DISCURSO DE POSSE DO PROFESSOR FRANCISCO DE ASSIS MARTINS (PROF. FRANCISCO MELO), NA ACADEMIA MAÇÔNICA LETRAS DO ESTADO DO CEARÁ.
Fortaleza (Ceará), 18 de agosto de 2000.
Senhores e Senhoras,
O homem nasceu de um ato espontâneo e natural da vida.
O seu crescer evolui de acordo com as suas potencialidades, numa dimensão em que todos os seres desejam melhores dias. Neste contexto, somos essencialmente inteligência e vontade.
O fundamento real, autêntico da solidariedade, está na natureza social do próprio homem; se ele aperfeiçoar essas qualidades, se aperfeiçoará no seu ato específico de conhecer, de compreender outro ser igual ou mais perfeito que ele – Deus, o Grande Arquiteto do Universo. Contudo, o desenvolvimento do homem também não é somente biológico, como o animal irracional.
O homem é pluridimensional, capaz de desenvolver-se com todas as suas dimensões: cultural, econômica, social, psicológica, política, moral e religiosa.
A integração harmônica dessas dimensões numa escola de valores constituirá o crescimento ou desenvolvimento autenticamente humano, pois somos seres em crescimento e estamos em situações de “vir a ser”, somos seres em continua transformação.
Estou neste momento realizando uma aspiração; uma esperança; um sonho que idealizei.
O filósofo Ortega, quando sabidamente disse que “da pedra não se pode despedrar, o tigre não se pode destrigar, o homem se não for o que ele deve ser pode-se desumanizar”.
Entende-se, portanto que o homem está feito para crescer: “o homem, como o mundo, é inacabado”. E eu quero crescer quero me completar neste sodalício, para que me propus, a minha auto-realização não é imposta de fora, brota do mais íntimo do meu ser, como uma exigência intrínseca e natural.
O orgulho de ocupar a cadeira desta Academia de número 31, cujo patrono foi João Cordeiro, é-me paralelamente motivo de honra e respeito, visto que aquele médico escravagista dá nome a uma das mais importantes ruas de um dos bairros mais nobres da nossa Capital, a Aldeota.
Eu sou do Ipu, cidade alcandorada, encravada no sopé da Ibiapaba, que ainda respira o ar puro aos respingos da queda d’água que se desprende de 110 metros de altura, formando o murmurante Riacho Ipuçaba: é a Bica do Ipu.
Ipu, terra de Iracema, berço de Martim e Araquém, onde escutamos ainda o trinar da graúna nas palmas das palmeiras; o grito da jandaia e o canto noturno do urutau.
Sou da terra de Delmiro Gouveia, pioneiro na eletrificação de Paulo Afonso; de Milton Dias, o cronista mais renomado deste país; de Milton de Sousa Carvalho, o criador do crediário no Brasil, através de suas lojas “Cliper” em São Paulo; de Arquimedes Memória, arquiteto, diretor da Escola de Belas Artes no Rio de Janeiro; de Eusébio de Sousa, incentivador da cultura ipuense, criador do primeiro jornal impresso em Ipu, no ano de 1886, com o nome “A Brisa”; de Abílio Martins, Osvaldo Araújo, Francisco Araújo, Francisco Magalhães, poetas e escritores que deixaram um legado dos mais preciosos para a história do Ipu e da Região.
Eu sou do Ipu, do Quadro da Igrejinha, onde nasceu a Cidade, no centro está erigida a secular Igreja de Nossa Senhora do Desterro, construída em 1765, na frente o oblongo “Cruzeiro”, simbolizando a fé de todos nós.
Ipu do seu Gabinete de Leitura. Biblioteca fundada em 1896, onde a sociedade ipuense freqüentava assiduamente para exercitar o seu intelecto com a boa leitura.
Ipu do maestro Raimundo do Vale, um destaque da nossa música em todo o Brasil.
Ipu de Zezé do Vale, poeta popular, homem do povo que cantou o Ipu em verso e prosa, deixando externar profundamente o seu amor ilimitado à sua terra; onde nos seus versos e canções, ao se dirigir à Bica, disse: “Tens o véu de noiva do Ipuçaba”, realmente quando a Bica esvoaça soprada pelo vento, deixa a imagem de um verdadeiro “véu de noiva”. Em coisas outras ele canta e conta nos seus versos que
Ipu é uma cidade
Como a gente nunca viu
É um pedacinho do céu
Que se desprendeu e caiu
II
O doce de lá é mais doce
A fruta é a mais saborosa
A mulher é a mais bonita
E a flor é a mais cheirosa
III
Tudo lá é diferente
Das cidades que eu conheço
Eu indo morar no céu
Do Ipu eu não esqueço
Muito obrigado.
