“Ata da inauguração da Cadeia Pública desta cidade, realizada no dia 29 de março de 1933. Aos vinte e nove dias do mês de março de mil, novecentos e trinta e três, nesta cidade de Ipu, Termo e Comarca do mesmo nome, do Estado do Ceará, num dos compartimentos do edifício da Cadeia Publica, ás doze horas, presentes o Dr. Edgard Miranda de Paula Pessoa, Juiz de Direito da Comarca, como presidente do ato; o cidadão Joaquim Lima, Prefeito Municipal; o Reverendíssimo Padre Gonçalo de Oliveira Lima, vigário da Paróquia; Adroaldo Montezuma de Carvalho, funcionário da Fazenda Estadual; Doutor Francisco das Chagas Pinto, Delegado de Higiene; Thomaz Correia, Inspetor Escolar; Raimundo Vale, Delegado de Policia; João Evangelista Campos, Segundo Suplente de Delegado; Diocleciano Alves Cavalcante, primeiro fiscal da Prefeitura; José Maria Sabino, Coletor Estadual; Plácido Passos, Escrivão da Coletoria, Adalberto Aragão, primeiro Tabelião Publico; Antonio Teófilo Dias, Agente da Estação da Estrada”. de”. Ferro de Sobral; José Raimundo de Aragão Filho (Ex-Prefeito) e mais pessoas presentes, comigo, Raimundo Viana, Segundo tabelião Publico, servindo de Secretario, foi aberta a sessão e dada a palavra ao Sr. Prefeito Municipal, que no discurso adiante transcrito, expôs minuciosamente a maneira porque foi construído o edifício que ora se inaugurava.
Eis o discurso:
“Meus Senhores – Apraz-me em ligeiras palavras dizer-vos algo sobre a penitenciaria que ora inauguramos. Ao assumir o cargo de Prefeito inclui no meu programa tudo envidar para prosseguir nos trabalhos da nova cadeia, iniciados em mil novecentos e vinte e cinco pelo Prefeito José Raimundo de Aragão Filho”.
A Todos nós é conhecida a necessidade que se impunha de dotar o Ipu com um prédio próprio para encarcerados e retirar do centro da cidade o deposito anti-higiênico, mal impressionador que possuíamos servindo de guarda aos mesmos.
Consegui, para dar começo aos trabalhos, cinco contos de reis do Excelentíssimo Interventor Federal, que no começo de novecentos e trinta e dois, auxiliado pelos recursos da Prefeitura, dei o primeiro impulso, conseguindo deixar o prédio coberto. Veio depois a Concentração de Flagelados e por autorização dos Senhores Tenentes Floriano da Silva Machado e José Pinheiro Barreira, respectivamente, Delegado Regional desta zona e Diretor do Departamento das Secas, pude utilizar os flagelos para todos os serviços públicos. Para logo comecei o segundo e derradeiro impulso aos trabalhos, ainda auxiliado pelos recursos da Prefeitura, e hoje tenho a satisfação de entregar ao povo de Ipu a nova Cadeia e incorpora-la ao patrimônio municipal no valor de vinte e cinco contos de reis, por quanto é computada.
O Prefeito José Raimundo de Aragão Filho despendeu na sua gestão seis contos e duzentos mil reis, e foi quem adquiriu o terreno em que se acha edificado o prédio, que possui as seguintes dimensões e compartimentos: Frente e fundos, dezoito metros e quarenta centímetros, lado Nascente e Poente, dezessete metros e trinta; calçada, quatorze palmos e meio de largura. Possui o quarto destinado aos sentenciados, compreendendo toda a extensão do prédio para o lado Nascente; um para correcionais e outro para mulheres ao lado poente; um compartimento reservado ao Corpo da Guarda, outro á Delegacia e outro à sala de espera, alem de ter no centro uma área bem arejada, circundada de alpendres.
Contem ainda seis “vater closts”, que facilmente poderão ser higienizadas, instalação elétrica, gradis para arejamento, portão de ferro que isola as prisões do Corpo da Guarda da Delegacia. É de justiça salientar aqui o esforço, o interesse que sempre se houve em me auxiliar neste empreendimento, para mim considerado de muito alcance, o primeiro fiscal da Prefeitura, Senhor Deocleciano Alves Cavalcante, que esteve desde o seu inicio á frente de tudo e foi o braço forte e incansável que enfrentou a serie de trabalhos da presente cadeia. São estas as ligeiras palavras que me cumpria dizer nesta sessão inaugural, as quais peço que sejam transcritas no livro de atas como um registro para a historia do Ipu e apreciação da posteridade.”
