M I N H A C O M I D A P R E F E R I D A
Fomos convidados á falar cada um, de
sua comida preferida. Em ocasião anterior já tínhamos falados sobre prato que
mais gostamos. Imaginei que já havia falado da comida preferida. Não; pensando bem, prato e comida são conotações
distintas.
Um prato por mais
simples que seja, é composto pelo menos de quatro comidas. Já a comida não. Ela
pode ser apenas um alimento.
Tinha um caboclo lá no
meu nordeste que, a comida que ele mais gostava era queijo. Porém, ele era
muito pobre, não tinha vacas para dar leite e em consequência não tinha queijo.
A obstinação dele por queijo era tão grande
que, ele juntava com grandes dificuldades um dinheirinho para fazer a feira da
semana, ia para o lugarejo mais próximo fazer as compras, ao chegar lá comprava
todo o dinheiro de queijo.
Tinha outro que, a
obstinação dele era por banana, uma vez ele contraiu uma doença e para ficar
bom fez uma promessa com o Santo de sua devoção, e que, se ele o curasse, iria
á cidade de São Benedito, compraria e comeria com farinha, ½ cento de bananas.
Foi curado e foi á
cidade, comprou ½ cento de bananas e as comeu. Só que, esqueceu que a promessa
era para comê-las com farinha.
Teve que voltar outro
dia, naquele não dava mais.
Três elementos da mais
alta importância são responsáveis pelo fato de elegermos nossa comida
preferida. O olfato, o paladar e a visão. O primeiro que entra em ação ao
chegarmos ao restaurante é o olfato. O cheiro daquelas comidas faz nosso
estômago começar a trabalhar para recebê-la, nossas glândulas salivares começam
a criarem eximas para ajudar na digestão. É divino. Ao avistar o prato
ricamente ornamentado, aumenta o desejo que se completa com o paladar.
Dizem que, a primeira
comida que a criatura humana experimentou foi a maçã. Aquela! Lá do Jardim do
Édem, que a Eva comeu e deu para o Adão. Começava ali o mais divino de todos os
vícios: comer. Falam de prazeres da vida; porém, nem um tem sentido se você
estiver com fome, por tudo isso se deduz que o melhor de todos é comer.
Quando se vai ás
Serras Gaúchas, o que fica marcado e todos comentam depois é o café da manhã. De
Gramado, Canela, Nova Petrópolis e etc. O comentário de quem visita o Ceará é o
sabor da lagosta, do camurupim, a carne de sol com macaxeira preparada com
manteiga de garrafa, um baião de dois que ninguém faz como a cozinha cearense.
Ao voltar de Belém do Pará se traz no palato o sabor do pato ao tucupi. Tudo
isso nos faz concluir que, embora outros motivos tenham nos levado á esses
lugares, foi á cozinha local que mais marcou.
Eu sou um bom garfo. Porém,
pediram para eu falar da comida preferida: gosto muito da “peixada á
brasileira” feita ao molho do camarão, isso acompanhado de um chopp ou na
falta, uma cerveja geladinha não dá para resistir. Gosto também de um rodízio
numa churrascaria. Nos fast-foods dou o maior prejuízo. Encho o prato de carne,
sou igual onça por carne, embora hoje tenha limitações.
Do livro: “Fragmentos
de Uma Oficina Acadêmica”
De Amadeu Lucinda.
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