Fortaleza (Ceará), 18 de agosto de 2000.
Senhores e Senhoras,
O homem nasceu de um ato espontâneo e natural da vida.
O seu crescer evolui de acordo com as suas potencialidades, numa dimensão em que todos os seres desejam melhores dias. Neste contexto, somos essencialmente inteligência e vontade.
O fundamento real, autêntico da solidariedade, está na natureza social do próprio homem; se ele aperfeiçoar essas qualidades, se aperfeiçoará no seu ato específico de conhecer, de compreender outro ser igual ou mais perfeito que ele – Deus, o Grande Arquiteto do Universo. Contudo, o desenvolvimento do homem também não é somente biológico, como o animal irracional.
O homem é pluridimensional, capaz de desenvolver-se com todas as suas dimensões: cultural, econômica, social, psicológica, política, moral e religiosa.
A integração harmônica dessas dimensões numa escola de valores constituirá o crescimento ou desenvolvimento autenticamente humano, pois somos seres em crescimento e estamos em situações de “vir a ser”, somos seres em continua transformação.
Estou neste momento realizando uma aspiração; uma esperança; um sonho que idealizei.
O filósofo Ortega, quando sabidamente disse que “da pedra não se pode despedrar, o tigre não se pode destrigar, o homem se não for o que ele deve ser pode-se desumanizar”.
Entende-se, portanto que o homem está feito para crescer: “o homem, como o mundo, é inacabado”. E eu quero crescer quero me completar neste sodalício, para que me propus, a minha auto-realização não é imposta de fora, brota do mais íntimo do meu ser, como uma exigência intrínseca e natural.
O orgulho de ocupar a cadeira desta Academia de número 31, cujo patrono foi João Cordeiro, é-me paralelamente motivo de honra e respeito, visto que aquele médico escravagista dá nome a uma das mais importantes ruas de um dos bairros mais nobres da nossa Capital, a Aldeota.
Eu sou do Ipu, cidade alcandorada, encravada no sopé da Ibiapaba, que ainda respira o ar puro aos respingos da queda d’água que se desprende de 110 metros de altura, formando o murmurante Riacho Ipuçaba: é a Bica do Ipu.
Ipu, terra de Iracema, berço de Martim e Araquém, onde escutamos ainda o trinar da graúna nas palmas das palmeiras; o grito da jandaia e o canto noturno do urutau.
Sou da terra de Delmiro Gouveia, pioneiro na eletrificação de Paulo Afonso; de Milton Dias, o cronista mais renomado deste país; de Milton de Sousa Carvalho, o criador do crediário no Brasil, através de suas lojas “Cliper” em São Paulo; de Arquimedes Memória, arquiteto, diretor da Escola de Belas Artes no Rio de Janeiro; de Eusébio de Sousa, incentivador da cultura ipuense, criador do primeiro jornal impresso em Ipu, no ano de 1886, com o nome “A Brisa”; de Abílio Martins, Osvaldo Araújo, Francisco Araújo, Francisco Magalhães, poetas e escritores que deixaram um legado dos mais preciosos para a história do Ipu e da Região.
Eu sou do Ipu, do Quadro da Igrejinha, onde nasceu a Cidade, no centro está erigida a secular Igreja de Nossa Senhora do Desterro, construída em 1765, na frente o oblongo “Cruzeiro”, simbolizando a fé de todos nós.
Ipu do seu Gabinete de Leitura. Biblioteca fundada em 1896, onde a sociedade ipuense freqüentava assiduamente para exercitar o seu intelecto com a boa leitura.
Ipu do maestro Raimundo do Vale, um destaque da nossa música em todo o Brasil.
Ipu de Zezé do Vale, poeta popular, homem do povo que cantou o Ipu em verso e prosa, deixando externar profundamente o seu amor ilimitado à sua terra; onde nos seus versos e canções, ao se dirigir à Bica, disse: “Tens o véu de noiva do Ipuçaba”, realmente quando a Bica esvoaça soprada pelo vento, deixa a imagem de um verdadeiro “véu de noiva”. Em coisas outras ele canta e conta nos seus versos que
Ipu é uma cidade
Como a gente nunca viu
É um pedacinho do céu
Que se desprendeu e caiu
II
O doce de lá é mais doce
A fruta é a mais saborosa
A mulher é a mais bonita
E a flor é a mais cheirosa
III
Tudo lá é diferente
Das cidades que eu conheço
Eu indo morar no céu
Do Ipu eu não esqueço
Muito obrigado.
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