MAIO - ABOLICIONISTAS CEARENSES
JOÃO CORDEIRO
Filho de João Cordeiro da Costa e Floriana Angélica da Vera Cruz,
João Cordeiro nasceu em Santana do Acaraú, no dia 31 de agosto de 1842, e
faleceu em Fortaleza, a 12 de maio de 1931. Presidiu a Associação
Comercial do Ceará e a Junta Comercial, sendo também diretor da antiga
Caixa Econômica Provincial. Comissário Geral de Socorro Público, durante
o período de seca entre 1877 e 1879, foi nessa ocasião que conheceu
Francisco José do Nascimento, o Dragão do Mar, seu futuro parceiro no
movimento abolicionista cearense. Foi um dos fundadores e o presidente
da Sociedade Cearense Libertadora, entidade de atuação decisiva para o
êxito do movimento abolicionista no Ceará. Membro ativo do Centro
Republicano, participou do primeiro governo do novo regime no Ceará,
como encarregado dos Negócios da Fazenda. Também exerceu mandatos de
deputado federal e senador da República.
PEDRO ARTUR DE VASCONCELOS
Cearense de Fortaleza, filho de Manuel José de Vasconcelos e Lina
Josefa de Vasconcelos, Pedro Artur de Vasconcelos nasceu no dia 29 de
junho de 1851, vindo a falecer em 6 de julho de 1914. Estudou no
Seminário Diocesano e exerceu a função de Guarda-livros no escritório da
Casa Inglesa. Foi colega de trabalho do abolicionista Alfredo Salgado,
um dos membros da Sociedade Cearense Libertadora. Em defesa da liberdade
para os negros, Pedro Artur participou de vários comícios pelo fim da
escravidão. Em um deles, na Praça Castro Carreira (Praça da Estação),
conclamou o povo a impedir os envios de cativos para fora do Ceará. Em
outra oportunidade, no Teatro São Luís, lembrou da possibilidade de se
conseguir dos jangadeiros que estes não transportassem escravos para os
navios, surgindo nessa época sua célebre frase ‘No porto do Ceará não se
embarca mais escravo’.
MARIA TOMÁSIA
Nascida em Sobral, zona norte do Ceará, Maria Tomásia Figueira Lima
foi casada com o abolicionista Francisco de Paula de Oliveira Lima. Era
considerada excelente oradora. Sua atuação junto ao movimento em prol da
liberdade dos escravos tornou-a reconhecidamente a alma feminina da
campanha pela abolição. Ocupou o cargo de presidente da Cearenses
Libertadoras, sociedade organizada em uma reunião na chácara de José do
Amaral, no Benfica, na qual esteve presente José do Patrocínio. Durante a
solenidade foram entregues cartas de alforria a seis escravos. Na
instalação solene da Cearenses Libertadoras, fato ocorrido nos salões do
Clube Cearense, foi executado o hino da Sociedade Cearense Libertadora,
com música de João Moreira da Costa e letra de Frederico Severo, além
de serem entregues setenta e duas cartas de alforria, concedidas por
eminentes representantes da sociedade cearense.
CARLOS AUGUSTO PEIXOTO DE ALENCAR
Major do Exército, posto no qual faleceu a 20 de março de 1900, no
Rio de Janeiro, Carlos Augusto Peixoto de Alencar nasceu no dia 22 de
outubro de 1852, em Fortaleza. Em suas andanças pelo Brasil sempre
esteve ao lado dos abolicionistas, tendo fundado, em Manaus, a Sociedade
Libertadora do Amazonas, no ano de 1882. A partir de 1883, no Ceará,
participou das comissões antiescravistas com atuação decisiva a favor da
abolição nos municípios de Icó e Acarape. No Rio de Janeiro, foi membro
da Confederação Abolicionista e, em Corumbá, fundou o jornal O Escravo.
Republicano, atuou junto a José do Patrocínio, Sousa Campos e Padre
Trindade na fundação do Clube Republicano, em 1877, o que lhe custou o
desterro para São Borja, no Rio Grande do Sul. Aliou os deveres
militares ao prazer intelectual, com especial gosto pelo teatro, tendo
escrito a elogiada comédia À Procura de Um Casamento.
ISAAC CORREIA DO AMARAL
Filho de João Antônio do Amaral e Maria Correia de Melo, Isaac
Correia do Amaral nasceu em Fortaleza, no dia 18 de setembro de 1859,
vindo a falecer em abril de 1942, no sítio Bonfim, localizado na serra
de Guaramiranga. Em 1871 viajou para a Alemanha, onde cursou o Liceu
Prussiano, na cidade de Altona. Ao retornar, demorou algum tempo em
Lisboa, a fim de retomar o idioma português. No Ceará, foi um dos mais
convictos abolicionistas e um dos fundadores da Sociedade Cearense
Libertadora, seguindo a atuação de sua família. Esteve no Amazonas, onde
participou ativamente da campanha abolicionista. Projetista, chegou a
planejar e levantar os alicerces de um teatro a ser construído no centro
da atual praça José de Alencar. Seus projetos mais conhecidos, ainda
existentes na cidade de Fortaleza, são a Igreja do Pequeno Grande e o
Parque da Independência, atual Cidade da Criança.
Nenhum comentário:
Postar um comentário