sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Os Tabajaras hoje.

Os Tabajaras possuem uma história de sucessivas migrações, devido a constantes conflitos de terras. Os Tabajaras que vivem em Crateús são provenientes das serras vizinhas, principalmente a serra da Ibiapaba, (Ipu-São Benedito) e tiveram que migrar para a periferia da cidade, foragidos da opressão exercida pelos fazendeiros que invadiram suas terras. Dividem-se em sete comunidades. Recentemente, um grupo de 15 (quinze) famílias dos Lira, migrou para a cidade de Quiterianópolis, onde encontraram melhores condições para viver, de acordo com seus costumes indígenas. Ficaram conhecidos como os Tabajaras de Fidélis. Nesta mesma cidade encontram-se mais 3 (três) comunidades Tabajara: Vila Nova, Croatá e Vila Alegre, todas na área rural.

Em fevereiro de 2004, os Tabajaras de Crateús conseguiram, através de sua luta, retomar cerca de 6.000 hectares de suas terras que ficam na serra da Ibiapaba. O local é chamado de Nazário e lá estão residindo cerca de 10 famílias, entre Tabajara e Kalabaça, enquanto aguardam a delimitação e demarcação da terra.
Em Monsenhor Tabosa se encontra a comunidade Tabajara de Olho d’água de Canutos, há 4 km desta cidade. São 13 famílias residindo na região. Em 1973 a família Canuto, liderada por Seu José Canuto, comprou 74 hectares de terras onde antes viviam como moradores. Organizam-se através da Associação Unidos Venceremos do Povo Tabajara de Olho D´água de Canutos, que se reúne no salão comunitário da Escola Indígena da comunidade. Em Tamboril existe a comunidade Tabajara em Grota Verde, à 35 quilômetros da cidade. São 25 famílias que se organizam através de uma associação sob a liderança de Agnon Tabajara. Atualmente, sofrem constantes ameaças por parte de fazendeiros, fato que tem limitado suas ações políticas.
Os tabajaras de Poranga residem na Aldeia Imburana, que fica próxima à cidade e também na Aldeia Cajueiro, distante 38 quilômetros de Imburana. Esta aldeia, de 4.400 hectares, foi fruto de uma retomada, sendo hoje habitada por 9 famílias, entre Tabajara e Kalabaça e igualmente aguardam a regularização da terra indígena.
Entre suas instituições, existem o Conselho Indígena dos Povos Tabajara e Kalabaça de Poranga - CIPO, importante instrumento de organização e luta; a Associação de Mulheres Indígenas Tabajaras e Kalabaça (AMITK) e a Escola Diferenciada Indígena de Poranga.
População e localização atual.·.
De acordo com o Distrito Sanitátio Especial Indígena do Ceará (órgão da Fundação Nacional de Saúde), os Tabajaras no Ceará compõem uma população de 2982 pessoas, assim distribuídas:
Crateús - 889 pessoas
Poranga - 1175 pessoas
Monsenhor Tabosa - 443 pessoas
Tamboril - 113 pessoas
Quiterianópolis - 362 pessoas                          
A Serra da Ibiapaba situam-se em meio ao semiárido nordestino e noroeste do estado do Ceará. O Planalto da Ibiapaba constituiu-se, geograficamente e politicamente hoje, em faixa montanhosa que inicia a 40 km do litoral e se estende de Carnaubal, Croatá, Guaraciaba do Norte, Ibiapina, São Benedito, Tianguá, Ubarajara, Viçosa do Ceará e Ipu. Foi por esta região que começou o processo de colonização do Ceará, ocupada neste período por índios tabajaras.
Os tabajaras pertencem ao grupo tupi, este grupo o primeiro a entrar em contado como os europeus, ocupavam as regiões litorâneas do Brasil, apesar de se dividirem em várias ramificações foram denominados genericamente de tupis, pois falavam uma língua parecida, chamada pelos colonizadores de língua geral. Os outros povos ocupantes do interior do território foram denominados de tapuias, segundo Pedro Théberge os tabajaras da Serra impunham seu domínio sobre diversas tribos os tapuias. E segundo o historiador do século XIX Batista Aragão teriam:

sido agregados ao planalto ibiapabano na segunda metade do século XIV, procedentes das regiões são franciscanas onde terão entrado em desentendimento com Maiorais de sua parcialidade. Segundo informações coevas, o itinerário percorrido realizou-se por etapas, acostando inicialmente no litoral rio-grandense-do-norte, ou o que seria debaixo dessa denominação e em seguida a buscar o oeste do setentrião, alcançando o que seria o Cariri e logo em seguida a Ibiapaba.

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