As palavras acima transcritas, com que o Senhor Prefeito Municipal houve por bem ilustrar o auspicioso ato, foram recebidas pelo seleto auditório com as mais vivas simpatias. Inaugurado, assim, o mesmo edifício, o senhor presidente declarou que iam ser transferidos para esta Cadeia os seguintes detentos, que se achavam detidos na Cadeia antiga: Rufino Bandeira, Zacarias Ferreira, Antonio Cariolano, Francisco Cariolano, Raimundo Marques, Antonio Gonçalo, Antonio Cariolano, Raimundo Nunes, Francisco Nunes, Raimundo Vieira e Boaventura Alves. E nada mais havendo a tratar, o senhor presidente encerrou a sessão e deu por inaugurada a Cadeia Publica desta cidade, do que eu, Raimundo Viana, Secretario, que a escrevi.
aa) Edgard Miranda de Paula Pessoa, Juiz de Direito da Comarca, Joaquim Lima, Prefeito Municipal, Pe. Gonçalo de Oliveira Lima, vigário da Paróquia, Adroaldo Montezuma de Carvalho, Fiscal da fazenda. Dr. Francisco das Chagas Pinto, Delegado de Higiene, Thomaz de Aquino Correia e Sá, Inspetor escolar, Raimundo Vale, Delegado de Policia, João Evangelista Campos, segundo suplente de Delegado, José Raimundo de Aragão Filho, Adalberto Aragão, Primeiro tabelião, Antonio Teófilo Dias, Agente da Estação, Plácido Passos, Funcionário Publico, Deocleciano Alves Cavalcante, primeiro fiscal da Prefeitura, José Macário de Sousa Lima, Carcereiro, Albertino Ferreira de Sousa, Francisco Franklin Ximenes Matos, Juvêncio Tavares, Vicente de Paula Sabino, Francisco Soares de Paiva, José Maria Sabino, Coletor Estadual, Pedro Fernandes da Silva Sobrinho, Vicente Ferreira Maia, Manuel Aires do Nascimento, Francisco Marques Primo, Francisco Gerson Assis, secretario da Prefeitura, João Araújo Chaves, Pedro Tavares, Aderbal Aragão, Vicente Crescencio Marinho.”
Ficou o centro da cidade descongestionado do imundo cárcere, enquanto a sua remodelação, que deverá ser preocupação precípua do meu sucessor, poderá redundar em elegante prédio, sede da municipalidade, para o que já se acha confeccionada pelas Obras Publicas do Estado bem delineada planta. A propósito da inauguração da Cadeia Publica o Departamento Municipal expediu á Prefeitura o seguinte oficio: “Fortaleza, 12 de abril de 1933 – Sr. Prefeito Municipal – Ipu – acuso o recebimento de vosso oficio nº 145, de 4 do fluente, bem como das fotografias que o acompanham. Mando-vos as minhas congratulações pelo espírito de operosidade construtora e progressiva que vindes imprimindo á vossa administração. – José Barreira – Diretor.”
Eis o discurso:
“Meus Senhores – Apraz-me em ligeiras palavras dizer-vos algo sobre a penitenciaria que ora inauguramos. Ao assumir o cargo de Prefeito inclui no meu programa tudo envidar para prosseguir nos trabalhos da nova cadeia, iniciados em mil novecentos e vinte e cinco pelo Prefeito José Raimundo de Aragão Filho”.
A Todos nós é conhecida a necessidade que se impunha de dotar o Ipu com um prédio próprio para encarcerados e retirar do centro da cidade o deposito anti-higiênico, mal impressionador que possuíamos servindo de guarda aos mesmos.
Consegui, para dar começo aos trabalhos, cinco contos de reis do Excelentíssimo Interventor Federal, que no começo de novecentos e trinta e dois, auxiliado pelos recursos da Prefeitura, dei o primeiro impulso, conseguindo deixar o prédio coberto. Veio depois a Concentração de Flagelados e por autorização dos Senhores Tenentes Floriano da Silva Machado e José Pinheiro Barreira, respectivamente, Delegado Regional desta zona e Diretor do Departamento das Secas, pude utilizar os flagelos para todos os serviços públicos. Para logo comecei o segundo e derradeiro impulso aos trabalhos, ainda auxiliado pelos recursos da Prefeitura, e hoje tenho a satisfação de entregar ao povo de Ipu a nova Cadeia e incorpora-la ao patrimônio municipal no valor de vinte e cinco contos de reis, por quanto é computada.
