sábado, 29 de outubro de 2011


Cruz da Justa.

Em um Bairro de Ipu conhecido e agnomida de Mina Velha, nos arredores da cidade tradicional e conhecida “Cruz da Justa” aquela que foi rogada e muitos pedidos ali feitos foram atendidos pelos pecadores da terra.

Hoje a velha Cruz, ou os restos da cruz se encontram envolta um pequeno matagal quase que totalmente virado cinza.

A pobre Cruz hoje se encontra perdida a ermo, que fora dantes objeto de romaria e preces, suplicada por fieis das mais diferentes camadas sociais, vindos muito de outros lugares para pagarem suas promessas.

A “Cruz da Justa” consolida-se em nossos dias como uma tradição para nosso IPU. Seu nome Ana Justa de Jesus, era uma preta velha descendente de escravos, residia no Sitio Piedade em nosso município. Vivia em companhia de três filhos, augusto, Raimundo e João, todos de maioridade.

Os seus filhos constituíam o cume da casa; trabalhavam de sol a pino para as suas subsistências e muito especialmente de sua genitora. Perfeita era a harmonia reinante no que era uma Casinha de Palha.

Ana Justa, era paralitica de uma perna, dava-se apenas ao labor domestico, embora lutando com muita dificuldade.

Surge no Ceará de forma inesperada a calamitosa e a mais impiedosa seca de nossa história – 1777, conhecida como a “Seca dos Três Sete” – 777.

Forram, em virtude da tremenda Seca e pouco a pouco dominados pela fome, muitos procuram outros meios de vida migrando para outras localidades, na Zona Costeira do Estado, os filho da Justa foram juntos nesse processo migratório fugindo desta forma da fome implacável e conseguintemente da morte, ficando ali a velhinha entregue a sorte, com sede a fome e como conseqüência a vida ceifada pelos caos trazidos pela grande seca.

Não suportando os reveses da sorte, Ana Justa com muita dificuldade veio para a povoação de Ipu Grande, e, não podendo palmilhar dois quilômetros ou mais e já martirizada pela sede, fome e cansaço entregou sua alma a Jesus.

Cedo, muito cedo correu a notícia do seu falecimento a qual era querida por toda aquela gente.

No local de sua morte pessoas da localidade onde vivia Justa e que tinham uma melhor condição de vida estavam escapando da cruel seca dos três sete ergueram uma Cruz que passou a ser visitada por muitas pessoas, muitas delas alçando graças, milagres foram feitos ao pé da Cruz daquele que em vida palmilhou um sofrimento até o dia do chamado de Deus.

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