A Locomotiva a vapor é uma locomotiva propulsionada
por um motor
a vapor que se compõe de três partes
principais: a caldeira,
produzindo o vapor
usando a energia do combustível,
a máquina
térmica, transformando a energia do vapor em
trabalho mecânico e a carroçaria,
carregando a construção. O vagão-reboque (também chamado "tender")
de uma locomotiva a vapor transporta o combustível e a água necessários para a
alimentação da máquina. As primeiras locomotivas apareceram no século
XIX sendo o mais popular tipo de
locomotiva até ao fim da Segunda
Guerra Mundial. No Brasil as
locomotivas a vapor receberam o apelido de "Maria-Fumaça" em virtude da densa nuvem de vapor e
fuligem expelida por sua chaminé, sendo que no final do século
XIX e início do século
XX, os matutos e caipiras,
davam-lhe o nome de "Balduína",
uma corruptela de Baldwin,
a marca das locomotivas de origem norte-americana,
usada à altura.
A primeira locomotiva a vapor
usando trilhos foi
construída pelo engenheiro inglês Richard
Trevithick e fez o seu primeiro percurso em21
de Fevereiro de 1804.
A locomotiva conseguiu puxar cinco vagões com dez toneladas de carga e setenta
passageiros à velocidade vertiginosa de 8 km por hora usando para o
efeito trilhos fabricados em ferro-fundido.
Esta locomotiva, por ser demasiado pesada para a linha-férrea e avariar
constantemente, não teve grande sucesso.
Funcionamento da locomotiva a vapor:
Nesta animação, a cor rosa representa o "vapor vivo", procedente
da caldeira,
entrando no cilindro.
A cor azul representa o vapor gastado que escapa do cilindro.
Outro inglês, John
Blenkinsop, construiu uma locomotiva em 1812 que
usava dois cilindros verticais que movimentavam dois eixos, unidos a uma roda
dentada que faziam acionar uma cremalheira. Esta máquina usava também trilhos
de ferro-fundido, que vieram substituir definitivamente os trilhos em madeira
usados até aí. Estes trilhos ou linhas de madeira tinham sido desenvolvidos
na Alemanha por
volta do ano de 1550,
serviam carruagens que eram puxadas por animais, principalmente por cavalos mas
também, por vezes, à força de braços.
No entanto, o passo maior para o
desenvolvimento da locomotiva e por consequência do comboio,
seria dado por George
Stephenson. Este inglês, mecânico nas minas deKillingworth,
construiu a sua primeira locomotiva a quem chamou Blucher, corria o
ano de 1814.
A Blucher, que se destinava ao transporte dos materiais da mina,
conseguiu puxar uma carga de trinta toneladas à velocidade de 6 quilómetros por
hora. Stephenson viria a construir a primeira linha férrea Stockton and
Darlington Railway, entre Stockton-on-Teese
a região mineira de Darlington, que
foi inaugurada em 27
de Setembro de 1825 e
tinha 61 km de comprimento; quatro anos mais tarde, foi chamado a construir a
linha férrea entre Liverpool e Manchester.
Nesta linha foi usada uma nova locomotiva, baptizadaRocket, que tinha
uma nova caldeira tubular inventada pelo engenheiro francês Marc
Seguin e já atingia velocidades da ordem
dos 30 km/h.
A máquina de Richard
Trevithick
No início do século
XIX, as rodas motrizes passaram a ser
colocadas atrás da caldeira, permitindo desta forma aumentar o diâmetro das
rodas e, consequentemente, o aumento da velocidade de ponta. O escocês James
Watt, com a introdução de várias alterações
na concepção dos motores a vapor, designadamente na separação do condensador
dos cilindros, muito contribuiu também para o desenvolvimento dos caminhos.
Num ápice, as locomotivas passaram do
vapor à eletricidade.
No dia 31
de Maio de1879, Werner
Von Siemens apresentou na Exposição
Mundial de Berlim a primeira locomotiva eléctrica.
No entanto, o seu desenvolvimento só foi significativo a partir de1890,
mantendo-se a sua utilização até aos dias atuais.
Antes do meio do século
XX, as locomotivas eléctricas e a diesel
começaram a substituir as máquinas a vapor. No fim da década
de 1960, a maioria dos países já tinha
substituído a totalidade das locomotivas a vapor em serviço. Outros projetos
foram desenvolvidos e experimentados, como as locomotivas com turbinas a gás,
mas muito pouco utilizados.
Já no fim do século
XX na América
do Norte e na Europa o
uso regular das locomotivas a vapor estava restrito aos trens com fins
turísticos ou para entusiastas do comboio. No México,
o vapor manteve-se com uso comercial até fins da década
de 1970. Da mesma forma ocorreu localizadamente
no Brasil, onde no sul do país a Estrada de Ferro Tereza
Cristina ainda operou essas máquinas até
1994[4].
Locomotivas a vapor, continuam a ser usadas regularmente na China onde
o carvão é
muito mais abundante do que o petróleo. A Índia trocou
o vapor pelo diesel e pela eletricidade na década
de 1990. Em algumas zonas montanhosas o vapor
continua a ser preferido ao diesel, por ser menos afetado pela reduzida pressão
atmosférica.[5]
Em
Portugal
A primeira viagem de comboio no país
ocorreu a 28
de Outubro de 1856,
em uma linha estabelecida entre Lisboa e
o Carregado. Pouco a pouco as linhas foram se estendendo até que, ao final
do século
XIX, o país contava com uma malha
ferroviária de 2070 km.
Velocidade
O recorde absoluto de velocidade de
uma locomotiva a vapor foi obtido na Inglaterra em 1938.
A locomotiva atingiu a velocidade de 201,2 km/h num percurso ligeiramente
inclinado. Velocidades semelhantes foram também atingidas na Alemanha e
nos EUA.
Em Portugal o
recorde de velocidade com locomotiva a vapor foi de 145 km/h, com a locomotiva
Pacific nº 501, durante os ensaios realizados em 1939 às carruagens Budd na
Linha do Norte. Durante estes ensaios a mesma locomotiva realizou o percurso
entre Lisboa (Campolide) e Porto (Gaia) em 3h09 minutos (343 km à média de
107.8 km/h). Em serviço comercial a velocidade máxima em Portugal com
locomotivas a vapor estava fixada em 120 km/h.
No Brasil o
recorde de velocidade em uma máquina a vapor é da locomotiva de nº 353 que
pertenceu a Central do Brasil com
registro de velocidade de 147 km/h.
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