segunda-feira, 14 de novembro de 2011



                Cantar é Viver


O passarinho canta, canta!...
E sem tristeza, quando canta preso,
Parece altivo e da cadeia o peso
Não lhe enfraquece o timbre na garganta

Humilde, aguarda a liberdade santa,
Que, ao longe, brilha qual farol aceso.
E o cativeiro afronta, com desprezo,
No estóico exemplo, que o mudo encanta.                  

É a riqueza dessa voz canora
Ouvida em toda parte com franqueza,
Que sua prisão desperta, sem demora.

Se a fibra do valente, um dia, se estiola,
O canto perde a máscula firmeza
E o passarinho morre na gaiola.

Francisco Melo (Prof.)
Ouvindo os meus pássaros, no alvorecer de cada manhã.
15 de maio de 2001

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