Teatro
Ano de l940. Chega a
Ipu o Padre Caubí Jardim Pontes, para prestar os seus serviços sacerdotais como
coadjutor de Mons. Gonçalo de Oliveira Lima.
O Padre coadjutor em
pouco tempo tornou-se um membro da família ipuense, pelo seu carisma e sua capacidade
de trabalho voltado para o social da Igreja.
Fez campanha e em
seguida construiu o Cine Teatro Moderno, localizado na Rua Padre Corrêa ou “Rua
da Itália”, assim era conhecida, ali havia residido vários Italianos.
O Cine Teatro
Moderno serviu por muito tempo para reuniões, cinemas e encenações de Peças
Teatrais. Mesmo porque aqui em Ipu já existia um “Grupo Teatral”, formado por
artistas da Terra.
Certa vez a trupe
ipuense encenava a Comédia de Paulo Magalhães o “Advogado em Apuros”, Wilson
Lopes, Antonio Gomes, Gerardo Aires, Valderez Soares, Chico Lima e outros
tantos eram os atores.
Á aquela época ainda
existia o “Ponto”. Uma pessoa ficava acompanhando a peça dando as deixas aos
atores em cena que se apuravam na “Ribalta da Vida”.
O melhor ou a melhor
ponteira era a minha tia Auri Coelho, que não usava o túnel reservado para tal,
ficava mesmo ao lado, nos bastidores apontando os finais de cada parte aos
comediantes.
Certa vez na
apresentação da comédia que aqui citamos contracenavam Gerardo Aires e Wilson
Lopes. Perderam-se na peça e não sabiam mesmo em qual parte se encontravam e
então passaram a improvisar. Auri vendo aquele “show” de improvisações também
perdeu a seqüência do drama, e às gargalhadas como ela gostava de fazer, pois
era muito versátil, sempre tinha na ponta da língua uma palavra engraçada
muitas das vezes levantando risos dos mais próximos.
No clímax das
improvisações a apelação. No roteiro existia uma parte que dizia “então a mercê
é que é o vei rocha?” E com as repetidas vezes interpretadas de forma diferente
e cômica por Wilson e Gerardo a platéia freneticamente delirava e aos aplausos
consagravam os nossos atores.
Auri também perdida
sem encontrar a seqüência do ato se deleitava e continuava gargalhando
fortemente a cada momento cômico encenado naquele instante. A platéia não
percebia os truques da encenação.
E assim se foi, Auri
partiu neste l4 de julho de 2.000, Gerardo Aires contou-me e eu procurei deixar
nas páginas da saudade a imagem de minha tia Auri, sempre alegre, cantando a
vida entoando as doces notas musicais através de sua voz melodiosa e afinada a
música do coração do amor da Saudade.
Ipu, 28 de agosto de 2002.·.
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