Os
cardeais brasileiros Odilo Scherer (centro) e Geraldo Majella Agnelo chegam
para reunião hoje
CIDADE DO VATICANO - (Atualizada às 12h14) Cardeais de todo o mundo iniciaram nesta segunda-feira a primeira
de várias reuniões no Vaticano prévias ao conclave em que será eleito o novo
papa, em meio a escândalos dentro e fora da Igreja Católica e após a renúncia
de Bento XVI. O Vaticano informou que 103 dos 115 cardeais que devem participar
do conclave já chegaram, e os outros estão a caminho.
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Os cardeais brasileiros Odilo Scherer (centro) e Geraldo Majella Agnelo chegam para reunião hoje
Os cardeais brasileiros Odilo Scherer (centro) e Geraldo Majella Agnelo chegam para reunião hoje
Os prelados entraram no Vaticano na manhã de hoje. Jornalistas e
cinegrafistas se concentravam em torno aos clérigos, enquanto seus assistentes
abriam caminho na multidão. “Um papa latino-americano é possível. Tudo é
possível”, disse o cardeal português José Saraiva Martins, ao chegar.
O tema central na pauta é determinar a data para o conclave que escolherá
o futuro pontífice e fixar os procedimentos prévios, como fechar a Capela
Sistina a visitantes e retirar os hóspedes do Hotel Vaticano. Também será
checado se não há escutas, para garantir que ninguém terá acesso às conversas
secretas dos cardeais.
É possível, porém, que a data do início do conclave não seja fechada
hoje. O cardeal Angelo Sodano, decano do Colégio Cardinalício, disse que a data
não deve ser definida até que todos os cardeais estejam em Roma.
Um tema que deve estar na pauta é o da renúncia de Bento XVI e suas
implicações. Sua decisão de encerrar uma tradição de 600 anos e aposentar-se em
vez de continuar no cargo até a morte poderia alterar o conceito de papado e os
cardeais não deixarão de avaliar as implicações disso para o próximo pontífice.
Outro tema importante é a aparente existência de documentos
confidenciais apontando problemas dentro da burocracia do Vaticano, como
intrigas, disputas por poder e acusações de corrupção, nepotismo e favoritismo
no mais alto nível da hierarquia eclesiástica. O informe deve permanecer
secreto, mas Bento XVI autorizou que o trio de cardeais encarregado do
documento informasse os colegas sobre seu conteúdo.
Outra notícia recente de impacto foi a renúncia na semana passada do
arcebispo de St. Andrews e Edimburgo, Keith O’Brien. Ele participaria do
conclave, porém afastou-se do seu posto após várias denúncias de abusos
sexuais. No domingo, o religioso admitiu “má conduta sexual” e prometeu “ficar
longe” da vida pública da Igreja Católica.
Os cardeais decidiram enviar uma mensagem conjunta ao agora papa
honorário Bento XVI, que está sendo elaborada.
(Associated Press)
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