segunda-feira, 30 de junho de 2014



O Som Flébil.


Não gosto de falar de coisas tristes, coisas que machucam e às vezes trazem no seu íntimo um sabor amargamente ferido o que nos distancia dos momentos que chamamos muitas vezes de afáveis.
Mas, naquela manhã tudo estava turvo. O céu languidamente encarregou-se de abrir o seu leque de cores apagadas tingidas de forma indiferente ao substrato da vida.
Já não falamos mais nas coisas boas do bem viver, o ato depressivo se apodera e quase não podemos rebater os seus efeitos disfônicos que são por demais pesados.
Alguém exclama, é a Vida. Os murmúrios de é a vida não passa de um consolo para quem se motivou sempre, e muito, nas jornadas impetuosas do dia a dia.
O incomum acontece. Nostalgia, a opaquitude deixa quebrar o sentimento verdadeiro, ofuscando no “abajur lilás” á sombra mediavalesca que não conseguimos entender. Entender? Sim! Não entendemos o que está se passando em nós.
As visões caminham e a ótica visionaria, vislumbra imagens que se perdem folgadamente no espaço, como se fosse a fumaça, não sei, talvez de um cigarro banalizado pelo seu fumador de estranho paradeiro.
As cinzas da tarde aparecem e o langor da Ave Maria é anunciado pelo dobre dos sinos e o toque do flamejante órgão de tonalidade variável que mais parece à “extrema-unção” dos enfermos no momento derradeiro
No centro da Igreja as luzes mortiças dos candelabros dando um ar de lugubridade ardente aos que vivem tais momentos.
Os sacerdotes celebram os e cantam o “Canto Chão” e genuflexo rezamos piedosamente o salmo de aclamação ao soberano Deus criador de todas as coisas.
A claridade emitida dos castiçais parece até mesmo que estamos em tons de funerais soluçando aos acordes de músicas enegrecidas do espírito de outras vidas. 
Mas afastemos de nós o terror dos negrumes e procuremos viver a noite que mesmo escura nos traz mistérios que são agradáveis aos nossos sentimentos.
As constelações multicoloridas das estrelas nos alegram, e vez por outra a “estrela cadente” nos oferece o brilho de um renascer majestoso.
A lua sempre bela, baila no horizonte como se fosse à fada dos nossos sonhos que sempre e continuaram sendo encantados, até enquanto houver o romantismo talhado pelos enamorados das noites que não tem horizontes, mas que trazem um bálsamo perfumado pelas orquídeas que não deixam esmaecer de uma só vez os alcatifados sentimentos de amor, desfazendo o ódio que haverão de durar porcamente ou quase nada, pois a persuasão de tudo será indelevelmente a flor do esquecimento porque não temos aquela majestade de imposição de “Rei na Barriga”, pois a simplicidade durará por muito tempo, até que o coro dos anjos em total “Deo Gratias” entoar o louvor perene da felicidade sonhada.

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