A HISTÓRIA DO JARDIM 26 DE AGOSTO.
INAUGURADO EM 26 DE AGOSTO DE 1940
POR OCASIÃO DAS COMEMORAÇÕES DOS 100
ANOS DE EMANCIPAÇÃO POLÍTICA DO MUNICÍPIO DE IPU.
JARDIM 26 DE AGOSTO
1840 - 1940
Aproxima-se o 26 de agosto de 1940. Reuniões, comentários,
sugestões e por fim os acertos para comemorar o 1º Centenário de Emancipação
Política do Município de Ipu.
Era
Prefeito Municipal de Ipu, Dr. Francisco das Chagas Pinto da Silveira.
Teve uma
programação muito especial às comemorações que marcaram os 100 Anos de
Emancipação Política de Ipu, todas realizadas com muitas pompas e entusiasmo.
Consta na programação o seguinte:
Às 6
horas:- Hasteamento da Bandeira Nacional no Paço Municipal:
Presença
dos alunos da Escola Pública e do “Educandário
Ipuense”.
Às 7
horas:- Missa solene em ação de graças, na Igreja Matriz, celebrada pelo
sacerdote virtuoso e ipuense, Pe. Antonino Cordeiro Soares, vigário de Campo
Grande hoje Guaraciaba do Norte.
Às 8
horas:- Inauguração do Jardim de 26 de Agosto e do monumento comemorativo do
centenário, com a presença do Sr. Prefeito Municipal de Ipu, Dr. Francisco das
Chagas Pinto da Silveira, Dr. Edgard Miranda de Paula Pessoa, Juiz de Direito,
representante do Instituto Histórico do Ceará, Dr. Eusébio Néri Alves de Sousa,
dos Srs. Prefeitos de Campo Grande, São Benedito, Crateús e Massapé, Dr.
Valença Junior do Serviço de Peste, Dr. Ubaldino Souto Maior, ex-Juiz de
Direito da Comarca de Ipu, Comerciantes e Sociedade em Geral.
Em seguida
foi lido o Decreto que criou o Logradouro e Monumento que até hoje chamamos de
Estátua da Liberdade.
Fincada no
centro da praça para marcar a nossa emancipação, política administrativa,
liberdade, portanto sonhada é feita realidade.
Art. 1º Do Decreto:- fica denominado “JARDIM 26 DE AGOSTO”
o logradouro público construído pela Prefeitura na Praça Cel. José Liberato.
Art. 2º – Revogam-se as disposições em contrário ao presente decreto,
que entrará em vigor na data de sua publicação. Prefeitura Municipal de Ipu, 26
de agosto de 1940. (assinado)
Dr. Francisco das Chagas
Pinto da Silveira - Prefeito Municipal.
O Jardim
se compõe de uma Estátua (simbólica) da
Liberdade erigida no centro do Jardim, apoiada sob um pedestal de
granito, no qual figuram duas placas de motivos indígenas e regionais e duas
outras com inscrição na integra da lei de nº 200, de 26 de agosto de 1840.
A Avenida
se completa além da estátua da Liberdade de Bancos caracteristicamente toscos
meio quadrados nunca visto por este escriba em outros logradouros. Rodeado por
postes de médio porte trabalhado em concavidades formando na sua parte superior
ou no seu capitel um globo leitoso que ofuscava ternamente nas amenas noites do
Ipu.
Ainda como
parte da programação às 15 horas aconteceu uma sessão lítero musical no Paço
Municipal onde estiveram presentes as seguintes autoridades:
Os Srs.
Prefeito Municipal, Dr. Chagas Pinto, Dr. Edgard Pessoa, Dr. Eusébio de Sousa,
Padre Antonino Cordeiro Soares, Dr. Raimundo Justo Ribeiro, e José Osvaldo
Araújo que ocuparam e compuseram a mesa principal.
Estiveram
ainda presentes: Elisio Aguiar, Agripio Soares, Francisco Felizola, Abdoral
Timbó, Manoel Bessa Guimarães, Temoteo Chaves, Dr.Thomaz Corrêa Aragão e outros
tantos. Vários oradores foram ouvidos em seus discursos, o “Canto Orfeônico” apresentou duas
canções do nosso cancioneiro popular e com a palavra facultada usou da mesma o
Escritor, Historiador e Poeta Osvaldo Araújo que nos finais do seu
pronunciamento, pediu um minuto de silencio pelos ipuenses que já haviam
partido para eternidade e depois de um
Viva vibrante pelo Presidente dos trabalhos foi em seguido cantando por
todos presentes o Hino Nacional Brasileiro, ficando assim encerrada a sessão.
