Canção Derradeira.
Morrer,
olhando o céu azul, ao raiar do dia, em silencio,
A
hora em que as sombras da noite desaparecem.
Morrer,
como a lâmpada que se extingue no altar lentamente.
Ouvindo
a tua voz de Mãe a me chamar...
Morrer
fitando sagradamente os seus olhos,
Saudade!...
A
dizer-nos, em olhar o derradeiro adeus...
Morrer
serenamente, contrita e feliz, consciente.
De
ter-te querido como a ninguém os filhos, esposo teu.
Morrer,
fechando os olhos baços de mansinho a sorrir,
Com
as mãos nas tuas mãos, num último carinho,
João!!!...
Morrer,
deixar a vida assim como o desejo, de não partir!
Recebendo
da unção um longo abraço, despedida...
Morrer
resignada, sem mágoa, sem tristeza, como os justos.
Glorificando
o seu sonho de beleza.
(A
minha Mãe- 29 de maço de 2001)
Ipu (CE), 30 de março de
2001.
20h02m
Nenhum comentário:
Postar um comentário