sábado, 21 de março de 2015

Cláudio César Magalhães Martins
Titular da Cadeira n° 11
            Entre os filhos de Ipu que se destacaram em âmbito nacional, um deles, sem dúvida, é Aderson Magalhães.
            Seu nascimento ocorreu em 9 de junho de 1896. Era filho de Augusto Magalhães e Ana Rosa Cavalcante de Albuquerque. Com 18 anos foi para a Amazônia, onde demorou pouco tempo. Em 1918, transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde iniciou sua carreira de jornalista, tendo sido indicado por Ruy Barbosa a Edmundo Bittencourt, então Diretor do jornal Correio da Manhã. Foi funcionário da Secretaria da Câmara dos Deputados, de onde teve de afastar-se em decorrência da Revolução de 1930. Formou-se em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito do Rio de Janeiro. Aceitou, então, convite para trabalhar em São Paulo na Gazeta de São Paulo, jornal dirigido por Cásper Líbero. Lá demorou-se por pouco tempo, retornando ao Rio.
            Com o pseudônimo de All Right escreveu cerca de 15.000 crônicas, divulgadas diariamente em numerosa cadeia de jornais de todo Brasil. Várias delas tinham como tema  sua terra natal, que nunca esqueceu nem deixou de amar.
            Assis Chateaubriand considerava-o o maior repórter político do Brasil, tendo-o convidado, várias vezes, para atuar nos Diários Associados. Aderson recusou todos os convites.
            Em 25 de maio de 1960, foi condecorado pelo rei da Bélgica, recebendo a medalha das mãos do embaixador Louis Colot.
            Ao longo de 40 anos de atuação como cronista, vários políticos de renome nacional foram personagens de seus escritos, entre os quais cabe mencionar: Epitácio Pessoa, Washington Luís, Nilo Peçanha, Lauro Sodré, Sampaio Correia e Flores da Cunha.
            Próceres proeminentes da República Nova também foram objeto de suas crônicas, valendo citar Getúlio Vargas, Osvaldo Aranha, Benedito Valadares e Nereu Ramos.
            Ao aposentar-se, em 1961, do cargo de Diretor do Senado, recebeu consagradora manifestação de apreço dos membros daquela Casa, todos eles ressaltando sua brilhante atuação como repórter político, ao longo de quatro décadas.
            Aderson Magalhães faleceu na cidade do Rio de Janeiro em 5 de setembro de 1967. É patrono da cadeira nº 01 da Academia Cearense de Ciências, Letras e Artes do Rio de Janeiro e da cadeira nº 20 da Academia Ipuense de Letras, Ciências e Artes, atualmente ocupada pela acadêmica Maria de Lourdes Dias Leite Barbosa.
            O Ipu ainda deve a esse ilustre ipuense uma homenagem à altura de seu talento e de sua importância nos meios jornalísticos nacionais. Quem sabe, um dia, pelo menos o nome de uma rua da cidade leve o seu nome. É o mínimo que sua terra-berço lhe pode oferecer pelo muito que representou para o Brasil e para a cidade onde nasceu e que nunca esqueceu.
(Fontes consultadas: "1001 Cearenses Notáveis", de F. Silva Nobre, Casa do Ceará Editora, 1996; e Livro dos Patronos da Academia Ipuense de Letras, Ciências e Artes, Premius Editora, 2012).
           

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