,
Os teus cabelos,
Escorem-me dos dedos,
E me apontam o longo mar.
(Não esse, mas aquele),
que me revelaste quando teu corpo,
(era um estuário de espumas).
mas, onde, agora
a fibra da flor fragmentada,
no limo de tua lágrima?
Mas, agora, onde a polpa,
De teus lábios em inexaurível sede,
Despedia de bússola,
Em que se arraigam
As raízes, as perdidas palavras,
O verbo asfixiado,
A nudez pressentida
Debulhado o teu nome,
O vegetal da noite,
É tudo o que o mar não anuncia:
As ondas do corpo,
A luz que se apaga,
Os fantasmas enrodilhados,
Em teu ventre de sal.

Nenhum comentário:

Postar um comentário