O Prefeito José Raimundo de Aragão Filho despendeu na sua gestão seis contos e duzentos mil reis, e foi quem adquiriu o terreno em que se acha edificado o prédio, que possui as seguintes dimensões e compartimentos: Frente e fundos, dezoito metros e quarenta centímetros, lado Nascente e Poente, dezessete metros e trinta; calçada, quatorze palmos e meio de largura. Possui o quarto destinado aos sentenciados, compreendendo toda a extensão do prédio para o lado Nascente; um para correcionais e outro para mulheres ao lado poente; um compartimento reservado ao Corpo da Guarda, outro á Delegacia e outro à sala de espera, alem de ter no centro uma área bem arejada, circundada de alpendres.
Contem ainda seis “vater closts”, que facilmente poderão ser higienizadas, instalação elétrica, gradis para arejamento, portão de ferro que isola as prisões do Corpo da Guarda da Delegacia. É de justiça salientar aqui o esforço, o interesse que sempre se houve em me auxiliar neste empreendimento, para mim considerado de muito alcance, o primeiro fiscal da Prefeitura, Senhor Deocleciano Alves Cavalcante, que esteve desde o seu inicio á frente de tudo e foi o braço forte e incansável que enfrentou a serie de trabalhos da presente cadeia. São estas as ligeiras palavras que me cumpria dizer nesta sessão inaugural, as quais peço que sejam transcritas no livro de atas como um registro para a historia do Ipu e apreciação da posteridade.”
As palavras acima transcritas, com que o Senhor Prefeito Municipal houve por bem ilustrar o auspicioso ato, foram recebidas pelo seleto auditório com as mais vivas simpatias. Inaugurado, assim, o mesmo edifício, o senhor presidente declarou que iam ser transferidos para esta Cadeia os seguintes detentos, que se achavam detidos na Cadeia antiga: Rufino Bandeira, Zacarias Ferreira, Antonio Cariolano, Francisco Cariolano, Raimundo Marques, Antonio Gonçalo, Antonio Cariolano, Raimundo Nunes, Francisco Nunes, Raimundo Vieira e Boaventura Alves. E nada mais havendo a tratar, o senhor presidente encerrou a sessão e deu por inaugurada a Cadeia Publica desta cidade, do que eu, Raimundo Viana, Secretario, que a escrevi.
aa) Edgard Miranda de Paula Pessoa, Juiz de Direito da Comarca, Joaquim Lima, Prefeito Municipal, Pe. Gonçalo de Oliveira Lima, vigário da Paróquia, Adroaldo Montezuma de Carvalho, Fiscal da fazenda. Dr. Francisco das Chagas Pinto, Delegado de Higiene, Thomaz de Aquino Correia e Sá, Inspetor escolar, Raimundo Vale, Delegado de Policia, João Evangelista Campos, segundo suplente de Delegado, José Raimundo de Aragão Filho, Adalberto Aragão, Primeiro tabelião, Antonio Teófilo Dias, Agente da Estação, Plácido Passos, Funcionário Publico, Deocleciano Alves Cavalcante, primeiro fiscal da Prefeitura, José Macário de Sousa Lima, Carcereiro, Albertino Ferreira de Sousa, Francisco Franklin Ximenes Matos, Juvêncio Tavares, Vicente de Paula Sabino, Francisco Soares de Paiva, José Maria Sabino, Coletor Estadual, Pedro Fernandes da Silva Sobrinho, Vicente Ferreira Maia, Manuel Aires do Nascimento, Francisco Marques Primo, Francisco Gerson Assis, secretario da Prefeitura, João Araújo Chaves, Pedro Tavares, Aderbal Aragão, Vicente Crescencio Marinho.”
Ficou o centro da cidade descongestionado do imundo cárcere, enquanto a sua remodelação, que deverá ser preocupação precípua do meu sucessor, poderá redundar em elegante prédio, sede da municipalidade, para o que já se acha confeccionada pelas Obras Publicas do Estado bem delineada planta. A propósito da inauguração da Cadeia Publica o Departamento Municipal expediu á Prefeitura o seguinte oficio: “Fortaleza, 12 de abril de 1933 – Sr. Prefeito Municipal – Ipu – acuso o recebimento de vosso oficio nº 145, de 4 do fluente, bem como das fotografias que o acompanham. Mando-vos as minhas congratulações pelo espírito de operosidade construtora e progressiva que vindes imprimindo á vossa administração. – José Barreira – Diretor.”
Nenhum comentário:
Postar um comentário