Janjão Campos. João Evangelista Campos era seu nome
completo. Era eletricidade da melhor qualidade, participou da instalação do
Motor que gerava a iluminação hidráulica da cidade. Foi à primeira residência a
receber luz elétrica em Ipu. Era também Ourives, enfim o homem dos sete
instrumentos. Tacava Bandolim e gostava de uma serenata mesma na idade provecta
não dispensava uma serenata com este escriba e outros mais. Certa madrugada
onde já se via a lua quebrando a sua claridade no talhado da Ibiapaba, e as
mulheres e homens também já começavam a carregar os seus potes suas latas com
água do Ipuçaba para abastecer as suas casas. Janjão se sentindo cansado
enconstou-se no tronco velho Tamarindeiro e resolveu em seguida sentar-se
encontrando segundo ele um lugar macio, sabem o que era: um volume bem grande
de excrementos humanos. Janjão se acomodou de tal forma achando o local de bom
e macio. Toquei com ele algumas valsas. Eram somente eu e ele e os reflexos da
lua que já se cobrira no verdejante Pé de Serra.
Aproximei-me de Janjão e senti um mau
cheiro. Janjão de imediato assim também sentiu e foi logo tirando as calças
ficando somente de cueca. Era bem interessante a calça numa mão e na outra o
Bandolim percorrendo o trecho que vai do Quadro nas imediações do Tamarindeiro
a sua residência, eram quatro horas da manhã num mês de junho de 1960.
Boy, Francisco Melo. Anos sessenta (60), era costume nosso
tomar umas e outras e sair curtindo alguns movimentos sociais de Fortaleza,
morávamos lá. E íamos especialmente os movimentos dançantes. Estudava eu no
Centro de Cultura Hispânica e quando de uma comemoração de uma noitada junina e
eis que de repente o nosso Luiz, o grande Boy convida-me para irmos ao
banheiro. Ao chegarmos lá encontramos em nossa frente à chave geral do prédio
onde corria a festa com muita música e comedoria. Não deu outro Boy, lançou mão
da chave e desligou tudo, criando um verdadeiro caos. De imediato nos retiramos
do recinto e na nossa saída já vinham alguns de nossos promoventes no nosso
encalço, neste ínterim ia passando um Táxi do Posto Vitória e nós entramos no
carro sem nenhum centavo no bolso. Ao chegarmos antes da Praça do Ferreira
pedimos para parar e agradecemos o motorista, o mesmo criou um caso dos quinto
a quatorze e a única coisa que dizíamos era que íamos pagar no dia seguinte e
ele não aceitava de forma alguma e aí conversa vai, converso vem e quando de
súbito o guiador do carro arrastou um cassete e nós agilmente tomamos a arma do
chofer e fizemos fiapo em direção a Rua Edgar Borges indo nos esconder no 7º
Céu onde estava havendo uma festinha onde brincamos até o dia amanhecer. É
verdade pode acreditar.
O Boy ainda aprontava
outras façanhas das jocosas que podemos admitir. Admitiu quando tomava umas
bebericadas baixava uma sessão Espírita invocando, segundo ele a entidade
“sibamba”, espírito bebedor de cachaça, fazia uma tremenda zoada e nada
acontecia coisa de ébrio. É bom à gente contar, faz bem a alma e ao coração.
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