O Silêncio da Vida.
O quarto estava vazio.
Os corredores
silenciosos,
E a sala sem vida,
Sem quadros,
Sem flores e sem
arranjos.
Fui à sacada,
Onde um dia fomos
crianças,
Um momento inteiro
mergulhado,
Entre lágrimas e
saudades!
E a afloração de tudo
que vivemos.
Mergulhei sem medo no mundo das lembranças.
Que maltratavam o meu eu,
Sem a bússola para apontar o norte seguro,
A me guiar;
Fosse qual fosse o meu caminho,
Sempre chegava inteiro,
Ao aconchego indizível de minha vida.
Agora estava ali,
Diante daquele quadro parecido com um
vitreaux,
Apenas colorido ou mesmo
opaco,
Num recanto da casa
abandonada,
Para escutar em cada
canto,
Chorar uma saudade.
Engoli o soluço!
E deixei que saíssem dos
meus olhos,
As lágrimas que queriam
ficar,
Para reverenciar as
minhas memórias.
(Francisco Melo – Prof.)
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