sábado, 12 de julho de 2014

Canção Derradeira.

Morrer, olhando o céu azul, ao raiar do dia, em silencio,
A hora em que as sombras da noite desaparecem.
Morrer, como a lâmpada que se extingue no altar lentamente.
Ouvindo a tua voz de Mãe a me chamar...
Morrer fitando sagradamente os seus olhos,
Saudade!...
A dizer-nos, em olhar o derradeiro adeus...
Morrer serenamente, contrita e feliz, consciente.
De ter-te querido como a ninguém os filhos, esposo teu.
Morrer, fechando os olhos baços de mansinho a sorrir,
Com as mãos nas tuas mãos, num último carinho,
João!!!...
Morrer, deixar a vida assim como o desejo, de não partir!
Recebendo da unção um longo abraço, despedida...
Morrer resignada, sem mágoa, sem tristeza, como os justos.
Glorificando o seu sonho de beleza.

(A minha Mãe- 29 de maço de 2001)

                        Ipu (CE), 30 de março de 2001.

                                                                       20h02m

Nenhum comentário:

Postar um comentário