Ipu Antigo VIII (Final)
Porto de Camocim, mostrando a Estação Ferroviária. Quadro do pintor e artista camocinense Eduardo de Souza. Pertence ao historiador Carlos Augusto Pereira dos Santos |
Ao lado do crescimento econômico da
cidade houve, igualmente, um aumento significativo da população da sede e das
regiões em sua volta. O recenseamento de 1890 apontava para o município de Ipu
uma população de 11.216 pessoas. Dez anos depois novo recenseamento computava a
existência, na cidade, de 13.263 habitantes. Em 1915, segundo Eusébio de Sousa,
a população do município era de cerca de 20.000 almas. Assim em apenas 15 anos, entre 1900 e 1915, o crescimento
populacional, se se der crédito aos números apresentados por Eusébio de Sousa,
teria sido de cerca de 50%[1].
Não há por que duvidar dos números arrolados
pelo magistrado, pois o censo realizado pelo governo federal, em 1920,
apontava, para a cidade, uma população de 22.834 pessoas. Aparecia como 15º
mais populoso entre os 86 municípios do Estado do Ceará. A população de
Fortaleza, na época, era de 78.536 habitantes, de Sobral, 39.003 e, de Camocim,
17.271.
TABELA
População de alguns Municípios do Ceará
em 1920
Posição
|
Cidade
|
População
|
Posição
|
Cidade
|
População
|
1º
|
Fortaleza
|
78.536
|
6º
|
Granja
|
27.962
|
2º
|
Sobral
|
39.003
|
7º
|
Aracati
|
27.551
|
3º
|
Iguatú
|
32.406
|
15º
|
Ipu
|
22.834
|
4º
|
Baturité
|
30.032
|
17º
|
Juazeiro
|
22.067
|
5º
|
Crato
|
29.032
|
28º
|
Camocim
|
17.271
|
Tabela
elaborada pelo autor. Fonte: População dos Municípios do Ceará. Revista do Instituto do Ceará. Tomo
XXXVI, Ano XXXVI, 1922, pp. 495-497.
É desse crescimento da cidade, na
virada do século, e das transformações que engendra, que emerge, no seio de um
grupo de pessoas, a construção da percepção do progresso e da modernidade. É o
crescimento da cidade e as mudanças que produz no âmbito local, precisamente em
um dado momento - os anos finais do século XIX e as primeiras décadas do século
XX - a chave para entender como foi possível a emergência de uma dada
representação da cidade. Optamos, no entanto, por não analisar esse
crescimento, em seu pormenor, como fizemos em trabalho anterior, já citado[2],
mas apenas tangenciá-lo. O que pretendemos é discutir como somente naquele
momento, caracterizado por mudanças, é que surge a ideia de que a cidade caminhava
nos trilhos do progresso e se constrói sua imagem de urbs moderna.
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