terça-feira, 29 de setembro de 2015




Por Paulo Saboia - 16fev05
Depois que recebi um email do meu querido amigo e colega de colégio BEZIM (filho do Sr. Tintim) resolvi escrever um pouco sobre os nossos tempos de patronato. Pois bem, entrei no patronato em 1974 para cursar o 4º ano primário e como nunca tinha estudado em colégio antes, para mim foi uma alegre surpresa ver tanta gente junta em uma sala de aula. Como morávamos na fazenda Barrinha meu pai contratou uma professora diplomada para nos dar aula em casa e ela morava conosco na fazenda. Foi assim que aprendi a ler e escrever, fazer as 4 operações matemáticas, etc, primeiro meu pai Luiz Alberto, depois a D. Beatriz, uma simpática senhora que morava nos Olhos d'aguinha, perto de nossa fazenda e por fim a Fransquinha, uma professora recém diplomada em Ipueiras. No patronato encontrei mais de 35 alunos na mesma turma e isso era novidade porque até então éramos só eu e meu irmão na "classe" da fazenda. Meus primeiros amigos foram exatamente o Bezim (Fco Gutemberg de Sousa Filho), o Miguelzinho e o Jorge da D. Auri. estudamos juntos até a 8ª série e durante esse tempo as amizades foram aumentando exponencialmente. Vieram o Célio macaco, o Hamilton, o Marco Holanda, o Stênio do Julio Olimpio, o Luis Peroba ( filho do S. Sebastião Avelino, quem souber dele por favor me avise), o Petinha do S. Lira, o Ricardo e o Alexandre do Sezinho, o Carlos Gomes,o Iraciran soares,etc. Das mulheres lembro bem da Fernanda (filha da D. Zenaide, irmã do Araújo)que infelizmente não está mais conosco, da Goretona, da Ivna Mororó, da Luisa Elisabeth filha do Dr. Thomaz, da Suely irmã do Eudes Mesquita, etc. (quem lembrar de mais gente por favor me passe por email ou pelo site)
No patronato tínhamos bons hábitos, daqueles que não se cultiva mais hoje, como se levantar e rezar quando a professora chegava, hastear a bandeira nacional e cantar o hino nacional toda segunda-feira, ter aulas de teatro e principalmente participar do orfeão da D. Valderez Soares. Todas as sextas-feiras eu tinha aula de teatro com a Fátima Melo (irmã do prof. Chico Melo) e sempre apresentávamos peças teatrais nas datas comemorativas do colégio. A d. Valderez sempre reunia todo o colégio na capela para ensaiarmos as músicas a serem cantadas na missa e outra mais. Essa sim era uma artista completa. Ficava apreciando ela a dedilhar o harmônio e ao mesmo tempo pedalar para criar ar dentro do instrumento e assim gerar as notas musicais. Não entendia como ela usava as mão no teclado, os pés nos pedais e cantava ao mesmo tempo. Aquilo parecia incrível... Outra professora inesquecível foi a D. Valdemira Coelho, a polivalente. Ensinava de tudo, matemática, de álgebra linear à trigonometria, passando pela geografia, história e até português se fosse o caso. era elétrica e estava sempre observando tudo. Nunca vi uma pessoa amar tanto a profissão como a D. Valdemira. Sempre empolgada e orgulhosa de sua missão, parecia não cansar nunca e estava sempre disposta a fazer de tudo para que seu objetivo fosse alcançado. D. Valdemira foi minha professora por 5 anos e nunca a vi tratando alguém com grosseria ou coisa semelhante. O aluno para ela era a maior razão de sua existência como docente e por eles ela faria tudo. Que Deus a tenha D. Valdemira... Com certeza a senhora ainda tem muita coisa a ensinar onde quer que esteja. A diretora do patronato na época era a irmã Mendes que, depois de muito tempo fora do Ipu, foi reconduzida ao cargo e novamente se encontra no Ipu. Essa era meio brava e de pulso forte, mas também pudera. A escola tinha mais de 1000 alunos, eu acho, e isso exigia alguém com esse perfil. Eram também da casa o prof. Chico Melo (ciências), a profa. Iracy Soares (estudos sociais), a irmã Esmeralda (português) a irmã Conceição. Lembro-me de um trabalho de botânica que o prof. Chico Melo passou que era para colar folhas ressecadas em um caderno de desenho, daqueles que tem uma folha de papel de seda intercalando duas normais. Tinha uma técnica para isso que consistia em colocar um pouco de vaselina na folha verde e pressioná-la com um ferro de passar bem quente. Aquilo dava um chiado e subia uma fumaça de um cheiro estranho que dava até dor de cabeça. Parece até que estou sentindo o cheiro... Só sei que fiquei com minha mãezinha (D. Gonçalinha) até quase uma da manhã colando as tais folhas no caderno porque o homem era brabo e não perdoava. Em 1975 o patronato completou 25 anos de existência e foi feita uma festa muito bonita com missa, apresentações de música, teatro e presença de pessoas importantes da terra, salvo engano até alguns da família Carvalho, Sr. Nilo ou Milton, fundadores do patronato.
Grande parte da festa foi feita ali mesmo nas escadas da entrada do patronato e o restante na capela e no auditório. Também havia naquela época o movimento jovem e também uma espécie de preparatório para o movimento jovem chamado Pré-jovem. Ali se aprendia sobre relações humanas, religião, responsabilidade e principalmente o respeito às pessoas. Acho que muito de minha personalidade foi moldada ali no patronato e, graças a Deus, não me arrependo disso. Se pudesse colocaria minha filha, de 5 anos, para ter a mesma educação que eu tive na infância, com os mesmos professores, na mesma escola, na mesma cidade... 




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