terça-feira, 21 de outubro de 2014


NOS MEADOS DO SÉCULO XIX
Diziam os nossos avós que os cruzeiros erigidos na entrada dos lugarejos eram exaltados pelos sacerdotes itinerantes, nos sermões que faziam, durante sua permanência em cada lugar. O cruzeiro servia para impedir a entrada do satanás e exatamente assim a crença ia passando de geração a outra. Ipu também foi contemplado. Se foi o Frei Mansueto, como querem alguns, ou qualquer outro – não se tem certeza - , mas o certo é que um deles deixou um cruzeiro na vila.
Atribui-se que o acontecido se deu na década de 1840, quando começaram a aparecer em localidades do interior cearense, aqui e acolá, os célebres (porque eram raros) frades da Ordem dos Capuchinhos, missionários em “desobriga” do vasto território habitado por indígenas.
Impossível é determinar a data exata, pois em nossa terra não existe arquivo nenhum onde se possa conseguir algo de positivo para está questão. É sempre naquela base do “mais ou menos”, ou então se aplicando o “anteriormente” e o “posteriormente”, para não perder a caçada. Mas o cruzeiro da cidade de Ipu foi demolido durante a seca de 1919, exatamente quando outro foi colocado lá no alto, em frente ao cemitério atual. O local primitivo ficava na Praça Abílio Martins, nas imediações do Jardim Iracema, dando frente para o nascente.

O terreno era acidentado e de pequena elevação, a qual impedia a visão da estrada de ferro, com suas locomotivas alcunhadas de marias-fumaças. Mais ao lado, existia uma traçadeira de cal, nas proximidades da casa do coronel Sebastião Manoel, hoje o belíssimo prédio que residiu Dona Leopoldina Dias Barbosa, conhecida por Preta. Com a reforma da praça, verificou-se outro aspecto, que fez desaparecer relíquias do passado.

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