Cruz
da Justa.
Em
um Bairro de Ipu conhecido e agnomida de Mina Velha, nos arredores da cidade tradicional
e conhecida “Cruz da Justa” aquela que foi rogada e muitos pedidos ali feitos
foram atendidos pelos pecadores da terra.
Hoje
a velha Cruz, ou os restos da cruz se encontram envolta um pequeno matagal
quase que totalmente virado cinza.
A
pobre Cruz hoje se encontra perdida a ermo, que fora dantes objeto de romaria e
preces, suplicada por fieis das mais diferentes camadas sociais, vindos muito
de outros lugares para pagarem suas promessas.
A
“Cruz da Justa” consolida-se em nossos dias como uma tradição para nosso IPU.
Seu nome Ana Justa de Jesus, era uma preta velha descendente de escravos,
residia no Sitio Piedade em nosso município.
Vivia em companhia de três filhos, augusto, Raimundo e João, todos de
maioridade.
Os
seus filhos constituíam o cume da casa; trabalhavam de sol a pino para as suas
subsistências e muito especialmente de sua genitora. Perfeita era a harmonia
reinante no que era uma Casinha de Palha.
Ana
Justa, era paralítica de uma perna, dava-se apenas ao labor domestico, embora
lutando com muita dificuldade.
Surge
no Ceará de forma inesperada a calamitosa e a mais impiedosa seca de nossa
história – 1777, conhecida como a “Seca dos Três Sete” – 777.
Forram,
em virtude da tremenda Seca e pouco a pouco dominados pela fome, muitos
procuram outros meios de vida migrando para outras localidades, na Zona
Costeira do Estado, os filho da Justa foram juntos nesse processo migratório
fugindo desta forma da fome implacável e conseguintemente da morte, ficando ali
a velhinha entregue a sorte, com sede a fome e como consequência a vida ceifada
pelos caos trazidos pela grande seca.
Não
suportando os reveses da sorte, Ana Justa com muita dificuldade veio para a
povoação de Ipu Grande, e, não podendo palmilhar dois quilômetros ou mais e já
martirizada pela sede, fome e cansaço entregou sua alma a Jesus.
Cedo,
muito cedo correu a notícia do seu falecimento a qual era querida por toda
aquela gente.
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