Biografia do cardeal Camerlengo Tarcísio Pietro Bertone.
O cardeal Tarcisio Pietro Bertone, secretário de Estado do Vaticano, é o
atual Camerlengo, como se denomina o administrador de bens e direitos
temporários da Santa Sé até a escolha do sucessor de Bento XVI, que às 16h
(horário de Brasília) deixou de ser papa.
Bertone nasceu na cidade turinesa de Romano Canavese, em 2 de dezembro
de 1934.
Membro da Sociedade de São Francisco de Sales São João Bosco
(salesianos), estudou no Oratório di Valdocco e no noviciado salesiano de Monte
Oliveto, em Pinerolo (Itália).
Posteriormente, formou-se em Teologia na Faculdade salesiana de Turim e
obteve o doutorado em Direito Canônico no Pontifício Ateneu Salesiano.
Ordenado sacerdote em 1 de julho de 1960, fez doutorado em Direito
Público Eclesiástico, Teologia Moral e Direito Canônico em Turim e Roma.
Professor na Pontifícia Universidade Salesiana de Roma, na qual ocupou
diversos postos docentes, foi também vice-reitor e nomeado Reitor Magnífico em
1 de junho de 1989.
Realizou seu trabalho pastoral em diversas paróquias romanas e desde a
década de 80, foi consultor para vários dicastérios da Cúria, especialmente
para a Congregação para a Doutrina da Fé, antigo Santo Ofício.
Colaborou na fase de revisão do Código de Direito Canônico, de 1983, e
dirigiu o grupo de trabalho que traduziu o texto para o italiano.
Nomeado em 1 de agosto de 1991 arcebispo de Vercelli, em 13 de junho de
1995 renunciou ao Governo da arquidiocese ao ser nomeado secretário da
Congregação para a Doutrina da Fé (ex-Santo Ofício).
Neste dicastério, se tornou estreito colaborador do cardeal Joseph
Ratzinger, então governador regional da citada Congregação e que, após a morte
de João Paulo II (1978-2005), foi eleito papa com o nome de Bento XVI.
Publicou a terceira parte do "segredo" de Fátima, durante o
Jubileu de 2000 e, junto a Ratzinger, estudou a documentação sobre os
escândalos relacionados com supostos abusos sexuais atribuídos a sacerdotes e
prelados.
Em 10 de dezembro de 2002, foi nomeado arcebispo de Gênova e em 21 de
outubro de 2003, criado cardeal presbítero no nono e último consistório
convocado por João Paulo II.
Participou do Conclave de 19 de abril de 2005, que elegeu Bento XVI e em
21 de abril, foi confirmado como membro dos dicastérios aos que pertencia.
Em 22 de junho de 2006, foi nomeado secretário de Estado, o cargo mais
importante do Vaticano depois do papa, no qual substituiu o cardeal Angelo
Sodano.
Em 21 de janeiro de 2010, o papa ratificou sua confiança em Bertone como
secretário de Estado, apesar de ter completado 75 anos, limite de idade de
aposentadoria dos religiosos.
No entanto, em 2012, por causa dos escândalos das filtragens de
documentos reservados vaticanos, a imprensa italiana coincidiu ao afirmar que
Bertone deveria deixar seu cargo para pôr fim às críticas sobre seu "mal
Governo".
Bertone compatibiliza o posto de Secretário de Estado com o de
camerlengo da Igreja Romana, para o qual foi nomeado em 2007, e cujo cargo se
encontra a administração dos bens e direitos temporários da Santa Sé durante o
período de Sé Vacante.
Apaixonado por esportes e especialmente pelo futebol, retransmitiu
várias partidas para uma televisão local italiana.
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