Acendedor de lampiões.
Profissões que desaparecem ou se
transformam podem ajudar a contar a história de uma sociedade. Relembre os
ofícios de acendedor de lampiões e cocheiro
Profissões
que desaparecem ou se transformam podem ajudar a contar a história de uma
sociedade. Nesta e nas próximas edições, a Revista de História mostra alguns
ofícios que, extintos ou resistindo em número reduzido, contribuíram para mover
o mundo e nos fazem viajar no tempo.
Acendedor
de lampiões
“Lá vem o acendedor de lampiões da
rua!/ Parodiar o sol e associar-se à lua”, saudava o poeta Jorge de Lima em
1909. Hoje poucos sabem, mas antes de as cidades serem amplamente iluminadas
pela luz elétrica, lampiões eram colocados em pontos estratégicos da cidade. E
acendê-los era uma função muito apreciada.
Os acendedores de lampiões entravam
em cena no finzinho da tarde, com uma vara especial dotada de uma esponja de
platina na ponta. Ao amanhecer, apagavam, limpavam os vidros e abasteciam,
quando necessário. Em 1830, na cidade de São Paulo, usavam azeite como
combustível. Somente na metade do século o gás chegou à capital paulista. No
Rio de Janeiro, em 1850, o célebre barão de Mauá iluminou a atual Av.
Presidente Vargas da mesma maneira.
O lampião a gás foi inventado em
1792, na Inglaterra, e serviu para aumentar a jornada de trabalho nas fábricas.
Mas seu impacto foi ainda maior no dia a dia das cidades. Com eles, a noite
ganhou vida. Teatros, cafés, restaurantes – a vida social passou a não depender
mais da luz do sol. Nas noites de lua cheia, quando era possível aproveitar a
luz natural, os acendedores eram dispensados de sua função. Até que em 1879 a
iluminação elétrica foi anunciada em grande escala. Durante um bom tempo, os
dois sistemas coexistiram, mas, pouco a pouco, a novidade ganhou mais espaço.
No último dia de 1933, seguindo o curso inevitável da modernidade, apagou-se o
último candeeiro na cidade do Rio de Janeiro. Junto com ele desaparecia a
simpática profissão de acendedor de lampiões.
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