Depois foi
lida e aprovada a Ata redigida por Osvaldo Araújo e assinada em seguida pelas
seguintes pessoas: Dr. Chagas Pinto, Pe. Antonio Cordeiro Soares, Raimundo
Justo Ribeiro, Dr. Eusébio de Sousa, José Osvaldo Araújo, Manoel Bessa
Guimarães, Abdoral Timbó, Dr. Thomaz Aragão, Francisco Julio Felizola, Temoteo
Ferreira Chaves, Agripio Soares, Elisio Aguiar, José Maria Sabino, Osório
Martins, João Bessa Guimarães, Augusto Passos, José Raimundo de Aragão Filho,
Tenente José Pio de Sousa, Francisco Carvalho Aragão, Raimundo da Silva Mourão,
Valdir Viana Barbosa, Antonio Teodoro Soares Frota, Heleno Gomes de Matos, João
Mozart da Silva, João Alves de Miranda, Alfredo Silvano Gomes, Francisco Corrêa
de Castro e Sá, Raimundo Castro Brandão, Odulfo Alves de Carvalho, Francisco
Elmiro Martins, Antonio Cícero e Silva, Juvêncio César Tavares, Cesário Pereira
Martins, Antonio Rodrigues Martins, Antonio Martins Jorge, Maura Sales Aragão,
Raimundo Martins Jorge, José Taumaturgo Furtado, Leocádio Ximenes Aragão,
Gonçalo Soares de Oliveira, Joaquim Soares de Paiva, Francisco Soares de Paiva,
Antonio Pereira Martins, Murilo Mota Dias, Pedro Felix de Oliveira, Francisco
Aragão Xerez, Francisco Victor de Mesquita, Gonçalo Soares Sobrinho, Luiz
Belém, Manoel Pinto da Silveira, Inácio Martins Memória, Joaquim Porfírio de
Farias, José Soares de Oliveira, Lídia de Aragão Pinto Silveira, Aglaê Osório
de Sousa, Anisia Aragão e Silva, Maria Cia Aragão, Mariêta Santos Aragão,
Francisca Iraci Aragão, Carmosinda Xerez Máximo, Maria Vasconcelos Sabino,
Antonio Alves de Oliveira, Albertina Pereira de Sousa e José Bessa.
Antes,
porém usaram a palavra o Sr. Prefeito
Municipal que ressaltou a importância da efeméride e ao mesmo que
relembrou os primórdios do Ipu, sua origem a sua evolução até tornada-se
independente de Campo Grande hoje Guaraciaba do Norte.
Manoel Bessa Guimarães foi outro orador que enfatizou de maneira brilhante a grandeza
da data ao mesmo tempo em que relatou o processo de ensino-aprendizagem que se
encontrava em plena ascensão, sendo um destaque em toda Região as nossas
Escolas fazendo desta forma uma erradicação substancial no analfabetismo.
Priorizou o comércio, a saúde e a cultura como fatores primordiais e
indispensáveis ao progresso de uma cidade.
Osvaldo Araújo, em linhas rápidas e eloquência fluente, traçou o perfil de
ilustres filhos da terra efetivando em todos os sentimentos de amor a terra e
dedicação especial à causa pública de pura notabilidade estabelecida pelos
filhos de tão bendito torrão.
A verve, a
fluência e criatividade do ipuense são características sem par. Para o primeiro
centenário de Ipu Zezé do Vale
compôs a extraordinária Valsa
que ainda hoje cantamos até mesmo como hino para homenagear a sua terra quando
se fez centenária, Passados do Meu Ipu,
cantada solenemente pela voz orgulho de Ipu, Wilson Lopes, que extravasou todo sentimento de amor e carinho a
sua amada terra, berço seu e de muitos outros que souberam acaricia-la com a
maviosidade das canções melodiosas e harmoniosas que ora enfocamos.
Passados do Meu Ipu é uma louvação das mais abençoadas que encontramos no sentimento
de Zezé do Vale com interpretação de Wilson Lopes.
Nos seus
versos distinguimos uma Questão do Vestibular da U.F.C. em 1999; é a seguinte: “Tens o Véu de Noiva do Ipuçaba”.
