domingo, 16 de junho de 2013


 
Teatro

Ano de l940. Chega a Ipu o Padre Caubí Jardim Pontes, para prestar os seus serviços sacerdotais como coadjutor de Mons. Gonçalo de Oliveira Lima.
O Padre coadjutor em pouco tempo tornou-se um membro da família ipuense, pelo seu carisma e sua capacidade de trabalho voltado para o social da Igreja.
Fez campanha e em seguida construiu o Cine Teatro Moderno, localizado na Rua Padre Corrêa ou “Rua da Itália”, assim era conhecida, ali havia residido vários Italianos.
O Cine Teatro Moderno serviu por muito tempo para reuniões, cinemas e encenações de Peças Teatrais. Mesmo porque aqui em Ipu já existia um “Grupo Teatral”, formado por artistas da Terra.
Certa vez a trupe ipuense encenava a Comédia de Paulo Magalhães o “Advogado em Apuros”, Wilson Lopes, Antonio Gomes, Gerardo Aires, Valderez Soares, Chico Lima e outros tantos eram os atores.
Á aquela época ainda existia o “Ponto”. Uma pessoa ficava acompanhando a peça dando as deixas aos atores em cena que se apuravam na “Ribalta da Vida”.
O melhor ou a melhor ponteira era a minha tia Auri Coelho, que não usava o túnel reservado para tal, ficava mesmo ao lado, nos bastidores apontando os finais de cada parte aos comediantes.
Certa vez na apresentação da comédia que aqui citamos contracenavam Gerardo Aires e Wilson Lopes. Perderam-se  na peça e não sabiam mesmo em qual parte se encontravam e então passaram a improvisar. Auri vendo aquele “show” de improvisações também perdeu a seqüência do drama, e às gargalhadas como ela gostava de fazer, pois era muito versátil, sempre tinha na ponta da língua uma palavra engraçada muitas das vezes levantando risos dos mais próximos.
No clímax das improvisações a apelação. No roteiro existia uma parte que dizia “então a mercê é que é o vei rocha?” E com as repetidas vezes interpretadas de forma diferente e cômica por Wilson e Gerardo a platéia freneticamente delirava e aos aplausos consagravam os nossos atores.
Auri também perdida sem encontrar a seqüência do ato se deleitava e continuava gargalhando fortemente a cada momento cômico encenado naquele instante. A platéia não percebia os truques da encenação.
E assim se foi, Auri partiu neste l4 de julho de 2.000, Gerardo Aires contou-me e eu procurei deixar nas páginas da saudade a imagem de minha tia Auri, sempre alegre, cantando a vida entoando as doces notas musicais através de sua voz melodiosa e afinada a música do coração do amor da Saudade.
Ipu, 28 de agosto de 2002.·.

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