domingo, 18 de setembro de 2016

Meus pensamentos/ muitas vezes tão dóceis/ se tornam explosivos/ desobedecem a todos os crivos/ acho isso horrível/. Nasci com muitos planos/ se faltaram ferramentas/ foi puro engano/.

Valorizo o prazer/ o dever/. Menosprezo o poder/ a mágoa/ as intrigas/. O que mais quero querer?/.

Antes/ conjugado no passado/ corria atrás do tempo/ matéria prima da existência/. Hoje/ finjo deixar pegadas/ rastros nem dentro d´água/ a liberdade não me serve de nada/.

Se não penso/ logo não existo/ formula pronta de ser invisível/. Quem espera/ sempre é alcançado/ um acerto de contas não recomendado/.

Descobri/ estou sábio/ não atiro mais tantas pedras/ nem para o alto/ tentava derrubar estrelas/ agora sei que elas caem sozinhas/.
É verdade/ que a verdade doe/. Deve ser/ porque machuca/ a consciência tem sua queima de arquivos/.

Confesso sou míope/ vejo tudo embaçado/ um mar de dúvidas/ para mim todos os gatos são pardos/. Resignado/ aceito estar condenado/ a ser escravo das lentes/ para todo o sempre/.
Meus olhos/ vertem águas/ são fontes salinas/ emoções represadas/. Meu medo/ um dia chorar/ lágrimas de cristais/ vivo amargurado/.

Sinto desprestigiado/ meus inimigos/ aos poucos/ estão me abandonando/ conto nos dedos da mão/. Espertos/ deixaram armadilhas/ as consequências me vigiam/ sem carta na manga/ estou acabado/. Com este grande vazio/ creio que meu mundo caiu/.

Ouço dizer/ se eu morrer/ pretensão deles ou nossa/ o certo é quando/ sem condição se/. Vamos pular a morte/ não nos traz sorte/.

AAAndrade – SP

Nenhum comentário:

Postar um comentário