Para
documentar toda passagem do aniversário de cem anos do Ipu, foi escrito um
documentário que foi chamado de: “ÁLBUM
COMEMORATIVO DA PASSAGEM DO 1º CENTENÁRIO DE FUNDAÇÃO DO MUNICÍPIO DE IPU”, contendo
além de discursos algumas fotografias de filhos ilustres de Ipu e ressaltando-se
com distinção três filhas do Dr. Eusébio de Sousa, ex-Juiz de Direito de Ipu e
grande amante da terra que destacou com veemência a história de nossa cidade,
um filho adotivo que muito amou a Terra
de Iracema e que contribuiu grandemente para divulgação de sua história.
Nas suas pesquisas e estudos Ipu realmente é uma palavra Onomatopaica que
significa “queda d’água”.
São
inúmeras as fotografias contidas no Álbum Centenário de 1940, que aqui
ressaltamos algumas: Palacete Iracema, Altar de São Sebastião, Velho
Tamarineiro, Praça 26 de Agosto, e muitas outras não faltando à encantadora e
distinguida Bica do Ipu.
Na sua
capa de autoria do artista Franz Lietz, é uma apoteose a tudo que a Cidade
possuiu naquela década. O mapa do município assemelhando-se a uma bota dá uma
conotação dos lindes municipais que muito distinguiram Ipu na sua história
centenária.
Telegramas
dos mais diferentes seguimentos sociais, oriundos do governo do Estado, do
Poder Judiciário, da Imprensa de todo Estado do Ceará, Prefeitos da
circunvizinhança, o Clero, e Filhos e amigos de Ipu.
A nossa Praça 26 de Agosto difere muito do
nosso Jardim de Iracema, mesmo
porque passou a ser frequentada por pessoas que naqueles tempos eram chamadas
de segunda classe, coisa que nunca deveria ter acontecido, pois somos iguais e
não merecemos isso. Hoje vemos como a sociedade convive abolindo todos os
preconceitos que acontecia em tempos que consideramos remotos.
Mas mesmo
assim não deixa e nem deixou de existir o lirismo e as costumeiras juras de
amor que sempre acontecem com os casais que a frequentavam mesmo assim porque
hoje apesar de sua reforma considerando a sua estrutura principal não mais os
casais apaixonados, é uma Praça que está servindo mais ao feirante que nas
noites que antecedem as grandes Feiras
Livres do Ipu, ali frequentam como ponto de apoio ou até de descanso.
Está revestida de uma grama que tapetou todo seu quadro onde outras plantinhas
também florescem e enverdecem a Praça de uma história das mais significativas
para a vida Política e Autônoma do nosso Município.
Os
oradores que desfilaram e que eloquentemente se manifestaram a respeito da data
que se emancipara o fizeram com muito amor a terra e resgataram em suas
palavras as figuras ilustres que contribuíram para formação social,
educacional, econômica e cultural da terra de Iracema. Não faltando as
referencias a forma de Governo que no momento era vivido por todo brasileiro. A
estiagem verbaliza cada orador como testemunhos dos cansaços quase latentes de
uma vida de sofrimentos experimentado por todos Nordestinos especialmente o
Cearense do Ipu.
Sentimos
ao recapitular a história que aqui relatamos o empenho e o compromisso de cada
filho da terra que acima de tudo visava o seu progresso e desenvolvimento em
todos os setores e que até superavam as suas idéias sociológicas.
Um clima
de moral e respeito era peculiar a toda família ipuense. Reservas morais se
formavam a toda prova no seio da sociedade familiar ipuense. A Praça que marca
a nossa emancipação tem um símbolo que teremos que garantir por muito tempo, a LIBERDADE, representada na sua estátua
que de mão erguida ostenta a tocha de nossa autonomia respeitada e acatada pela
Lei de nº 200 de 26 de agosto de 1840.
As
homenagens ao Padroeiro São Sebastião também foram tonificadas no vernáculo dos
oradores da festa da independência, que a aquela época (há um século), lança
sobre todos que pairam sob os céus ipuense, os influxos divinos e da sua
proteção e do seu amparo, até hoje vividos, mesmo quando completamos neste ano
de 2005, 165 anos de liberdade cantada nos hinos de vitórias e conquistas no
mundo moderno que ora atravessamos, está aí, na sua Igreja e nos céus de Ipu as
suas bênçãos aos filhos de uma terra que tanto lhe ama e lhe Venera – SALVE SÃO SEBASTIÃO – SALVE IPU!
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