Minha Serra
Morre a última nuvem no
arrebol,
Morre de saudade de mil
saudades o Sol,
Que, fugindo, tinge o
poente de um traço ureflamejantante
Com a mesma cor de fogo
que do Levante
Já era noite. Olhei minha
serra. Toda enrolada.
A vi, no manto da noite
que descia
Olhei lá de casa e vi bem
da calçada:
A minha serra era um
gigante enorme que não se bolia.
Olhei a minha serra e tive
e tristeza,
Porque não sei como ela
ficou assim,
Pois na manha passada
cheia de alegria,
Sorria sempre. Estava
alegre envolta de cetim,
A envolvia de nevoa branquinhas, um véu mais nobre
Do que o véu dagora que
encobre.
Pe. Francisco Assis Soares
(Parnaíba –PI)
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