sábado, 7 de dezembro de 2013



Revivendo o Passado.·.
No programa de domingo foi uma viagem através do túnel do tempo. Uma ampulheta misteriosa nos levou aos anos dourados-década de 50.
O túnel veloz nos lançou no Quadro da Igrejinha, palco de um mundo encantado com Japonesas singelas e riso do prarado,tamarinas maduras, jasmim Caetano e uma flor chamada saudade.
Foi uma viagem verdadeira. As mesmas músicas, as mesmas praças, a mesma lua saudosa e, o que é mais importante, os mesmos amigos num reencontro inesquecível.

Revi o casarão do “Seu João Camelo” cheio de juventude e de alegria. Parece que estava vendo a reunião nas tardes de domingo para assistir a passagem do trem. Não vi as minhas amigas, mas ouvi as suas mensagens. Ainda um pedacinho de “Madressilva” cantada por Leleis e não entendi porque foi retirada a gravação. Ouvi a poesias belíssima de Laís Mourão. Ouvi a sempre bela Sinhazita com os seus olhos maravilhosos descerrando a j
anela da vida, poesia que tanto nos emocionava. Revivi com a Tesinha e Tisinha, o Orfeão de Dona Valderez nos seus bons tempos da Marcha para o Oeste, Farinhada, Jangadeiro, Vatapá e tantas outras canções. Intercalando o programa, a mensagem segura e competente da Natália que relembrava a cada instante o que fomos e o que somos.
Obrigada, amiga, pele felicidade que nos proporcionaste. A Conceição, a cultura personificada, falando das coisas mais simples e mais importantes de um mundo feliz: Seá Romana e Madrinha Antônia. À Conceição um grande abraço.
Que saudades, meu Deus! Ao ouvir o meu irmão Tratais tocar com tanto sentimento a sua flauta e o seu realejo. Saudades da casa que nos viu nascer, do Quadro que abrigou os nossos primeiros passos e acalentou as nossas primeiras ilusões. Parece que estava vendo Papai, a mamãe, o Gilberto, o Francisco, a Maria Luiza, o Paulo e Delourdes, o Getúlio, Ana Lucia e a Sulamita, esta que hoje vive no seio de Deus.
E os meus olhos encheram da lágrima ao recordar a amplificadora de São Sebastiao com as lindas músicas dos cantores da época. O Tatais, o eterno trovador, nos levou a um mundo que jamais poderá sair dos nossos sentimentos. Lembre-me também, das coroações do mês de maio, quando oferecíamos flores orientadas pela Laura Aires e Dona Maria Assis.
Lembrei-me dos anjos bonitos que ficavam no altar: Graziela Sara e Marta Evangelista, Terezinha do seu Edgar, Sofia e Florinda Felizola, Martinha Marinho, que hoje é anjo lá no céu, e bem no centro, a Helena Aires com sua voz doce a afinada coroando Nossa Senhora. Saudade palavra que nos faz sofrer, mas que desafoga a alma num pranto solto e espontâneo...
Eu não estive no Quadro naquela noite, mas ouvi tudo, através do programa Revivendo o Passado, de nossa Rádio Iracema.
Peço a Deus que esse programa nunca se acabe. Francisco Mello, que nunca te falte forças nem sentimentos.
Teu grande programa é uma aula de cultura para nossa terra. Que a juventude busque o reencontro da verdade e não desvie a sua rota rumo a valores duvidosos. Precisamos salvar o que é nosso, precisamos amar nossas raízes, precisamos colocar nos olhos a nossa própria alma. Ipu, 05.05.90
Eunice Martins

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