segunda-feira, 23 de março de 2015


Janjão Campos. João Evangelista Campos era seu nome completo. Era eletricidade da melhor qualidade, participou da instalação do Motor que gerava a iluminação hidráulica da cidade. Foi à primeira residência a receber luz elétrica em Ipu. Era também Ourives, enfim o homem dos sete instrumentos. Tacava Bandolim e gostava de uma serenata mesma na idade provecta não dispensava uma serenata com este escriba e outros mais. Certa madrugada onde já se via a lua quebrando a sua claridade no talhado da Ibiapaba, e as mulheres e homens também já começavam a carregar os seus potes suas latas com água do Ipuçaba para abastecer as suas casas. Janjão se sentindo cansado enconstou-se no tronco velho Tamarindeiro e resolveu em seguida sentar-se encontrando segundo ele um lugar macio, sabem o que era: um volume bem grande de excrementos humanos. Janjão se acomodou de tal forma achando o local de bom e macio. Toquei com ele algumas valsas. Eram somente eu e ele e os reflexos da lua que já se cobrira no verdejante Pé de Serra.

Aproximei-me de Janjão e senti um mau cheiro. Janjão de imediato assim também sentiu e foi logo tirando as calças ficando somente de cueca. Era bem interessante a calça numa mão e na outra o Bandolim percorrendo o trecho que vai do Quadro nas imediações do Tamarindeiro a sua residência, eram quatro horas da manhã num mês de junho de 1960. 


Boy, Francisco Melo. Anos sessenta (60), era costume nosso tomar umas e outras e sair curtindo alguns movimentos sociais de Fortaleza, morávamos lá. E íamos especialmente os movimentos dançantes. Estudava eu no Centro de Cultura Hispânica e quando de uma comemoração de uma noitada junina e eis que de repente o nosso Luiz, o grande Boy convida-me para irmos ao banheiro. Ao chegarmos lá encontramos em nossa frente à chave geral do prédio onde corria a festa com muita música e comedoria. Não deu outro Boy, lançou mão da chave e desligou tudo, criando um verdadeiro caos. De imediato nos retiramos do recinto e na nossa saída já vinham alguns de nossos promoventes no nosso encalço, neste ínterim ia passando um Táxi do Posto Vitória e nós entramos no carro sem nenhum centavo no bolso. Ao chegarmos antes da Praça do Ferreira pedimos para parar e agradecemos o motorista, o mesmo criou um caso dos quinto a quatorze e a única coisa que dizíamos era que íamos pagar no dia seguinte e ele não aceitava de forma alguma e aí conversa vai, converso vem e quando de súbito o guiador do carro arrastou um cassete e nós agilmente tomamos a arma do chofer e fizemos fiapo em direção a Rua Edgar Borges indo nos esconder no 7º Céu onde estava havendo uma festinha onde brincamos até o dia amanhecer. É verdade pode acreditar.
O Boy ainda aprontava outras façanhas das jocosas que podemos admitir. Admitiu quando tomava umas bebericadas baixava uma sessão Espírita invocando, segundo ele a entidade “sibamba”, espírito bebedor de cachaça, fazia uma tremenda zoada e nada acontecia coisa de ébrio. É bom à gente contar, faz bem a alma e ao coração.


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