NOS MEADOS DO SÉCULO XIX
Diziam os nossos avós que os cruzeiros erigidos na entrada
dos lugarejos eram exaltados pelos sacerdotes itinerantes, nos sermões que
faziam, durante sua permanência em cada lugar. O cruzeiro servia para impedir a
entrada do satanás e exatamente assim a crença ia passando de geração a outra.
Ipu também foi contemplado. Se foi o Frei Mansueto, como querem alguns, ou
qualquer outro – não se tem certeza - , mas o certo é que um deles deixou um
cruzeiro na vila.
Atribui-se que o acontecido se deu na década de 1840,
quando começaram a aparecer em localidades do interior cearense, aqui e acolá,
os célebres (porque eram raros) frades da Ordem dos Capuchinhos, missionários
em “desobriga” do vasto território habitado por indígenas.
Impossível é determinar a data exata, pois em nossa terra
não existe arquivo nenhum onde se possa conseguir algo de positivo para está
questão. É sempre naquela base do “mais ou menos”, ou então se aplicando o
“anteriormente” e o “posteriormente”, para não perder a caçada. Mas o cruzeiro
da cidade de Ipu foi demolido durante a seca de 1919, exatamente quando outro
foi colocado lá no alto, em frente ao cemitério atual. O local primitivo ficava
na Praça Abílio Martins, nas imediações do Jardim Iracema, dando frente para o
nascente.
O terreno era acidentado e de pequena elevação, a qual
impedia a visão da estrada de ferro, com suas locomotivas alcunhadas de
marias-fumaças. Mais ao lado, existia uma traçadeira de cal, nas proximidades
da casa do coronel Sebastião Manoel, hoje o belíssimo prédio que residiu Dona
Leopoldina Dias Barbosa, conhecida por Preta. Com a reforma da praça,
verificou-se outro aspecto, que fez desaparecer relíquias do passado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário