Papai
falou muito de um caso de um assassinato de Cesário Patrício, que havia tirado
a vida de um compadre seu Coronel Antonio Rodrigues Veras, residente em Nova
Russas, a pauladas e estava cumprindo sentença na Cadeia Publica de Ipu. Numa
noite a viúva do coronel resolveu vingar a sua morte mandando a Ipu cinco
cangaceiros de nomes: José Barroso, Plácido Barroso, José Moreira, José Mourão
e Afro Leôncio. Vieram de Nova - Russas num trole da Estrada de Ferro de Sobral
que obrigaram dois trolista da referida estrada a comandar o veículo até Ipu,
onde entraram a noite, procurando a casa do Carcereiro José Macário de Sousa
Lima determinando-o a abrir a Cadeia donde retiraram os três presos, Cesário,
Chiquinha, amasia do Coronel e seu irmão. Cesário foi amarrado e colocado em
cima do trole que rumara para Nova - Russas juntamente com os outros presos, e
já nas imediações de Charito o trole por ordem de um dos cangaceiros, José
Barroso abraça, afaga e beija Cesário, dizendo-lhe: “sabes que vai
morrer meu bichinho” e em seguida sem nenhuma resposta de Cesário coloca o
cano do seu Rifle no ouvido de Cesário e atira pelo afeito do disparo o corpo
do moribundo rolou do trole e caiu a certa distância, sendo completado em seguida
pelo próprio José Barroso que desfecha seu rifle de 12 tiros todo no corpo da
vitima. José Mourão por sua vez disparou alguns tiros em Cesário.
O
cadáver foi colocado na Estação Ferroviária de Nova-Russas e à tardinha foi
sepultado por pessoas do Povo.
Passaram
ainda o seguinte Telegrama:
Presidente
do Estado vg Chefe de Policia vg Dr. José Aciolly vg Capitão Peregrino –
Fortaleza - CE - Para vingar morte nosso prezado amigo Coronel Antonio
Rodrigues vg acabamos de matar seu assassino
José Barroso
Plácido Barroso
Os
Cangaceiros ainda queriam a Cabeça do Promotor de Justiça Dr. Augusto Passos.
Não se consumou o crime porque o velho Vicente Bode, perambulante da
noite estava nas imediações da residência do Dr. Augusto e disse que o
mesmo havia viajado a Sobral há dois dias.
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Uma
história bastante triste e revoltante foi uma que ouvimos do Papai, do Frei
Agostinho, Frade Carmelita que após a festa de nossa Senhora
dos Prazeres, em Campo-Grande, hoje Guaraciaba do Norte, realizava uma passeata
religiosa quando foi fortemente interrompida por algumas pessoas que não
concordavam com o ato religioso chegando a levar o Frade à prisão e
espancando-o com toda sorte e malvadeza.
Depois
de preso pelos homens da lei representados por um Capitão, Inspetor de
Quarteirão, 01- Farmacêutico e outros, passaram a espancar e maltratar o Frade
miseravelmente.
O Frade
recebeu pancadas fortíssimas no seu rosto. Um deles chegou a urinar na tonsura
do Sacerdote misturando em seguida a Urina com areia Um outro quando o Frei
tomava um caldo remetido a prisão por pessoas caridosas, foi bruscamente
arrancando de suas mãos uma tigela do alimento e oferecido ao Frei esterco de
cavalo, fazendo-o comer as fezes do animal. Conta à história que todos que
maltrataram o Frade Agostinho receberam os castigos divinos.
O Frade
depois de libertado dirigiu-se a Ipu e aqui chegando foi recebido pelo Pe.
Corrêa que de imediato realizou a excomunhão e conseqüentemente amaldiçoou
todos aqueles envolvidos no Caso do Frade.
Alguns
deles ainda foram a Recife retirar as penas impostas pela Igreja do Ipu na
pessoa do Pe. Corrêa recebeu a penitencia para se desculparem ou pedir perdão
durante um cerimonial na Igreja o que não aceitaram. Todos foram castigados,
vejam só o que aconteceu: ao que dera um pontapé no Frei atingindo a sua testa,
braço e perna, o seu fim foi triste ficando imóvel o braço e a perna que batera
no Frade e a testa constantemente batendo contra os objetos; o outro que deu
fezes de cavalo ao Frade morreu comendo restos fecais de animais.
Outra
história foi de um Padre que não sabemos o seu nome, levou uma surra de alguns
populares da cidade de Ipueiras, e ao se despedir da cidade em foco e ao acabar
de transpor o Rio Jatobá que corta a cidade pegou os chinelos que havia tirado
para passar a água, depois da travessia e de posse das duas alpargatas, batendo
contra uma pedra disse: “Ipueiras tu haverás de virar POEIRA”.
Não é
uma história, mas um apêndice no que diz respeito ao Vigário Colado de Ipu,
Pe. Francisco Correia de Carvalho e Silva.
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