A HIDROELÉTRICA DE IPU
Servindo-se de recursos da própria natureza, a
Ipu está predestinada a um grande surto de progresso, o aproveitamento da queda
d’água do Ipuçaba, instalando uma possante Usina que fornecesse a luz e força
motriz à encantadora cidade de Ipu.
Nunca se apagara da mente do menino ipuense
Delmiro Gouveia, a lembrança da passagem nativa com a Bica do Ipu, correndo
perenemente da Serra Grande, desperdiçando-se suas águas.
E o sonho vai se realizar – FORÇA HIDRÁULICA no Ipu. A vida vai
mudar e mudou mesmo com o beneficiamento da iluminação Elétrica.
Organizada a Sociedade, constituída
por: José Tomé de Sabóia, (Fortaleza), Oscar Coelho (Ipu) e Joaquim Sebastião
Ferreira (Fortaleza) este último cognominado de “O Homem da Luz”. Joaquim Sebastião casou-se em Ipu com distinta
filha do casal Gonçalo Soares de Oliveira e D.Terezinha Soares de Paiva. D.
Francisca Soares de Paiva, carinhosamente conhecida como D. Chiquita Soares.
A sociedade ficou assim intitulada: “COELHO FERREIRA E COMPANHIA” e
iniciou os preparativos.
O motor da luz de marca “BATACLAN” foi colocado num prédio
previamente construído no pé da serra lado Sul da cidade.
Era Prefeito de Ipu Joaquim de Oliveira o Lima,
o grande ipuense que não se cansou e envidou todos os esforços para a
concretização do evento.
Enfim, chegou o dia tão esperado e
almejado pelos ipuenses, à luz seria inaugurada. E assim em 20 de janeiro de 1931,
aconteceu a tão sonhada inauguração. A cidade se revestia de júbilo. Muitos
visitantes se encontravam na cidade, e precisamente às 18 horas do coreto do
Jardim de Iracema, aconteceu o ato inaugural.
Proferiu um discurso chamado de
oficial o Sr. Oscar Coelho que no momento em que acionou a chave geral
pronunciou “Eis a Luz” e a
cidade de repente ficou toda iluminada, todos sorriam, cantavam e aplaudiam. A
Banda de Música tocou animadas e festivas peças musicais. O sino da Estação
Ferroviária tocou e as máquinas apitaram solenemente.
As vinte e uma horas foi iniciado o
grande BAILE, na residência do
Sr. Manoel Dias Martins, casarão situado na Rua da Goela. A primeira música
entoada pela Banda de Santa Quitéria foi à valsa de Zequinha de Abreu
intitulada BRANCA.
As festividades duraram três dias. Foi uma das
maiores festas realizadas na cidade naquela época.
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