Jorge Lima Para mim, depois de muito ler sobre o
episodio do ataque do Coronel João Martins e seus homens ao destacamento
policial do Ipu em 1914 e sobre o ataque do reforço policial enviado de Sobral
à fazenda Jaçanã, chego à conclusão de só existiu uma motivação para tudo
aquilo: POLITICA. João Martins não me parece ter sido um simples valentão, mas
um homem formado naquela ética do coronelismo, onde o coronel tem a obrigação
moral de defender os seus familiares e agregados. Foi exatamente isso que ele
fez ao atacar o Ipu para desagravar o sobrinho Osório Martins. No entanto, não
parecia dado à violencia gratuita. Tinha certa elegância, mas, acima de tudo,
não levava desaforo para casa. Acontece que com a queda de Franco Rabelo,
governador do Ceará, em 1914, começou uma onda de perseguição aos rabelistas
com muitas prisões arbitrarias e invasão de residências para busca de armas.
Temia-se uma reação dos partidários de Rabelo e imaginava-se que tivessem
rifles escondidos em suas casas. A justificativa para o ataque á Jaçanã foi a
suposta existência ali de um arsenal rabelistas. Daí a sena de destruir por meio
do fogo
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